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sexta-feira, 8 de março de 2013

Então, é isso... (Diário da Mirys)

Mais uma semana termina e eu não escrevi no blog o que eu QUERIA escrever. Parei a saga "1+1=6". Olhei um zilhão de vezes para as imagens que ilustrariam minhas palavras (ah!... como eu amo fotografia...) e pensei que sem elas os textos ficariam menos interessantes e reais...

Daí, decidi escrever mesmo sem fotos! Claro! "Miriane, você começou esse blog JUSTAMENTE para contar Histórias! Problemas reais, soluções possíveis, dias de muita alegria em família, dias normais. Você começou este blog para ajudar gente que enfrenta dificuldades como as suas... pra encarar de frente os medos... pra tentar fazer a diferença pra alguém, não importa quem, não importa onde, não importa o motivo. EN-CA-RE! Sente, escreva, (se possível for) inspire!"

Por isso, à noite, eu abro a página de nova postagem, me preparo para o duelo com o computer, quando eu quero escrever mais rápido do que o meu pensamento, e... nada. Não vem uma palavra. Não dá. Não consigo. Não sei ser "pela metade"... nem na escrita.

De repente, eu abro minha caixa de mensagens, vejo mais um comentário do tipo:

"Mirys, estava falando de vocês pro meu marido e resolvi mostrar a foto de todos os 6 mosqueteiros que você publicou no fim do post... e ela tinha sumido... quê que houve? .. e foi trocada uma foto no post: conte suas bençãos..aquela com o título "carinho"..será que você viu que aconteceu isso?
um abraço"


E fico olhando pra tela sem saber o que responder, SE devo responder, COMO devo responder... e travo. (eu sei que vocês todos que me enviaram comentários perguntando sobre as imagens da minha nova família devem estar lendo isso agora. Então, por favor, me desculpem. Ainda não encontrei um meio de responder a todos vocês...)

Pra ser sincera, eu gostava mais quando eu falava de situações da vida real, dos desafios, de como manter a fé, a paciência, o amor, a compreensão, a sanidade até, em qualquer momento da vida, e recebia comentários assim:

"Olá Miriane.
Meu nome é R. Sou uma das suas leitoras "ocultas", aquelas q vem se deliciar com tanta coisa legal que voce escreve, mas que dificilmente deixa uma mensagem...
Nao me lembro como conheci o seu blog. Bom, tenho uma amiga nos EUA que perdeu o marido com câncer. Ela ficou sozinha com 3 crianças ( 1 deles tinha 1 mês quando o pai faleceu). Eu queria muito poder ajuda-lá mas por estar distante era mais difícil. Então recomendei que ela viesse conhecer seu blog, pois acredito que a maneira como voce lida com as situações no seu dia a dia tb possam ajuda-lá a lidar com as dela. Hoje ela me contou que uma esposa de um pastor, em Orlando, tb indicou o seu blog para ela ler. Legal isso.
Para falar a verdade, voce tb esta me ajudando muito a lidar com situações na minha vida e com meu filhos. Muito obrigada e que Deus abençoe muito voce, seus filhos e seus planos! Grande beijo!"


Não acho justo ter dividido tooooooda a parte complicada da vida com vocês (viuvez) e não compartilhar a parte boa (nova família)! Como eu posso querer inspirar alguém se eu só conto a parte triste da história e, quando Deus vem e faz a sua revolução de alegria, eu não posso contar / mostrar???

Eu juro que estou tentando não perder o pique! Estou procurando contar estórias legais do Guigo, colocar fotos lindas da Nina, mostrar transformações na casa (eu decidi pintar a casa toda, sozinha, já que não posso escrever o que eu quero - mantém a cabeça ocupada!), fazer posts interessantes pra vocês todos que aparecem por aqui, todo santo dia. A vocês o meu enorme MUITO OBRIGADA, mas eu me cobro cada vez que eu posto uma foto da Helena... porque ela já não é mais a única menina na minha vida, na minha família... o Guigo não é o único menino a ter o meu amor ou estórias pra contar... Então, quando eu falo SÓ dos dois, me parece que eu estou sendo o que não queria ser: METADE.

Então... é isso...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

{ 1 + 1 = 6 } “Filho...a mamãe quer namorar. Pode?” (Diário da Mirys)



Capítulo 9.

