segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Hora H 2 - láááááá atrás (Diário da Mirys)

Essa série de post bem poderia se chamar “enquanto isso”, porque essas coisas foram acontecendo, na vida de outra pessoa, enquanto eu estava na fase “interlúdio”. Mas, não ficaria condizente com o final da história.... Por isso, ela vai nomeada de Hora H. Porque foi a MINHA hora. Aquela importante. E porque “H” é uma letra cheia de significado pra mim. Vocês vão entender....

Em julho do ano passado, quando já tinha se passado mais de um ano e meio do acidente que tinha me deixado viúva, eu resolvi voltar a ser e viver a Miriane. Deixar de ser só a mãe do Guilherme e da Helena, a filha, nora, irmã, prima, amiga. Eu queria ter vida além da minha família e da minha casa. Minha família (incluída, aqui, a família de coração) tinha sido bárbara comigo, durante todo o período pior do luto, quando eu me vi com duas crianças pequenas pra criar sozinha, com mudanças de emprego, de casa, de cidade, de vida pra fazer. Eles tinham sido BÁRBAROS, em todos os sentidos, com letras garrafais! Mas, por motivos óbvios, eles não iam preencher algumas áreas da minha vida, que eu sentia que precisa tirar da geladeira.

Eu precisava voltar a sair com amigas solteiras, conversar, rir, dançar, olhar pessoas ao meu redor. Eu precisava jogar a plaquinha de “CUIDADO: VIÚVA BRAVA” longe e tentar ser “só” a Mirys. Conhecer novas pessoas. Conhecer novos lugares. Abrir possibilidades. Criar novas lembranças. Mas essa era uma missão beeeeem difícil porque todas as minhas irmãs estavam casadas, nessa altura do campeonato, e a maioria das minhas amigas também tinha mais de 35 anos e também já eram casadas (ou namoravam há séculos). Ou seja, achar gente bonita, elegante, sincera E SOLTEIRA pra me fazer companhia, num sábado, à noite, era uma missão quase impossível!

E, numa noite qualquer, eu entrei no facebook (que eu nunca usava) e decidi atualizar a página do blog. Eu estava tentando usar meu tempo livre (ou seja, TODAS as noites da semana) com algo mais meu. Depois de escrever várias coisas no Diário e de postá-las no face, eu desconectei e reconectei. Na MINHA página. Fiquei uns 5 minutos e já ia sair, quando abriu aquela famosa janelinha na parte debaixo da tela do meu computador: “oi Mirys! Tudo bem? Há quanto tempo?”

Pois é... era muito tempo mesmo!!!

Conversamos um pouquinho naquele papo de “e aí, como vai a vida?”. Nada de importante. Nada de especial. Mas foi uma delícia conversar com ele porque, na verdade, a gente nunca tinha con-ver-sa-do antes. A gente se conhecia desde criança (eu com uns 2 anos, ele com uns 5) porque fazíamos parte da mesma igreja, as famílias eram amigas, coisa e tal. Mas uma diferença de quase quatro anos de idade, quando você é criança, adolescente ou está no começo da juventude é uma ENORME DIFERENÇA. Os assuntos são outros, os interesses são diversos, as conversas são diferentes. E a gente não se gostava, nem se desgostava. A gente, simplesmente, não tinha muito contato. Sabíamos tudo quer era importante da vida um do outro, por frequentarmos os mesmos lugares. Mas nunca tínhamos batido um papo assim, bacana, despreocupado, divertido.

Terminamos a conversa, mais de uma hora depois, com o clássico: “a gente se fala”. Mas, a gente não se falou... E o tempo passou.

Cenas do próximo capítulo aqui.

8 comentários:

Nana disse...

Agora to começando a entender....

PEDROCA CARA DE TABOCA disse...

Caramba!!! Quanto mais leio mas fico impressionado com sua historia de vida !

Aline disse...

Vc merece redescobrir esse lado da vida, amiga!!!!
Torço demais por vc!
Bjs.

Debby disse...

Ai ai que românticooooo
Bjs
Debby :)

lili disse...

Para com esse suspense e conta tudo de uma vez, malvada!

Unknown disse...

mas...
o tempo passou...
e depois a gente; a gente se falou...

Marcelo Campione disse...

Ai que ansiedade!!!

Anônimo disse...

Agora que estou voltando a ter um tempinho e estou me deliciando com seus escritos e suas histórias.

bjo

filhadejose.blogspot.com