Depois de um tempo (mais de um ano e meio, no meu caso), eu comecei a ficar muuuuito triste de estar sozinha. Mas, entendam o muito como “muito x 1 milhão, elevado à décima potência”. Algo do tipo....
Era um fato pra mim que eu não gostava de viver a vida assim, vôo solo, sem ter ninguém com quem compartilhar. Eu não nasci pra isso, como diz meu amigo W. Eu sou uma pessoa de relacionamentos! Não que isso me resuma (como “ser mãe” não me resume. Eu ADORO, mas eu não sou só isso. Ninguém é tão simplório assim, para ser uma coisa só....), mas isso me definia também: eu queria ser o amor de alguém. Eu queria amar alguém.
A vida de “avulsa” é beeeeem mais simples, confesso. É porque você não tem que avisar ninguém de nada, não tem que pedir permissão, não tem que ser ver “vai dar” pra outra pessoa ir em tal compromisso com você. Não, você decide. Então, se eu recebia um convite, numa quinta à tarde, pra ir pra Campo Grande, eu decidia que ia, abastecia o carro, fazia as malas, viajava umas 9hs com as crianças na sexta (feriado) e chegava no Mato Grosso do Sul a tempo de tomar uma cerveja! Se a minha sogra falasse que estava com saudades das crianças, eu colocava os dois no carro, viajava um pouquinho, almoçávamos com a vovó, eu ia pro cinema (pra deixa-los sozinhos um pouco, só se curtindo), pegava os 2 e voltávamos pra casa, no dia seguinte. Pif-paf-pum. Resolvido! Era simples.
Mas eu não queria o simples. Eu queria alguém pra falar “tem jeito de resolver a sua agenda e a gente ir pra Campo Grande?”. Alguém pra compartilhar, pra dividir a vida, pra sonhar e planejar junto, pra ajudar a decidir até aquelas horas vagas (“esse filme ou um vinhozinho?”).
E eu comecei a chorar, toda noite, porque eu não aguentava mais ficar sozinha....
Eu via casais ao meu redor. Curiosamente, eu comecei a ver SÓ casais ao meu redor! E até o braço do meu cunhado, passando atrás das costas da minha irmã, no banco da frente do meu, me incomodava. Porque eu não tinha aquilo! Era tão pouco, era tão insignificante, era “só” um braço nas costas. Sem carinho, sem beijos, sem nada demais... mas eu não tinha nem aquilo! O que eu tinha era MENOS do que aquilo. Era zero.
O “problema” é que eu não “precisava” de ninguém. Eu já tinha aprendido a viver sozinha. Eu cuidava do carro, da roupa e da louça. Eu pagava as contas. Eu sustentava as crianças. Eu redecorava a casa. Eu decidia o jantar, eu fazia o jantar, eu comia o jantar. Ponto. Então, eu fiquei exigente, porque alguém que viesse teria que vir pra acrescentar, pra trazer um algo a mais, pra trazer cor, música, emoção pra vida.
E toda noite, quando eu chorava, eu orava. Em partes, eu orava direito: “Deus, SE o Senhor quiser e QUANDO o Senhor quiser, eu quero ter outra pessoa comigo. O Senhor sabe que eu não aguento mais ficar sozinha, que eu estou muito triste. Mas, se o seu plano for outro, eu entendo.” A partir de então, minha oração ficava parecida com uma análise de curriculum, num departamento de recursos humanos: “mas eu quero alguém que goste de crianças, que não tenha uma história anterior (eu achava que a minha já era pesada demais para uma relação), eu quero alguém que NÃO me conheça de antes, eu quero alguém que seja resolvido financeiramente (eu não fazia a menor questão de ter alguém que pagasse minhas coisas pra mim porque eu mesma pagava. Só não queria alguém que ficasse comigo PORQUE EU pagava as coisas pra ele), eu quero alguém assim e assado”.
E eu continuei orando e chorando, por muitas e muitas e incontáveis noites...
Cenas do próximo capítulo aqui
4 comentários:
Como vc mesma me ensinou...Deus não demora, Deus capricha! Bj e fk c Deus.
A solidão dói. A gente pensa nas possibilidades que se foram e não consegue ver as expectativas futuras. Eu estou vivendo esse momento. Espero que passe. Seja feliz. Você merece...
Deus vai atender o seu pedido, dá para perceber o quanto vc tem fé. Vc vai ser feliz, pode apostar. Beijos.
É impressionante ue quando estaos carentes de algumas coisas, é o que mais vemos nos outros ne, no seu caso os casais...
Deve ser muito dificil se abrir para otra relação, afinal vcs não terminaram, ele simplesmente se foi desse mundo...
As conversas com Deus e a vida é que faz aprender como viver novamente!!!
Bjs
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