Filha número 1: ok!
Resolvido, contado, caso encerrado, feito, deal, pronto. Ok!

Eu já tinha contado pra Nina que eu tinha começado a namorar. Agora, não ia dar pra enrolar mais: o Guigo precisava saber. Já! Mas, com ele, eu precisaria ser mais cuidadosa...

Ele tinha 5 anos, quando o acidente aconteceu. Ele tinha tido mais vivência com o pai, ele tinha lembranças por ele mesmo, ele nunca tinha me pedido uma foto para se lembrar do rosto do Fer (como a Nina fez por tantas e tantas vezes – ela tinha completado 3 anos). Além disso, ele já tinha me pedido para não chorar, ele era mais introvertido, ele sempre falou menos sobre ele mesmo (a Nina tagarela e se resolve), ele sofreu mais com detalhes tipo ver fotos do pai espalhadas num local e me pedir para não voltar lá. Ele era mais sensível e eu tinha que ser mais sensível com ele, também.

Nós já tínhamos conversado duas vezes sobre o assunto “namorado”. Eu só me arrisquei a falar sobre o assunto com ele, quando eu mesma me senti preparada para voltar a PENSAR em ter outra pessoa. E lá iam dois anos da minha vida... Na primeira vez que nós conversamos, ele foi categórico: era melhor eu ter só amigos, mesmo! Não sei se ele não sentia confiança na pessoa que tentava se aproximar de mim, não sei se ele estava numa fase “egoísta” e queria a mãe só pra ele, não sei se ele ainda não estava preparado para a mudança. Eu não sei... Por isso fiquei só com o que ele falou pra mim: melhor não. Não agora.

Deixei o tempo passar um pouquinho e nem toquei mais no assunto. Até que, num belo dia, ele mesmo anunciou: “mamãe, você VAI TER um novo namorado!” E disse feliz, sorrindo, em paz. E de cabelo molhado! (coisas de mãe... me lembro desse detalhe como se fosse hoje!)

Nessa altura do campeonato, o H já tinha deixado de ser “o amigo piloto do tio Math” (meu irmão), pra ser o “tio Humberto”. O Guigo via que eu recebia torpedos. Ele via que eu sorria e respondia. Ele viu várias das mensagens, quando eu estava na estrada e ele as lia pra mim. Naquela época, o H era só meu amigo e tentava uma aproximação, então os torpedos eram notícias do dia dele, perguntas sobre o meu, um filme, uma dica de comida, etc.

Mas, pra nenhum de nós (eu, Guigo e Nina) o H era um pretendente declarado! Era um amigo muito querido, alguém bem próximo com quem eu conversava todos os dias, mas nada de mais sério além disso.

Então, quando eu ia colocar as crianças pra dormir e elas terminavam a oração pedindo por um namorado novo pra mamãe, esse tal namorado nunca tinha um nome. Era uma possibilidade. Uma ideia. Uma torcida. Mas, sem nome...

Por isso que, depois de conversar com a Nina e contar a novidade, com as baterias recarregadas com a aprovação dela, eu me enchi de coragem e fui contar pro Guigo. Até acho que meus dedos deviam estar cruzados atrás das costas... porque eu sei que se ele me falasse “mãe, eu não gostaria... eu não estou preparado... eu não acho uma boa ideia...”, era muito provável que eu não fosse continuar com aquilo tudo. Então, eu só podia torcer pelo melhor!!!

Secretamente (e silenciosamente) eu orei: Deus, que o Guigo seja a minha resposta.

“Guigo... filho... eu queria conversar um pouquinho...”
“Claro mãe!”
“Lembra que a mamãe tava orando pra Deus mandar um namorado novo pra mim?”
“É mami, mas ele ia ter que gostar muuuuito da gente, lembra?”

Parei. Respirei. Assimilei. Pensei rápido: continuo ou não???? Decidi que aquela era a hora e não dava mais pra adiar.

“Isso filhote”, concordei. “E a mami queria namorar o tio Humberto... pode?”

