terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A despedida... (Diário da Mirys)

Domingo, 24 de janeiro de 2010.

Depois de um tempo lá, sentada, ela resolveu que tinha que fazer alguma coisa. Ele tinha ido, mas outros tinham ficado. E podiam precisar dela. Seu pai e o marido da sua irmã (também médico) tinham ido ficar com o Fer. E ela foi cuidar de sua sogra. Estava preocupada com a pressão dela, com o coração, com o estado emocional, com tudo! E estava certa: sua sogra realmente precisava de ajuda. Foi até um enfermeiro ou médico da ambulância e explicou a situação. Ele disse que nada podia fazer, que eles teriam que esperar, por sabe lá quanto tempo, até uma próxima ambulância chegar, pois nenhuma das 5 que lá estavam podiam socorrer aquela senhora, naquela hora... Esperaram, a ambulância chegou, mas só poderia levar duas pessoas: sua sogra e o irmão dele foram os escolhidos. Pois ela achava que estava bem. E sua irmã, mais uma médica, poderia leva-la pro hospital... Quanta sorte ter tantos médicos na família...

No caminho, completamente em transe, ela começou a se lembrar de algumas pessoas que precisavam ser avisadas: seu sogro (meus sais, como falar isso pra ele?!), amigos mais chegados, irmãos, seu chefe/amigo...pegou o celular e ligou uma vez para cada pessoa. Com quem conseguiu falar, falou.

No hospital, pediu para ser a última a ser examinada, pois achava que estava "normal". E estava. Não precisou de remédios, calmantes, controladores de pressão, anti-depressivos, nada. Nada... E ela ficou tão brava com ela mesma!!! Não conseguia chorar, não precisava de médicos, não tinha se alterado em nada. Como? Como, com uma notícia daquelas, ela não se alterara??? Como, como, como...

Chegou a duvidar do seu amor. Da sua sensibilidade. Da sua preocupação com o outro. Da sua maternidade. Da sua humanidade, mesmo!

Lembrou de seus pequenos e pediu que a levassem pra casa de sua mãe. Nem precisou virar a esquina para já perceber a quantidade de carros estacionados em toda a rua. Passava da meia-noite e muitos amigos estavam lá... Com os olhos, buscou sua mãe, a abraçou e só ouviu: "obrigada, filha. Obrigada por ser obediente ao seu marido...". A mãe dela sabia: sabia que, se ela tivesse ido junto, ela também estaria socorrendo as pessoas, ela também correria riscos, ela também estaria em perigo. E ela pediu para ir junto com ele. 4 vezes. E ele disse não. E ela obedeceu.

Não falou com mais ninguém e entrou para ver seus pequenos, que assistiam um filminho na sala, com um de seus tios. Achou melhor só olha-los pelo vidro e não atrapalha-los. Logo dormiriam. E não precisavam dormir com uma notícia daquelas. Eles só tinham 5 e 3 anos... Como se dá uma notícia dessa a crianças tão pequenas? Contar tudo, naquela hora, parecia a pior opção. Ela resolveu gerenciar sua dor, organizar o que precisasse ser organizado, chorar se conseguisse, e contar tudo no dia seguinte.

Entregou seu celular e o celular dele para uma das suas irmãs. E pediu para avisar todos os meninos das listas. Porque ela tinha amigas grávidas e/ou com bebês em casa. Não se dá uma notícia dessas, nesse horário, para mulheres grávidas, não é? Mas, os amigos precisavam ser avisados... muitos moravam longe e precisariam viajar logo cedo, no dia seguinte, se quisessem se despedir.

Quando todos foram embora, ela deitou na sala, mas não conseguiu dormir. Ela se sentia minúscula: nem dormir, conseguia! Como meia hora podia transformar vidas... pra sempre... irremediavelmente...

Mas, o sol nasceu. E esse foi o único pensamento que ela se lembra de ter tido, depois de ter entregue os celulares e virar um "zumbi", que cumprimentava amigos, recebia abraços, falava coisas, mas nada disso era consciente. "O sol nasceu. De novo. E vai nascer amanhã. E depois de amanhã... E depois de depois de amanhã..."

