Toda estória começa com um "num reino muito, muito distante...", o famoso "era uma vez" ou um alternativo "era um dia de inverno / outono" (porque, na primavera e no verão todo mundo se dá bem, então as estações do ano que sobram pra começar as estórias são o inverno ou o outuno, tadinhos...). Essa vai ser diferente.
Porque era verão. O reino não era nada distante; pelo contrário, era a cidade onde ambos tinha crescido. Nada "ERA uma vez"; porque ainda É! Mas, por falta de algo mais criativo, vamos usar as velhas fórmulas de estórias que fazem todo mundo se envolver...
Era uma vez, num reino muito, muito
Ela (eu!) tinha 37 anos. Dois filhos pequenos. Tinha ficado viúva há mais de dois anos. Eram quase 800 dias sozinha... 763 pra ser exata. Pros outros, isso tinha passado muito rápido, a vida tinha voltado ao normal, tudo seguia em frente, casa + família + estudos + trabalho nos eixos. Pra ela, eram setecentos e sessenta e três dias + setecentas e sessenta e três noites de recomeço. E isso doía e cansava.
Ele (H) tinha 40 anos. Dois filhos pequenos. Estava divorciado há muito tempo e já tinha tido seus dias e noites tentando estruturar a vida na cabeça, pensando sobre um futuro que parecia improvável de mudar, tocando a vida em frente do jeito que desse.
E o tempo, ah!... o tempo, esse brincalhão, que insistia em passar arrastado e fazer tudo ser visto sob lentes de aumento... Porque o tempo passa rápido ou depressa dependendo de quem o vê! Uma tarde de trabalho, com algo muito chato pra fazer, demora séculos pra terminar. Mas a mesma tarde, na beira de uma piscina, repleta de amigos, passa tão correndo que você nem percebe. Pois é... só que ambos estavam na fase do "algo muito chato pra fazer" e o tempo, a vida, o mundo se arrastava!
Eles se conheciam desde pequenos, pois frequentavam a mesma igreja, mas nunca tinham olhado pro outro e pensado em qualquer possibilidade. Até que um dia, um belo dia, ele olhou pra ela e pensou "por que não?". E o tempo começou a correr rapidinho! Ela, vivendo no mundinho dela, não percebia as gentilezas extras do "amigo" que ficava hooooooras conversando com ela, que a levava pra jantar, que sempre lhe mandava um torpedo pra alegrar seu dia, que estava por perto. O relógio interno deles funcionava em ritmos completamente diferentes... com ela tentando se ajustar, a cada dia... e ele se apaixonando, cada vez mais.
Meses e meses depois, ele teve a sua chance de falar com ela e pedir para que ela deixasse que a vida dos dois se entrelaçasse, que rodasse no mesmo tempo, que dançasse no mesmo compasso, que o tempo fosse medido pelos minutos entre um encontro e outro, um beijo e outro, uma conversa e outra. E, numa madrugada de fevereiro, a vida dela voltou a fluir e ela deixou que ele ajustasse os seus relógios internos.
Ela estava feliz! Feliz! Feliz!!!
E daí que eles tinham, juntos, 4 filhos e precisariam pensar nisso?
E daí que eles moravam em cidades diferentes?
E daí que ele era piloto de aviões e tinha uma rotina nada normal?
E daí que eles se conheciam desde crianças e nunca nunca nunca tinham pensado em ficar juntos?
E daí que o resto do mundo achasse que eles não combinavam?
O "resto do mundo" não tinha ganho o beijo que ela tinha ganho e sentido o que ela tinha sentido! O "resto do mundo" não precisava entender nada! Não ainda. Não agora. Agora, depois de tudo o que ela já tinha superado, ela só queria viver...
Mas, pra não chocar ninguém e também porque ela não sabia se aquela loucura toda ia passar daquilo ou se tudo seria apenas um sonho bom, ela pediu pra ele "discrição". Eles passaram a noite de sexta e a de sábado grudados, conversando, rindo, vivendo; mas no domingo à noite, eles iriam para a igreja. A mesma igreja! Os filhos estariam lá. Os pais estariam lá. Amigos em comum estariam lá. Então, ela aceitou encontrá-lo mais tarde, mas ali, em público, eles teriam que ser discretos (pois, se alguma coisa não desse certo, quanto menos gente soubesse, melhor).