...
...
...
...
O mundo parou por um instantinho. O MEU mundo, pelo menos.
...
...
...
...
As cartas estavam todas na mesa. O meu possível namorado tinha nome. Era alguém que o Guigo conhecia.
...
...
...
...
...
Isso tudo durou frações de segundo, mas não dizem que as coisas dependem do referencial?
...
...
...
...
Minhas palavras ecoavam: ““a mami queria namorar o tio Humberto... pode?”... pode?... pode?...
...
...
...
...



“Pode Ele gosta MUITO da gente!”, ele disse, me deu um abraço, um beijo no meio da barriga (do tamanho dele), e voltou, tranquilo, à brincadeira que fazia antes da nossa conversa.





Cenas do próximo capítulo aqui.

Obs: assim como a Nina, cheio de expectativa e com um sorrisão, ele me perguntou, na sequência, se o H tinha filhos, se eu ia me casar com ele e, assim, eles teriam novos irmãos! “A gente adoraria novos irmãos!”



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

{ 1 + 1 = 6 } “Filha, a mamãe queria começar a namorar...”



Capítulo 8.

Então era isso: ele já gostava de mim há tempos e eu nem desconfiava, ele se declarou, me pediu em namoro por torpedo, veio atrás do que queria onde quer que eu estivesse, até que conseguiu conversar comigo. O primeiro beijo e o “namoro oficial” começaram na mesma noite, no mesmo momento, porque ele não admitia nada menos do que isso. Cinco dias depois, ele recebe uma ligação e fica sabendo que vai pra longe, muito longe, sem um prazo definido pra voltar. Cinco dias depois, ele parte...

Não tinha dado o menor tempo pras coisas “burocráticas” a se fazer, do tipo contar para os filhos que estávamos namorando. Porque isso exigia tempo (pra contar, ouvir reações, atender a eventuais reclamos, tirar dúvidas, dar conforto e segurança) e nós não tínhamos tido tempo pra nada!!! Com esses “detalhes” de morarmos em cidades diferentes, das crianças serem pequenas, da rotina trabalho/casa/escola não parar, a gente só se encontrou em algumas dessas 10 noites, após as crianças já estarem cuidadas e na cama. Tempo era um artigo em extinção!!!

Ele era o meu primeiro namorado pós viuvez; eu era a primeira namorada dele pós divórcio. Ainda por cima, como os filhos eram novos, nós tínhamos que encontrar a linguagem “deles” pra explicar uma novidade dessas. Não dava pra dizer: “seguinte, galera, MãMi tá namorando, tá? Então, não estranhem se me virem beijando alguém. Agora, peguem as mochilas e boa aula. Mamãe ama vocês!”

Mas, quando ele colocou aquela correntinha no meu pescoço, eu SABIA que o que a gente tinha era sério. Não sabia, ainda, se ia dar certo ou não. Mas a tentativa era séria. O namoro era sério. E as crianças precisavam saber!

Perambulei alguns dias pelo nosso apartamento, sem encontrar o momento certo para dar a tal notícia. Eu não queria atrapalhar as tarefas da escola, não queria falar no meio da janta, não queria interromper a sessão cineminha no sofá. Até pensei em contar como uma estorinha, na hora de ir dormir: “era uma vez uma camponesa que tinha dois filhotes lindos e morava numa casinha, no meio da floresta...” Mas ia ficar faltando um lobo e/ou uma princesa e/ou um caçador e/ou uma bruxa má e/ou um ogro! E não se faz uma boa estória de crianças sem tudo isso!!!

De repente, eu percebi que a minha dificuldade vinha do fato de que EU MESMA ainda não tinha assimilado o meu novo status de namorada. Acho que passei muito tempo sendo viúva, que era difícil imaginar a cena... eu namorava. Eu. EU! Talvez seja ridículo pra quem tem uma vida normal pensar em tudo isso ou mesmo entender. Eu sei. Um começo de namoro deveria ser uma coisa tranquila pra uma mulher de 37 anos. Deveria! Mas, não era... pra mim, não era!

Sem querer, a minha ajuda veio das próprias crianças!!! Na hora de dormir, no final das orações, eles continuavam a dizer: “papai do céu, arrume um namorado pra mamãe, mas um que ame muuuuuuuuuuuito a gente. Senão, ela não quer. Em nome de Jesus, amém”. E eu nem estava prestando atenção nisso!!!! Talvez, ELES já estivessem preparados pra novidade! Quem não estava era eu!!!