O telefone tocou e como ela era a única pessoa acordada, atendeu. Era da funerária. Perguntando se o caixão ficaria aberto ou fechado. Então, a ficha dela caiu... Aberto, por favor. Ela precisava se despedir... Acordou seu pai e fez um pedido tão absurdo, daqueles que só se faz para os pais, mesmo, quando você tem certeza de que é muito amada e vai ser compreendida: pediu que ele levantasse (depois de ter passado a noite quase toda no IML) e fosse pra funerária, enfaixasse o que precisasse ser enfaixado, arrumasse o que precisasse ser arrumado, para que o caixão ficasse aberto. E seu pai foi...

Era domingo. Com um sol lindo e pacífico, daqueles típicos de domingo, quando só se espera a vida passar tranquila. Daqueles que te convidam pra ir na igreja, que envolvem deliciosos almoços de família que terminam em sorvete, que são propícios para uma tarde na beira da piscina. Mas, tudo aquilo que era tão comum em todos os outros domingos, não aconteceria nesse.

Ela foi pro velório acompanhada de alguns queridos. As crianças ainda dormiam. Ela pediu para entrar na sala sozinha e assim aconteceu. Eles conversaram, só os dois, pela última vez. E ela prometeu cuidar das pessoas que eram queridas para ele, no lugar dele, do melhor jeito que ela conseguisse. Porque, na vida, é só isso que importa: as pessoas. E, naquele momento, isso era ainda mais claro!...

Abriu as portas. Dividiu com os outros o seu amor. Abraçou muitos. Consolou vários. Até mesmo lhe perguntaram, pessoas amigas da família dele (que não a conheciam bem), mais de uma vez, quem era a viúva. Pois ela não parecia se encaixar no perfil... Cuidou e foi cuidada. Quando soube que as crianças tinham acordado, fez uma reunião de família para saber o que fazer e como contar. Pai, mãe, irmã, irmão, cunhados.

De repente, no meio daquele turbilhão de emoções, onde ela se sentia como alguém que assiste um filme e fica torcendo pra mocinha se dar bem no final, ela saiu da sala - quando voltou, leu o nome dele na porta... e o seu, logo abaixo "deixa viúva a Sra. Miriane..."

E chorou. E se contorceu de dor. E se curvou. E chorou um daqueles choros incontroláveis que dão a sensação de que vão durar pra sempre...

Viúva. Viúva... Agora ela era viúva. Com 35 anos de idade: viúva. Mãe de uma criança de 3 anos: viúva. A mais velha de vários irmãos tão novos: viúva. Alegre, alto-astral, positiva, "poliana" até: viúva. Não combinava! Simplesmente, não combinava!!!! Não combinava...

Ela nem sabe quando parou de chorar ou quem a levantou do chão onde o seu corpo se curvou e ficou. Só se lembra que toda vez que lia aquela placa, o choro voltava, incontrolável, entorpecedor, até a cabeça latejar, faltar ar nos pulmões, o corpo desistir...

Dentro da sala, ela cantava. Pra ele. Ela conversava. Ela sorria. Fora da sala, em frente àquela placa, ela não existia. Era só dor!...

Até que fizeram sua última caminhada juntos. E choveu... E parecia filme... E ela foi pra casa dos seus pais (que foi pra onde a levaram, pois ela não tinha condições de pensar) e começou a viver o resto de sua vida...

(PS: quer ler a parte feliz desta história? Está aqui, na série "era uma vez")

19 comentários:

Dani Rabelo disse...

Nem imagino quão dolorido pode ser... quando penso no que aconteceu com vcs, me entorpeço de dor. E não deve ser NADA comparado à verdadeira dor.

Sinto muito, muito mesmo.

Que Deus os abençoe sempre!

Beijos,
Dani

Dayane Cavalcante disse...

