terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O que aprendi em 2011 by Marcelo Cunha Bueno

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Nem sei como começar esse post!
Não me lembro ao certo como eu conheci o Marcelo, mas tenho certeza absoluta de que me apaixonei por ele na primeira linha que eu li. Foi isso! Quando cheguei na primeira vírgula, já estava completamente impressionada com esse cara! Assim... nem precisei chegar até o ponto final para saber que ali estava alguém que eu queria ler para o resto da minha vida!

Obviamente, não me apaixonei pelo Marcelo do jeito que a Gabi (a sortuda esposa) se apaixonou. Não... Apaixonei-me pelo escritor, pelo jeito dele narrar a vida, pela forma dele tratar a mulher que ele tinha escolhido para viver ao lado dele, pela empolgação pelo trabalho (com crianças, em uma escola), pela dedicação aos funcionários e colegas, pela interação com todo mundo que deixava um recadinho no blog que ele brilhantemente escrevia para a Revista Crescer (sim, amigos! A Crescer! Aquela super bacana, que todo mundo compra nas bancas! Gente importante, esse Marcelo...).

Mas, o mais bacana no blog "Sopa de Pai" é que ele era isso mesmo: uma mistureba de sensações e sentimentos de um elemento masculino nesse mundo dos filhos (o primeiro filho do Marcelo e da Gabi nasceu em fevereiro de 2011 e todos os leitores do blog acompanharam na primeira fila)! Porque a gente está super acostumado em ouvir o lado das mães. Porque a gente acha que a vida depois do início da gravidez só muda para quem está com a barriga crescendo e os hormônios brincando de casinha lá dentro. Porque a gente pensa que os sustos, as alegrias, as preocupações, as neuras, as vibrações, a torcida pelo sexo do bebê, a vontade de pular no pescoço da vizinha sem noção que fala sobre mil partos mal sucedidos durante os primeiros 7 meses de gravidez são exclusividade feminina. Não são!!! O Marcelo viveu tudo isso junto com a Gabi! E teve coragem suficiente para nos contar como um homem se sentia durante todo esse processo...

Então, hoje, com vocês, senhoras e senhores, o pai do Enrique, o meu amigo Marcelo Cunha Bueno!
PS: diquinha básica - PEGUE O LENÇO!!!! O cara é muito bom com as palavras!

Acho que desaprendi mais coisas do que aprendi...
Sim, porque ser pai, ter filho, exige um exercício incrível de entrega, humildade, paciência, desapego... e por aí vai!
Mas desaprender é uma forma de aprender! Desaprender é como as crianças fazem quando se deparam frente ao já vivido, experimentado. Ao desaprender, transformamos o antigo sempre em algo novo, em algo inédito. É um mecanismo poético da vida, que transforma o vivido em experiência, em intensidade! Nós desaprendemos para continuarmos vivos, para continuarmos apaixonados pelo viver de cada dia! Infeliz é o que aprende a vida! Eu sou feliz! Desaprendo.

Desaprendi a dormir, desaprendi a ter rotina... Quem precisa disso quando se tem um sorriso a te procurar? Um braço a te enlaçar? Um aqui e agora para se entregar?

Desaprendi a ter vida própria, a fazer as coisas do meu jeito... Quem precisa disso quando se descobre que a vida só tem sentido quando há outra vida em sua vida? Quando seu coração fica em paz no fechar dos pequenos olhos, no adormecer do agitado corpinho, na entrega de uma linda alma?

Desaprendi a dar importância a pequenas coisas... aquelas que tomam tempo demais em nossa cabeça, justamente por não precisarem de resoluções imediatas;

Desaprendi a falar alto, a escutar música no último volume, a ver televisão até tarde... Quem precisa disso quando o maior evento da vida, a maior prova de que a vida está a viver é a altura de um choro, a sutileza de uma risada, a imensidão de um silêncio a dormir?

Desaprendi a sair à noite, para tomar um chopinho... Quem precisa disso quando não há mais noite e dia, há somente a continuidade do nascimento, dia após dia? Quando se pode redescobrir a graça de um sábado à noite em casa?

Desaprendi a ter intimidades, vaidades... Quem precisa disso se os corpos não estão mais separados, são dois, três num só?

Desaprendi a dar importâncias às superficialidades... Quem precisa delas quando só há profundidades?

Desaprendi o caminho da minha casa... Carrego-a sempre comigo, na busca de me encontrar com meu filho toda vez que saio dela.