E, finalmente, na manhã de sábado, eu criei coragem. O Guigo foi tomar banho e a Nina foi pro meu quarto, pra terminar o café da manhã que o irmão tinha trazido pra minha cama. Pensei: “melhor começar por ela, mesmo! Ela é mais resolvida, mais tranquila, era mais novinha na época do acidente. Ela é menina, acredita em contos de fada, em beijos de amor, em viveram felizes pra sempre, em encontrar o homem da sua vida enquanto você colhe flores! Ela vai receber melhor a notícia.”

“Filha, a mamãe queria começar a namorar...”
Nina: “O tio Humberto, mamãe?”
Aff!!!! Ela me desmontou!!! Respirei fundo, tratei de me concentrar (lembrei que ela via meu celular lotado de mensagens do “amigo piloto do tio Math”) e continuei.

“Ele mesmo.”
Nina: “A tá. Tudo bem. Depois a gente manda um torpedo pra ele, então!”

NÃO FALEI QUE ELA IA SER ESPETACULAR????!!!!! Minha garota!!!!

Depois de fazermos um brinde e tomarmos um golinho de suco, ela completa: “MãMi... ele tem filhos? Porque ia ser bem legal ter mais irmãos...”

Cenas do próximo capítulo aqui.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

{ 1 + 1 = 6 } Elos... (Diário da Mirys)



Capítulo 7.

Eu passei a tarde toda da sexta-feira olhando pra tela do celular e lendo a mensagem dele. Seria mesmo possível? Eu sabia que ele já gostava de mim desde meados do 2º semestre do ano anterior, mas... quais eram as chances disso ter se transformado tanto assim, em tão pouco tempo de convivência? Se qualquer amiga me contasse uma estória dessas, eu diria: “mulher! É claro que não! Essas coisas não acontecem!” Porque estar APAIXONADO era uma coisa! Fácil, plausível, impulsiva, aceitável. Mas AMAR... ah, amar eram outros 500!...

Por isso, eu precisava ouvir aquela frase. Não apenas ler, mas ouvir. Olhar nos olhos de alguém e escutar o que se tem pra falar. E, naquela noite, eu iria pra Jaú, jantaria com as crianças, colocaria os 2 pra dormir e iria me encontrar com o H... Ele disse que me falaria a tal frase e eu acreditei. Sem pestanejar. Eu esperava por aquilo. Porque eu sou assim: romântica, ingênua, crente. Eu acredito em contos de fadas, em felizes para sempre, em mudar o dia de alguém com uma canção... em um “eu te amo” dito, assim, num rompante. Eu acredito. Fácil, fácil!

Mas eis que a tarde passou, a viagem (da cidade 1 pra Jaú) foi feita, a janta aconteceu, as crianças dormiram, eu estava com o H e a tal frase, tão esperada, não vinha... A gente conversava, ria, se abraçava, falava, falava, falava e... “niente”! Nécas de pitibiriba! Nada da declaração.

“Miriane, sua bobinha...”, minha cabeça me acusava, “é claro que ele não te AMA. Amor é coisa séria. E dizer isso quando não se tem certeza amedronta, assusta, afugenta, não rola... Deve ser isso: ele GOSTA MUITO de ficar com você, de ter você por perto, dos seus mil lados. Ele está APAIXONADO por você. É bem diferente de ‘amar’... mas tudo bem! Você vai ter muito tempo ainda pra isso...”

E achei melhor deixar a noite correr tranquila. Afinal, ele iria embora, naquela madrugada, para Manaus, pra ficar sei lá quanto tempo. Eu é que não ia atrapalhar a nossa última noite por causa de um “detalhe”!!! Ora vejam! Eu tinha pedido tanto tempo por esse alguém, que faria algum sentido desconsiderar tudo o que já se tinha (a sintonia, o aconchego, a vontade de estar junto) só porque ele escreveu uma coisa sem refletir muito e não tinha coragem de falar isso olhando pra mim???? Algo que, eu sabia, ele iria acabar me falando, mais cedo ou mais tarde, se continuássemos juntos? Não, né?...

