Eu sempre fui mais de beijos do que de abraços. Com as crianças eu até faço "ataque de beijos", aqui em casa, e nós saímos rolando. Eles riem e eu dou milhões de beijos estalados.
Mas, aprendi a valorizar um abraço. Eu nunca soube o que falar em velórios... porque não há, mesmo, muita coisa a se dizer. Quando eu não tinha muita intimidade com a familia que ficava, eu dizia "meus pêsames", "eu sinto muito" ou algo do gênero. Mas, quando era um amigo que sofria, eu era mais aberta e assumia que estava perdida: "eu não sei o que te dizer. Só vim te dar um abraço..."
Quando chegou a minha vez de ser "aquela que fica", a que sobrevive, a que vai continuar, eu entendi o poder de um abraço e a força da frase que eu achava tão vaga: "não sei o que dizer - então, só queria te dar um abraço". E eu recebi cada um daqueles abraços! E sobrevivi por meses e meses da força que eles me deram, do calor que eles me passaram, do carinho que eles transmitiram.
Mas, isso já foi há tanto tempo...
Então que, na semana que antecede o Natal, eu fui na casa de uma amiga, que também é professora da minha filha. Ela não estava e a mãe dela (a quem eu chamo carinhosamente de "tia", mas com quem nunca tinha tido maior intimidade) veio abrir a porta. Eu fiz o clássico cumprimento que qualquer um faria: eu a abracei e disse "como vai, tia? Tudo bem?". Só que ela não soltou o abraço. Ficamos assim por uns minutinhos e eu percebi que ela comeou a chorar. Discretamente, mas chorou. Eu nunca soube exatamente o que estava acontecendo com ela, naquele dia, mas percebi que ela precisava de tudo isso que eu, uma vez, tinha recebido com abraços: força, amizade, conforto, carinho, calor.
Eu nem ia dividir essa história por aqui, mas, neste sábado, eu fui levar novos documentos pra minha amiga. Ela não estava em casa, novamente. E a mãe dela me recebeu, novamente. Nos abraçamos, dissemos as palavras amigáveis e comuns de sempre, beijinho, beijinho, tchau, tchau. Mas, quando eu entrei no carro, abri o vidro e acenei pra ela, ouvi: "Mirys, muito obrigada por aquele abraço, naquele dia. Você não sabe como eu precisava dele!... Muito obrigada!"
Meu ponto é: você nunca sabe quando pode fazer a diferença na vida de outra pessoa, com um gesto tão simples. Então, não economize! Pros seus amigos, pra sua família, pros seus filhos, praqueles que você admira: AQUELE ABRAÇO!
PS: C., este texto foi escrito no dia em que eu gostaria muito de estar do outro lado do país e te dar aquele abraço, amiga! Infelizmente, não consegui... Mas, saiba que pensei em você e sinta-se abraçada, virtualmente. TJ é TJ!
5 comentários:
Hoje estou precisando de um abraço!
Qualquer um. Quando se é muito fechado e exteriormente muito alegre, o mundo pensa que "cabeças frescas" não tem sentimentos.
Amanhã é outro dia, né?
Bjos e bençãos.
Manô.
Muito bom, realmente tem coisas que podemos fazer, que são tão simples e podem mudar o dia de alguém. Um abraço, um beijo, um carinho, dois ouvidos... =)
Sempre bom lembrar!
Beijos!
Ás vezes um abraço faz toda a diferença.
"sentimos o seu abraço" e saiba que é muito especial pra nós TJ
Eu amo abraçar e beijar! Mas você me lembrou que tenho que melhorar!! Hoje não vou só abraçar meu filho, mas todos que estiverem ao redor!!
Obrigada!!
Beijos E abraços!!
Paula
www.comoagenteviramae.blogspot.com
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