Oi Mirys!Voltando hoje ao mundo "bloguistíco" e me deparo com um post desse...admiro a sua força, pois sei que é nos momentos de fraqueza e de dor que Deus nos faz forte, pois são nesses momentos que estamos mais perto dele..."Quando sou fraca é que sou forte, porque nesses momento me reconheço inteiramente dependente do amor de Deus"!
Bom estar de volta, agora com uma nova história pra contar!
Um grande abraço!!!

Nana disse...

Nossa, eu consigo me lembrar de todo esse episódio como se fosse hoje. Lembro que subi do cinema com a minha mãe e passei na frente da casa da sua mãe e tinha um monte de carros e nem sabia porquê. Lembro que, mais tarde, eu entrei no MSN e conversei com o Rodrigo e perguntei "e aí, td b?" e ele respondeu "não, o Fer da Mirys morreu" e eu jurava que ele estava tentando me pregar uma peça daquelas de muito mau-gosto. Lembro que liguei pra Tina no meio da madrugada e nem sabia direito como começar a perguntar se tudo aquilo era verade. Fui meio pelas beiradas, perguntando se tinha acontecido o acidente, se o Fer tava bem... E lembro de todo o velório, de ficar lá o dia inteiro com vocês vendo você lá firme e forte, apesar de tudo. Lembro de um monte de gente que achou que eu era da família e veio me dar os pêsames... E também lembro da chuvinha fraca que veio no final, enquanto a gente cantava um louvor e - apesar de tudo - sabia que Deus estava no controle e tudo ia ficar bem. Bjs e fiquem c Deus.

Unknown disse...

Impossível não se emocionar, os detalhes, as memórias, essas são inesquecíveis, e você sabe colocá-las no papel como ninguém.
Bjos
Ana

Anônimo disse...

amiga to tao triste desde ontem amava o fer de paixao e continuo amando sua familia linda........saudade de nos...mr peper, cumpadre, amigo, irmao, musico , de seus pulos maravilhos,de seus conselhos enfimmmmmm........ o amiga quanta falta
te amo
beijos
lu, rafa e natan

Unknown disse...

Novamente chorei. Nem sei mais o que dizer.
Mas embora essa história seja muuito triste e muito particular, ADMIRO TUA FORÇA EM DIVULGAR, porque duvido que qualquer pessoa que tenha lido seu post de ontem ou esse de hoje não passe a dar mais valor àspessoas que ama e às relações.

Beijos

Anônimo disse...

Eu francamente nem sei o que dizer....não sei como agir diante de perdas,despedidas,tragédias..sim tragédia,isso foi surreal...incompreensível...e quem disse que a vida é compreensível??.....nessas horas eu me isolo.....pois parece que dentro da nossa família isso nunca vai acontecer...até hoje ainda não tive coragem de ligar para tia Dina.,nem pra miris.mandei meus sentimentos por recado no trágico dia)eu estava em Alfenas e fazia muito sol....meu filho me perguntou por que eu chorava naquele dia lindo....preferi me calar,como já disse não sei lhe dar com perdas.. mE LEMBRO como se fosse ontem...o Fe e a Miris...irem até a maternidade me vizitar quando eu havia acabado de dar a luz.,eu estava ainda meio abobada ,aérea de tanta felicidade.. e a fofa ....da Miriane me levou um patinho amarelo para por na baheira e distrair o bb enquanto ele toma banho....meu filho agora com 8 anos,ainda guarda o patinho......Dani Iudice..

Marcinha disse...