Resolvi aproveitar nossas últimas horas juntos (por um looooooongo tempo, depois) para conhece-lo melhor. Falamos do DVD que ele tinha escolhido pra tocar (o perfeito “Celine Dion – A decade of songs”), discutimos sobre gostos de filmes, perguntei sobre uma correntinha que ele usava (que tinha ganho do pai, quando fez 15 anos, e não tirou mais do pescoço), contei sobre o meu último Natal, ouvi sobre como é a vida de pilotos de aviões. E a noite passou: tranquila, gostosa, interessante, íntima.

Até quando o alarme tocou. Aqui começa a versão “Cinderela” da minha estória: ele precisaria ir embora, no soar das badaladas do gongo. Blem, blem, blem... (no nosso caso, algo bem mais moderno, do tipo “tutchi – tutchi – tutchi – tarara – tutchi – tutchi – tutchi” ou qualquer outro toque ‘dance’ que vem nos celulares, hoje em dia). Teríamos mais 15 minutos. No máximo! Tempo pra gente se despedir, ele se encontrar com o pai dele (que o levaria até o avião, que ele levaria pro Amazonas) e, plim, eu voltar a usar a roupa remendada, sem nenhum sapatinho de cristal, vendo a carruagem virar abóbora.

E, no meio do último beijo, ele passou a corrente (aquela que ele não tirava, não vendia, não emprestava, não alugava) do pescoço dele pro meu.

“Mas H...”
“Mi, eu quero que você fique com ela. Eu quero que você olhe pra ela e a sinta bem perto de você, em todos os dias que eu vou ficar longe. Porque eu amo você. E quero que você se lembre disso...”

Cenas do próximo capítulo aqui.



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

{ 1 + 1 = 6 } Por escrito! (Diário da Mirys)



Capítulo 6.

Não fazia nem uma semana que eu tinha ficado com ele, pela primeira vez. 5 dias, pra ser exata. C-I-N-C-O! E a gente já ia se separar fisicamente, com aquele trabalho que ele precisava fazer, em Manaus, com dia previsto pra ir, mas sem data certa pra voltar. Ele podia ficar fora um mês, um e meio, dois... Na realidade, ninguém sabia quanto tempo ia ser...

Mesmo assim, ele não queria "mudar os planos" e voltar a ser meu amigo, até que ele voltasse. Ele já era meu NAMORADO desde o comecinho e não aceitava qualquer ideia diferente dessa. A gente só não tinha oficializado isso para as outras pessoas (pais, sogros, irmãos, filhos, etc) porque, simplesmente, não tinha dado nem tempo! Esse tipo de novidade, quando é muito boa, você não quer contar... você quer comemorar!!!! Só que nós dois sabíamos que a minha situação era, digamos, peculiar. Eu tinha sido viúva e tinha muita gente envolvida na minha vida, há muitos meses e anos... Por isso, contar "oi. Estou namorando" não seria simples e normal, como se eu fosse uma garota solteira de 20 e poucos anos. No caso dele, também tinham crianças envolvidas: dois filhos, uma menina de 10 anos e um menino de 3, que também veriam o pai namorar, pela primeira vez.

Mas o H parecia tão decidido, tão certo de tudo, que eu ficava tranquila. E seguia a vida normal, esperando pelo momento certo de fazer cada coisa. Vivendo um dia de cada vez, literalmente!

Apesar de termos nos despedido na quarta-feira, o vôo dele, que sairia na quinta, não saiu e foi postergado para o final de semana. Ele estava em Jaú, à disposição da empresa e eu estava na minha cidade 1, trabalhando, levando crianças pra escola, organizando casa, com o cotidiano normal. A rotina só era alterada pelos milhares de torpedos que trocávamos! Como eu a-do-ro palavras (escrever, ler, conversar), esse era o meu ponto fraco e a gente mandava mensagens sobre... tudo! Contava o nosso dia, discutia um filme, trocava dicas de cozinha, além de vários "estou com saudades", no meio do caminho.

Eu adorava aquilo tudo, aquela atenção toda, ver minha vida ganhar um lado romântico, de novo, ter "conversas de adultos" diariamente, dividir a vida. Eu estava no começo de um namoro e isso é sempre / sempre / sempre empolgante! Se não for, sinto te dizer, você está namorado a pessoa errada... Porque tem que ter aquela empolgação, a vontade de estar junto, o interesse em conhecer o outro e a vida que ele teve antes de você de um jeito mais detalhado do que aquilo que os amigos normais conhecem.