Ele chegou e sentou em um canto. Ela chegou e sentou lá na frente. Tudo como sempre fora. Eles cantaram, oraram, ouviram. Tudo normal. O sermão chegou ao fim e ele estava conversando com um amigo, bem na saída. Ela passou por eles, para ir embora. Pensou: "cumprimento ambos, sorrio e saio rápido". Simples. Fácil. Indolor.
"Oi fulano." (o amigo em comum)
"Oi Mirys."
"Oi H"
"Oi minha linda."
Minha linda????? MINHA LINDA?????? EM QUE UNIVERSO QUE CHAMAR ALGUÉM DE "MINHA LINDA" É DISCRETO E SERVE PARA NÃO DEIXAR PARECER QUE VOCÊ ESTÁ COMPLETAMENTE APAIXONADO POR ALGUÉM?????????
Cenas do próximo capítulo aqui.
14 comentários:
Que historia eim! Linda!
Imagino como deve ter sido difícil do seu namoro...
Eu ri com o "minha lida" hahahaha
Te seguindo!
Beijos!
Venha me visitar....
Adorei a nova foto ali no cantinho. Mas num tá faltando um?!
Será que o amor conhece a palavra discrição?!
Beijo
kkkkkk...o meu tb me chama de minha linda...eu adoro tb....bj e fk c Deus.
Quero até saber quando lançará o livro com todas essas histórias.
Seus capítulos são perfeitos!
Concordo que o tempo passa depressa ou devagar dependendo do dia em que está vivendo.
O que mais precisamos, dia após dia, é não se importar com os outros... como você disse. Muitas vezes por ficar pensando no que os outros dirão, deixamos de ser felizes.
Imagino sua reação depois do cumprimento "Oi minha linda"...
rsrsrs
Aguardo o próximo capítulo!!
Bom começo de história, minha linda!!!!!!!!
Vamos combinar que discrição é um conceito flexível, não é mesmo?! XDXDXD
Toda historia tem suas paginad q nos fazem torcer, rir, chorar or ficar com raiva.
Toda historia quando suas diretrizes tem com base o amor e a fe, a gente aqui do camarote fica roendo as unhas para o mocinho criar coragem e se declarar urgente para a mocinha, e esta por sua vez ceder ao primriro beijo e arrancar sudpitos de nos, os leitores
Toda historia deveria ser assim uma guerreira que empreende a batalha sozinha de educar, formar e acima de tudo amar seus filhos, zelando pela continuidade da familia
E historias assim merecem ser sempre abencoadas por deus e ter finais sempre felizes
Bjs bjs aos 6
Debby :)
Essa estória contínua vai ser delícia de ler, como todas as outras. Já esperando o próximo post. Bjs!
Janaina
"Oi Minha Linda", mas poderia ter sido Minha Vida, Meu Amor, Meu Tudo! ou simplesmente Minha Mi!!!
Eu te Amo...
Seu H.
kkkkkkkk
Taí, gostei !!! Sinal de que ele estava certíssimo do que queria né não lindinha ?
beijoooo
Li
londrescomfilhos.blogspot.com
Fico feliz em te ver feliz. Aliás, todos os 6 felizes...
o tempo cura tudo!
Beijosssssssssssssssss
┌──»ʍi૮ђα ツ
Oie, td b? Tem presentinho no meu cantinho pra vc....passa lá...bj e fk c Deus.
Aiii não tem como não terminar esse post com vários sorrisinhos, vários tumtum no coração!!!
Homens! Nunca discretos!!!
Muita felicidades para vcs 6!!!
Beijos saltitantes
Boa semana
Mais uma história deliciosa pra acompanhar, EBA!!!
Beijos e felicidades!
Ai que delícia nova saga!!!!
Em SP capital muitos amigos do meu namorado me chamam de linda!!! E acho engraçado!!! Agora imagina ele te chamando de Minha Linda! Deve ter ficado vermelha na hora né?!
Quando a gente ama, fica dificil disfarçar!!!! Mas entendo sua situação!
Bjos
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