Eu, com toda essa minha intensidade (em parte minha, em parte aprendida), costumo querer vendaval. Não sei fazer as coisas pela metade... Até sei, mas isso me frusta. É chato, é chocante, mas é verdade. Sabe quando você está com desejo de comer, sei lá, uma pizza hut com aquela borda grossinha que você encharca de azeite?? Então... adianta comer uma pizza normal de qualquer outro lugar? Por mais gostosa que a pizza esteja, não é aquela que você estava esperando!
E eu espero!... Talvez seja um erro. Mas faz parte do meu processo criar “expectativas”. Com comidas, com eventos, com pessoas, com tudo. Com comidas fica mais fácil explicar... Imagine que eu queira provar, de novo, aquela salada de camarão que eu amo. Daí, eu economizo, vou pro mesmo restaurante que já fui antes, pago uma pequena fortuna, e vem uma salada minúscula! Ou com um sabor diferente! Mesmo que seja melhor, não era o que eu esperava! Eu já tinha sonhado com a salada, já tinha pensado nela e a boca tinha salivado, já tinha feito a propaganda pra outro alguém que ia me acompanhar nessa experiência gastronômica. E chego lá e o gosto é diferente. Isso é frustrante. Muito frustrante!
Com pessoas, geralmente, eu sou exagerada. Geralmente, eu sou vendaval. E quero vendaval. Cazuza bem me explicou naquela música que diz “adoro um amor inventado”. Porque eu sou assim. Eu crio histórias na cabeça, eu vejo cenas que nem sempre acontecem, eu ouço frases que ainda não foram ditas. E já tenho as respostas pra elas. A minha cabeça não para. Mal de ser “a 1000km/h”, mal de ser intensa, mal de gostar tanto de histórias e roteiros, mal de ser eu.
Então que, dia desses, eu tive um vendaval inesperado. Surgiu do nada, veio ventando e destruindo o que tinha pela frente (e que eu tinha demorado muito para organizar), veio deixando tudo o que era “quase certo” como totalmente incerto, veio tirando a paz, o que era “quase meu”. Quando eu percebi, estava no meio do vendaval. Sem tem antevisto isso, eu não tinha resposta, não tinha reação, não tinha contra-ataque. Aquilo, simplesmente, não estava no meu script!
E eu me peguei pensando, hoje, quando recolhia alguns caquinhos, que eu queria calmaria. Queria certezas, queria paz, queria tranqüilidade, queria saber onde eu pisava, queria ter um mínimo de controle, queria não me preocupar.
Claro que eu ainda quero a intensidade toda, quero que me tirem do eixo, quero sorrir do nada, sem motivo e com todos os motivos do mundo, só de lembrar um olhar, um beijo, um toque. Mas quero sereno, quero sem dúvidas, quero ser única, quero que a outra parte tenha por certo tudo aquilo que eu também quero por certo, quero sem pestanejar, quero ter certeza de que o arco-iris estará lá depois do vendaval. E eu surpreendi a mim mesma.... Talvez seja melhor não me arriscar ainda... Talvez eu precise de mais tempo... Talvez eu nem faça sentido...
7 comentários:
Mirys, poderia ter escrito esse post! Também sou vendaval, apesar de adorar a calmaria.
Acabei de sair de um tornado e tenho me perguntado se faço sentido.
Beijo
NOSSAAA !!!
COMO VC ME DEIXOU CURIOSAAA !!!!
PELO AMOR DE DEUS APAREÇA OU ENTÃO ME MANDE MENSAGEM. ESTOU COM SAUDADES E QUERENDO SABER O QUE ANDA ACONTECENDO...
Oi querida...essas nossas reviravoltas dão história pra contar, hein?!
Voltei das férias com muitas novis.
Bjs e fiquem c Deus.
Ninguém melhor do que você para saber quanto tempo deve ter o seu tempo!!!
Vc não me respondeu o e-mail?
Bjos
Ana
Não se preocupe, amiga, você pode ser os dois: calmaria e tempestade!
Melhor que o próprio Criador, ninguém sabe, Ele mesmo diz que há tempo para todas as coisas e você como filha Dele, também tem o seu tempo...
Mas você sabe qual é o melhor tempo? O DELE, saiba esperar, que o que Ele tem, é sempre o melhor para você!
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Eclesiastes 3:1-8
Bjo
Certezas... queremos tanto.
Mas como ter?
O medo faz parte.
Só não podemos deixar ele decidir.
Só posso desejar boa sorte!
E muita calmaria nesse vendaval!
Beijos!
Também sou mais vendaval, crio expectativas, viajo, exagero.
Com o tempo fui querendo mais calmaria mas as vezes me pego buscando o vendaval e penso: "estou arrumando sarna para me coçar".
O importante a avaliar quando vendaval deve ser encarado e quando me recolher para a calmaria. Estou buscando esse aprendizado sempre.
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
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