Voltando à estória, na tarde de sexta, eu notei que ele ficou um tempo sem escrever. Eu escrevia e não tinha resposta. Talvez por umas 2 horas, a gente não se falou. Tudo bem, nada demais, certo? Não era motivo nenhum pra eu fazer drama, então não fiz. Só estranhei. Quando ele me escreveu, de novo, eu percebi que tinha algo errado.... e tinha! Ele tinha tido um problema familiar, com as crianças, e estava super chateado e um pouco perdido, sem saber o que fazer. Dividiu o problema comigo e me pediu minha opinião.

Minha opinião??? Sobre crianças???? FÁCIL! Vamos lá! Afinal, se ele estava assumindo o meu "pacote completo" (o que eu morria de medo de ninguém nunca querer fazer, de vestir a camisa e ver minha família de 3 como a sua futura família, também), o mínimo que eu fazia era assumir o "pacote completo" dele, também. Eu sabia que ele tinha filhos antes de começar o namoro e eu não tinha problema algum com relação a isso. Eu sabia que eu teria que dar o espaço deles, que algumas vezes os programas a 2 se transformariam em programa coletivo, que teríamos que trocar um almoço romântico por uma ida ao McDonalds. E, honestamente, pra mim, isso era tranquilo! Mais do que tranquilo, era delicioso, era bacana demais, era divertido, era algo que eu faria sem qualquer problema e com um sorriso enorme no rosto!!! Afinal, eu ADORO crianças e venho de uma família enoooooorme!

E, tentando acalmar o H, eu acabei escrevendo que se ele não concordava com algumas coisas que aconteciam com os filhos, ELE poderia fazer diferente, do jeito que julgasse certo, quando estivesse com eles. Falei que as crianças o amavam (era óbvio isso!) e que eventuais tempestades iriam passar. Escrevi que elas precisam de estabilidade e constância, para se sentirem seguras e amadas. Ele me respondeu que não sabia se conseguiria fazer isso sozinho, que estava chateado demais, triste demais. Ele me pediu pra ajudá-lo, porque eu parecia ter experiência no assunto (crianças). E me pediu desculpas por estar trazendo problemas que eram "dele" pra relação. Eu respondi que estava tudo bem, que não existiam problemas "dele" ou "meus" mais, e que nós éramos uma família de 6, agora. O bom e o ruim era "nosso".

De repente, eu vejo aparecer na minha tela a resposta dele: "eu te amo."

Assim, sem letras garrafais de desespero. Assim, sem ponto de exclamação, mas só um ponto final. Assim, sem outros complementos. Assim, só um sereno, tranquilo, decidido, decisivo, claro, objetivo "eu te amo".

Eu fiquei olhando praquela tela, parada, dentro de uma farmácia, de mãos dadas com a Nina, lembrando que, uma vez, quando nós éramos apenas amigos ainda e falávamos sobre essa minha paixão por outras línguas, ele me mandou um e-mail com uma lista enorme de "como dizer eu te amo em 160 línguas diferentes". Na época, não tinha nada a ver com a gente (eu pensava... pois só descobri que ele gostava de mim meses depois), eu ri e respondi que essa era a única frase que eu preferia em português, mesmo. Então, a Nina me tirou do meu transe: "mamãe, você não vai pagar o remédio, pra gente voltar pra escola?"

Peguei o celular e só respondi: "não vale..."

H: "Eu sei que você preferiria que eu te FALASSE isso, ao invés de ESCREVER, quando fosse a primeira vez de te dizer isso. Mas, eu te amo, Miriane Segalla. Há muito tempo já. E não queria esperar mais pra você ficar sabendo disso. E não pense que é um impulso do momento ou que o problema com as crianças tenha algo a ver com isso. Porque não é e não tem. Quando eu te vir, à noite, eu te FALO essa frase e faço você entender que é exatamente isso que eu sinto por você."

Lá, na porta da escola da Nina, eu não sabia se ria, se chorava, se me preocupava porque eu não me sentia ainda assim. Mas, eu sabia que ele tinha começado a considerar e sonhar com o "nós" muito tempo antes de mim. Que ele tinha se apaixonado primeiro, há meses, e eu só tinha me sentido assim quando ele me pediu pra me apaixonar por ele, também. Eu sabia que eu estava num estágio do nosso relacionamento e ele estava anos-luz na minha frente. E, afinal, pra quem tinha sido pedida em namoro por torpedo, era até natural que o meu primeiro "eu te amo" fosse por escrito, também! E resolvi só curtir aquilo tudo, sem neuras, lendo e relendo a mensagem, durante toda a tarde. Ah, as palavras...

