E chegou o final de semana, de novo. Será que agora, finalmente, nós iríamos conversar? Será que, finalmente, eu ia ouvir o pedido de namoro ao vivo e tomar uma decisão? Porque, até então, todas as nossas conversas e todas as declarações dele tinham sido por textos. Torpedos... e-mails... bilhetes... mas eu fugia de uma conversa cara a cara. E ele esperava o “meu momento certo”.
Mas o sábado passou, eu encontrei uma desculpa plausível, e não o vi. No domingo, quando eu não teria como escapar... eu escapei! Na saída da igreja ele pediu pra conversar comigo e eu disse que tinha coisas para arrumar, pois iria para um curso, em São Paulo, na semana seguinte. Coisa de trabalho, coisa importante, coisa que não dava para ele argumentar “resolva depois, por favor”. E eu fui embora. Na verdade, eu não tinha só a mala para arrumar... eu tinha a MINHA CABEÇA para colocar em ordem!
Fui pra Sampa, de madrugada, pensando um milhão de coisas, dentro do ônibus. Por que eu insistia no que não era pra ser? Por que eu não aceitava o que estava tão explicito, na minha frente? Por que eu orava e pedia por alguém que fosse louco por mim e, quando isso acontecia, eu ficava esperando alguém gritar “pegadinha!”? Por que eu achava tão impossível assim o H se interessar por mim? Por que eu achava que, na verdade, beeeem lá no fundo, ele não me queria tanto assim e que quando ele percebesse que eu era um “pacote completo” (eu + Guigo + Nina + neuras de viúva + família minha super presente + família do Fer + gato + cachorro + papagaio), ele ia sair correndo? Bom, pelo menos, eu ia ter uma semana pra pensar...
Melhor do que tempo, em Sampa eu tinha AMIGOS!!!! Muitos e queridos amigos!!! Com quem eu poderia conversar sobre as possibilidades, ver minha vida com outros olhos, colocar tudo sob um novo prisma! E foi exatamente o que aconteceu...
Entre uma pizza e outra, uma garrafa de vinho, anéis de cebola, passeios em livrarias (amoooooooooo livrarias em São Paulo), uma batida de pernas na 25 (pra comprar lembrancinhas pras crianças – eu faço isso SEMPRE que viajo. Eu trago nem que seja um lápis novo, só pra dizer, com algo concreto, “eu me lembrei de você”)...eu fui conversando, conversando, conversando. Contei os últimos meses para os amigos mais íntimos, falei sobre as minhas questões internas, sobre as minhas orações, sobre as reações das crianças, sobre tudo!
E, na última noite em Sampa, eu fui visitar meu primo (aquele músico, que me convidou pra ver os shows dele), a esposa dele e o filhinho, ainda na barriga dela. Falamos sobre crianças, dietas, choro de bebê, noites insones (pouquíssimas, no meu caso, graças a Deus!), relacionamento pós filho e todo esse mundo novo da maternidade / paternidade que começava pra eles. E entramos no “meu assunto”. E eu descobri que além de tooooodas as “neuras” que eu tinha com relação ao H, eu ainda tinha umas “neurinhas” com relação à profissão dele. Porque, sabe como é né? Piloto de avião... toda aquela fantasia no imaginário coletivo... uma vida muito diferente... uniformes... todo mundo viajando e conhecendo e vivendo em outros cantos... Como que uma pessoa assim ia se encaixar na minha vida “normal”, de casa, filhos, trabalho, conversas no final da tarde do tipo “oi, como foi o seu dia?”???
Pra salvar a minha ilustre e pensante cabecinha, a Vã, mulher do meu primo era... comissária de bordo! Ela também vivia aquela vida do H (de um jeito diferente, mas vivia! Muito mais próxima do “mundo dele” do que do meu), ela viajava, ela estava sempre arrumada, ela usava uniforme, ela convivia com pilotos! Aquela fantasia toda era a vida dela!!! E ela me apresentou, direitinho, o que era real e o que era só fruto da imaginação (fértil) coletiva. E meu primo estava casado com ela, vivendo um relacionamento estável e feliz (tudo bem que músicos também não têm nada de vida normal, nada de rotina, nada de brincar de casinha como pessoas ordinárias como eu! Eles também fazem parte do imaginário da juventude de qualquer um, com uma vida sem ritmo, sem rotinas, sem 7 dias no mesmo lugar, cheia de aventuras. Mas, mesmo assim, ele me serviu de parâmetro). Se dava certo pra eles, também poderia dar certo pra mim!!! Tudo era uma questão de tentar e dos DOIS estarem beeeeem a fim de fazer aquele relacionamento dar certo!
Só faltava o improvável dia da minha “conversa ao vivo” com o H, para eu discutir certas coisas, apresentar meus medos, ouvir o que ele tinha pra dizer, para poder ponderar o MEU caso! Porém, no final de semana que se aproximava seria o feriado de carnaval e eu ai, como todos os anos, para uma estância com a minha família. Um retiro evangélico. Um lugar delicioso, calmo, tranquilo, com programação para as crianças o dia todo, onde eu poderia ficar a sós comigo mesma, traçar planos, tomar decisões. Um lugar onde eu poderia encontrar amigos, inclusive os da minha própria igreja de Jaú (que eu via todo domingo, mas com quem eu não conseguia conviver).
Aquela não tinha sido minha primeira opção, mas as crianças insistiram tanto, meus pais fizeram programações, meus irmãos todos iam (e eu adoro passar tempo com eles), que eu decidi passar o carnaval assim, quietinha, montando frase a frase, na minha cabeça, a conversa que eu teria com o H, na oooooutra semana. Mal sabia eu que as coisas sairiam bem diferente do que eu tinha planejado...
Cenas do próximo capítulo aqui.
9 comentários:
Ai meu deus não vai me sobrar uma unha nas mãos ahahha
Beijos
rsss...Muito legal! Vim ver tua bolsa e ainda não achei.sr beijos,chica
Pelo jeito ele tb foi...rsrsrs
Bjo mosqueteiros!!!
Ui, que curiosidade!
Amei o post!
Beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com.br/
Nossa já li uns 8 posts seus, tô aqui parada, congelada com tudo que vc está "me" contando, quero mais...
Bjs
Aposto que ele foi também! hehehe
Adorei o texto!!! Agora só segunda-feira, né??? Bjs!!
Sem ansiedade esperando o próx. capítulo ......
alguém aí acreditou?????? rsrsrs
Bjs Mirys
Bora para o próximo capítulo, rsrsr
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