Foi em janeiro de 2010 que recebi a segunda notícia mais triste da minha vida... Não em grau de tristeza, entenda, mas em ordem cronológica foi a segunda tragédia na minha família. Sim, porque em julho de 2008, meu tio querido foi assassinado em um assalto. Mas isto é história pra outro dia... De preferência, para dia nenhum.
E foi assim... Um telefonema falando sobre um acidente na estrada. Minha tia com voz grave dizendo que o Fer, meu "primo" (mais primo que alguns primos de sangue) tinha sido atropelado. Como assim? Quis saber detalhes, não conseguia admitir que ele estivesse machucado... Mas minha tia falou apenas que era grave. GRAVE. Uma palavra tão pequena mas com tanto significado. Um peso, de repente, caiu sobre mim quase me impedindo de respirar... Transmiti a notícia para o meu pai que estava deitado na sua cama e sentou instantaneamente pálido. Minha mãe estava em Brasília ajudando minha irmã que tinha acabado de ter um bebê. Liguei pra lá... Todos em oração.
Queria saber mais, queria saber tudo. Onde foi? Como foi? Por favor, Deus, faça com que ele esteja bem! Esperei uns minutos para recuperar o fôlego e comecei a ligar para uma das primas de Jaú. Uma, duas, três vezes... Ninguém atendia! Devia estar atordoada demais pra atender o telefone. Tentei outra. E outra. Até que uma atendeu e me falou tudo que eu não queria ouvir, que o Fer não estava mais com a gente.
Fui “dormir” sabendo que teria de acordar o mais cedo possível para ir pra Jaú apoiar a Miry’s. A todo momento ouvia o eco das risadas dele enquanto a "primaiada" jogava Academia no Natal... Lembrava dele vindo na minha direção com um sorriso e os braços abertos quando eu chegava na casa dos meus tios, falando um “PRIMAAA” tão gostoso e me abraçando. Não parei de chorar um minuto. Mesmo quando cochilava e acordava sobressaltada, sentia o rosto molhado. Por que, meu Deus?! Quanto desperdício!
Ele e outros morreram tentando salvar... Como alguém pode ser tão cego a ponto de não ver um carro pegando fogo, à noite, no meio de uma pista reta?! Perguntaram outro dia pra mim se o tal motorista imprudente havia morrido. Naquele dia, infelizmente, eu desejei que sim! Hoje, admito que não sei e não quis saber. Espero que não, mas acho que, se sobreviveu, decerto terá de enfrentar uma culpa imensa por seu descuido, por seu excesso de velocidade, por ter tirado vidas. Em segundos de distração, ele destruiu o sonho de algumas famílias.
O dia seguinte foi um pesadelo que às vezes me volta à mente. Viajar até Jaú calada, chorando. Chegar ao local do velório, chorando. Abraçar todos, chorando. Ver o Fer, chorando. Ouvir palavras de consolo, chorando. Falar palavras de consolo, chorando. Despedir do Fer, chorando.
O local estava cheio. Todos os amigos e familiares que puderam, vieram. Todos queriam carregar um pouco da dor, como se isso aliviasse alguma coisa. Quando chegamos (eu e meu pai), a Miry’s me disse algo que nunca vou esquecer: “Você veio!” E eu só respondi: “É claro que eu vim!”. E nos abraçamos... A parte mais difícil da vida dela só estava começando e eu estaria ali sempre que ela precisasse.

Gabriela Béber disse...

Mirys, que dor! naquela noite não acreditamos na notícia, corremos pra casa da sua mãe e ficamos horrorizados quando vimos os carros, era verdade!
Nosso coração está com vcs sempre!! Lembra que o Felipe era tão bebezinho, mas ele te ofereceu a chupeta? Acho que ele percebeu que vc precisava de muito consolo...
Um abraço, pra vc e pras crianças, daqueles bem fortes, do fundo da minha alma!

Mila Machado disse...

Mirys, amiga, gostaria de estar perto e te dar um abraço beeem apertado e demorado, sem dizer nada.
Amo você e sua família.
Bjo
Ah! Estou tirando as fotos do mamarazzi week para postar tudo junto na sexta feira.

Anônimo disse...

Mirys, parabéns por sua fibra. Acho que nessas horas Deus carrega a gente no colo e Ele carregou e abraçou muito forte você.
Beijos e bençãos.
Manoel.

Suzel Borges. disse...

A gente entra nessa história e sente uma parcela de saudade e dor...
Chorei.