Cenas do próximo capítulo aqui.



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

{ 1 + 1 = 6 } Jantar romântico... (Diário da Mirys)



Capítulo 5.

Depois daquele telefonema, eu funcionei no modo FF (fast foward)!!! (leia BEM RÁPIDO, pois foi assim que aconteceu) Liga pra babá, combina, sai do trabalho, pega criança na escola, chega em casa, descarrega carro, coloca os dois no banho, pede uma janta pra eles, toma banho, veste a primeira coisa que encontrar na frente (um vestido preto), salto preto, escova dentes, passa um batom (foi tudo que deu), coloca brinco (eu vivo sem...), pega uma bolsa minúscula (eu precisava levar o celular, mas a minha bolsa amada salve salve é imeeeeeensa), joga o celular dentro, pega elevador, sai correndo pela portaria e...

Ele estava lá!
H.
Aquele H.
Aquele que todas as muitas das minhas amigas paqueraram por anos e eu nunca olhei.
Aquele que frequentava os mesmos lugares que eu, desde sempre, sem nunca notar minha presença.
Aquele com quem eu tinha passado horas ótimas, com uma sintonia incrível!
Mas, agora, ali, em pé, na calçada de casa, olhando pra ele do outro lado da rua, parecia tão... tão... "não meu". Sabe aquela sensação de que "fulano jamaaaaaaaaaaaaais sairia comigo e eu jamaaaaaaaaaaaais sairia com ele"? Não porque algum de nós era desinteressante ou ruim ou... mas, simplesmente, porque nós 2 juntos, antes, era inimaginável. A palavra era essa: inimaginável! Impossível de se prever! Improvável de acontecer! Só que, ali estava ele. Na minha casa. Esperando por mim.

E eu fiz questão de ME lembrar que nós dois, juntos, éramos, assim, "NOSSOS". A conversa fluía, os gostos eram parecidos, a risada vinha fácil, o toque arrepiava. Se eu olhasse pra nós dois, "de fora", eu diria que: "- nãããããã.... nana-nina-não... não combinam...". Mas, se ele olhasse pra nós do MEU ângulo, de dentro, eu sabia que a gente se completava!

Então, ele chegou perto, me deu um selinho, me levou até o carro e disse que iria me levar num restaurante que ele já tinha ido e gostado. Porque ele queria estar lá co-mi-go! Vejam bem... ele estava me levando para conhecer um barzinho na minha própria cidade!!!! Me senti uma adolescente completa, totalmente inexperiente!

Quando, finalmente, nós sentamos e começamos a conversar, a magia se fez, de novo! Aquele H, tão inacessível, era o mesmo H surpreendentemente aberto pra mim, que eu tinha visto no final de semana anterior. Nós rimos, nós comemos, nós nos divertimos, nós jogamos conversa fora, até a hora em que ele resolveu tocar no assunto da vinda dele pra a minha cidade: a temida viagem para Manaus, sem prazo pra voltar...

H - "Mi, a gente vai ter que rever alguns planos... porque eu estava pensando em contar pras crianças, sobre nós, no próximo domingo, quando nós estaríamos todos juntos. Mas, agora, eu vou voar e não sei como vamos fazer isso... Porque eu queria muito poder eu mesmo dar a notícia a eles! Queria ver a carinha deles! Queria tirar qualquer dúvida. Queria celebrar junto. Mas, não posso contar uma coisa dessas, que o pai delas está namorando, pela primeira vez, assim, de supetão, subir no avião e ir embora..."

"É... eu, também, ainda não contei nada pro Guigo e pra Nina... Só pra minha mãe. Ainda assim, por telefone."

H - "E não vai dar pra esperar que eu volte de Manaus, pra gente se assumir pras crianças..."