Desaprendi a trabalhar muito... Quem disse que trabalhar muito ajuda a construir uma vida melhor? O que vale não é a entrega ao outro? O convívio com o outro?

Desaprendi a ter um gosto musical mais definido... sim, porque não se pode esperar aprofundamentos filosóficos, solos de guitarra nas cantigas de roda e músicas infantis;

Desaprendi a achar que posso ter o controle de tudo... Quem pode ter o controle de tudo quando se percebe que uma vida a crescer depende absolutamente dos desafios que você e o mundo construirão? Que aquela vida é aquela vida, não a sua vida...

Desaprendi de aprender... Porque toda vez que vejo o mesmo sorriso, o mesmo choro, o mesmo amor, vejo que não sou o mesmo, pois o que sinto é maior a cada passo que dou, a cada ar que enche meu pulmão de amor. Não sei mais de nada. Nem quero saber!

Quero apenas e somente viver cada dia com essa vida a crescer, me ensinando o que eu não imaginava aprender. Desaprender.

PS 1: Marcelo, no meio da sua vida agitada, tumultuada e super preenchida pelo Enrique, eu nem sei como te agradecer por ter separado um tempinho e vindo escrever pra gente! Três beijos ENORMES para vocês!!! Foi uma imensa honra tê-lo nesse cantinho...

PS 2: Gabi, muito muito muito muito obrigada por dividir uma pessoa tão especial com tantos leitores e por permitir que ele dividisse essa experiência mágica da paternidade dele (e da sua maternidade) conosco! Tenham um 2012 super abençoado!!!

8 comentários:

Fabi Alvim disse...

Que texto lindo, Mirys!! :-)
Uma história de apaixonar mesmo...
Beijos

Renata Marques disse...

Desprender para reaprender e começar tudo de novo, é um ciclo lindo de viver.

Anônimo disse...

Marcelo, assim é que se fala (ou escreve). Parabéns por tão bem passear nas emoções de ser marido e pai. Enfim...de ser família.
Grande abraço.
Manoel.

Camila disse...

Marcelo, vou fazer coro e completar: eu desaprendi a andar maquiada, de salto alto, e arrumada!
Agora adoro uma roupa confortável, que pode sujar e sentar no chão, cabelo preso, sapatilhas.
Maquiagem? Só se for passada pela minha pequena na 'mami'...
Também desaprendi ter a casa arrumada, pois ela anda repleta de brinquedos 'brincados', que vira e mexe são esquecidos fora do lugar.
(Se bem que a casa arrumada nunca foi mérito meu!)
Excelente texto, acompanhei o seu blog na Crescer, bom demais ler você de novo.
Camila

Camila disse...

Marcelo, vou fazer coro e completar: eu desaprendi a andar maquiada, de salto alto, e arrumada!
Agora adoro uma roupa confortável, que pode sujar e sentar no chão, cabelo preso, sapatilhas.
Maquiagem? Só se for passada pela minha pequena na 'mami'...
Também desaprendi ter a casa arrumada, pois ela anda repleta de brinquedos 'brincados', que vira e mexe são esquecidos fora do lugar.
(Se bem que a casa arrumada nunca foi mérito meu!)
Excelente texto, acompanhei o seu blog na Crescer, bom demais ler você de novo.
Camila

Carina Ferro disse...

Lindo demais!! Adorei!!!

Parabéns Marcelo! A Mirys tem toda razão, vc é apaixonante!

Beijos

Idê Maciel disse...

Mirys,
Maravilhada com a(s) partilha(s) que voce tem possibilitado no seu blog. Você é mil!!! E esse seu amigo marcelo é mesmo fora de série, muito bom mesmo. São pessoas assim que nem você que tornam, a cada dia, mais azul o nosso céu após a tempestade (parafreaseando a minha Cele). Muitos e muitos beijos e bênçãos e vida longa ao trio com paz e saúde muita.

Debby disse...

Nossa Mirys.... você é uma caixinha mágica de surpresas maravilhosas e totalmente surpreendente e mais uma vez você me fez sentir emoções únicas e trouxe a tona lágrimas que estão descendo até agora...

Muito obrigada a Deus por ter permitido de alguma form aportar no cais dos mosqueteiros... vocês viraram um dos meus blog de cabeceira..
E muito mas muito obrigada a você por me dá lições diárias de amor e carinho.

Bjs azuis
Debby :)