Chris Ferreira disse...

Oi Mirys, admiro a sua força e coragem. Fiquei emocionada e com águas nos olhos. Não como seria comigo se eu passase por isso...
Nem sei o que falar.
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/

Rogeria disse...

Mirys, Deus te consolou em todos os momentos, te fortaleceu e sustentou, por isso toda tua fibra...Vc ñ se desesperou por saber que ele estava nos braços de Deus, imagino a cara das pessoas, pois deveriam estar esperando uma louca gritando enlouquecida...Admiro sua força,sua garra e sei que veio de Deus e dos teus filhos, a vida continua pra eles e pra vcs...
Tua mãe falou muito bem, que bom que vc obedeceu seu marido!!!
Bjs,querida!!!
Eu me emociono demais com tua história, que ñ é um filme é vida real...

Ju Louseiro disse...

Não sei - e nem tenho - o que dizer!

Deus faz coisas que não entendemos, mas um dia, na glória, talvez as coisas façam mais sentido na nossa cabeça, né?!

Tenho um carinho imenso por vc! (Apesar de estar um pouco sumida) Li esses dois ultimos posts aos prantos nos braços do Felipe, mas sei que Deus está com vcs.

Fiquem com Deus!


Um beijo =)
www.fuxicodenoiva.com.br
http://casamentodossonhos-juefe.blogspot.com
@fuxicodenoiva

Claudia disse...

Miris, me identifico demais com sua história. Lembro também do letreiro da funeraria com o nome dele.... e eu olhava e parecia que não era comigo. No noticiário dava que ele havia deixado a mulher grávida de gemeos, imagina no velório as pessoas chegavam em mim e passavam a mão na minha barriga e no começo eu não sabia e achava estranho quando diziam "Deus vai dar força pra vcs", mas pra mim o vcs era eu e minha filha.
Mas eu ainda to no comecinho do luto, e não aguento mais, imagina vc que vive isso há dois anos. Fiquem bem... beijos

Unknown disse...

Há dias venho lendo T-O-D-O-S os seus posts desde o comecinho e ler esse post foi difícil demais! Comecei, parei, recomecei, parei, recomecei...muita dor e muito sofrimento transmitidos de uma forma que eu pude sentir um pouco da dor tb. Vc é incrível, Glórias a Deus por isso. Bjs!

Anônimo disse...

Agora que vi que estou comentando como anônima!!! Meu nome é Janaina, sou de Fortaleza-Ce e conheci seu blog através do blog da Marcele.

Anônimo disse...

Olá Mirys
Encontrei seu blog meio que por acaso, após fazer uma pesquisa no Google de um assunto que nem me lembro mais...
Adorei a forma como você escreve, muito envolvente. Comecei a ler um post de reveillon e acabei lendo muitos outros... até que cheguei neste post onde você descreve o dia após o acidente...
Há quase 9 anos perdi alguém que amava muito, minha irmã mais velha, que tinha apenas 22 anos... na época eu tinha 16 anos e isso mudou completamente a mim e minha família...
É tanta tristeza que não sabemos como lidar com isso...
Lembro dos momentos após a notícia como se fosse hoje, cada detalhe, cada palavra... é algo tão surreal que a única coisa que eu pensava era: "isso é um pesadelo, é mentira, a qualquer hora eu vou acordar"...
A ficha só caiu mesmo no dia seguinte ao velório, quando acordei e dei pela ausência da minha irmã, e vi que aquilo não era pesadelo, e sim realidade...
Quantas vezes não me senti mal por eu estar viva e ela não?
Por mais que digam que o tempo cura tudo, não concordo. O tempo apenas ameniza... a saudade é cada vez maior.
Já fazem 9 anos e nunca passei um dia sequer sem pensar nela e sem sentir aquele aperto no peito, de saudade.
Só quero agradecer por dividir suas experiências... espero que você consiga ser o mais feliz possível daqui para frente...

Abraços, Fernanda.