"Então, por que a gente não volta atrás? A gente só "namorou" por 3 dias! Podemos dizer pra qualquer um que perguntar que só saímos! Quando você voltar do Amazonas, a gente vê como fica. Afinal, você vai ficar lá por tantos dias... talvez nem esteja mais sentindo "tudo isso" por mim, quando voltar, e a gente podia...", eu falava sem respirar, pra não perder a coragem de desistir do namoro, antes mesmo de começar.

Só que ele me interrompeu: "Miriane, pára! Isso não é uma alternativa! Eu ESTOU namorando com você e não abro mão disso! Eu posso não ir pra Manaus, mas eu não posso mais ficar sem você! Então, se você não parar com essa hipótese absurda de achar que eu vou parar de sentir o que EU SEI que não vou parar de sentir por você, eu arrumo problema no meu emprego, mas eu não vou pra Manaus! Entre você / nós dois e a viagem pra Amazônia, eu não tenho a menor dúvida do que eu escolheria!"

Então, era isso. Ele iria pra Manaus. E eu ficaria aqui. Por sei lá quanto tempo ficaríamos fisicamente separados. Mas, oficialmente, estávamos juntos. Sem ter a menor ideia de que isso era uma ótima coisa pra nos acontecer...

Cenas do próximo capítulo aqui.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

{ 1 + 1 = 6 } 4.000 km de distância... (Diário da Mirys)



Capítulo 4.

E o namoro que começou numa sexta, de madrugada, chegou até o domingo daquele jeito de começo de namoro: tudo-junto-colado-misturado-sem-se-desgrudar!

Mas a segunda-feira chegou e eu tive que partir para a minha cidade 1, para trabalhar. Como já vinha acontecendo há muito tempo, a gente se falava o dia inteiro! Por torpedos, por e-mails, etc e tal. E, quando a noite chegava, a gente se falava pelo celular... durante hooooooooooooras! Rsrsrs. Abençoado seja aquele que inventou ligações entre celulares da mesma companhia por R$ 0,25, sem limite de tempo!!!!

Na quarta-feira, eu já começava a ter frios na barriga, de novo, só de pensar na sexta que se aproximava. Eu ia vê-lo... e tinha que me cuidar... fazer uma hidratação no cabelo, pintar as unhas, colocar as roupas mais bacanas em cima da cama pra escolher o que colocar na mala (pra voltar pra Jaú)... Afinal, namoro, quando está no começo é assim: tudo programado, tudo arrumado, tudo cheiroso, tudo friamente calculado! Não é?

Só que, no meio da tarde, ele me liga, super chateado...

H - "Mi, você pode falar?"
Eu - "Claro, H. Tudo bem? O que aconteceu?", perguntei, pois ele nunca me ligava durante o dia, enquanto ele sabia que eu estava trabalhando.
H - "Eu... preciso falar com você, uns 5 minutos... pode ser?..."

Ôh, ôh...

H - "Seguinte: há um tempo atrás, me falaram que iriam vender um avião para uma empresa de Manaus, e eles precisariam de um piloto para levar o avião."
Eu - "Ah, tá." Qual era o problema? Ele era piloto de aviões, não era? Só iria trabalhar, um dia, um pouco mais longe. Sem dramas.

H - "Naquela época, eu me ofereci pra ir, porque eu não tinha nenhum problema para ficar longe de São Paulo, por um tempo. Porque, quando um avião é vendido, só um piloto da empresa vendedora que pode pilotá-lo, até que todos os papéis estejam prontos."
Eu - "Ah, tá." Tudo bem, pensei... não seria UM DIA. Mas, também, não podia ser tanto assim... O que de mais complicado poderia acontecer? Ele trabalhar até sábado? Domingo? Tudo bem. Eu já tinha ficado sem namorado por uns 800 dias... ficaria por mais 3 ou 4! Sem dramas.

H - "Mi... só que essa papelada toda é demorada, Manaus é longe, e eu não vou conseguir voltar até que esteja tudo resolvido. Em média, costuma demorar uns 45 dias... mas eu não consigo te dar nenhuma certeza, porque não depende de mim. E eu tenho que levar o avião, amanhã..."
Eu - "Ah, tá..." NÃO!!! Não tá!!! Não tá nada!!!

MANAUS???
45 DIAS?????
COMEÇANDO AMANHÃ?????
Mas eu acabei de começar a namorar!!!

H - "Mi, eu vou pra sua cidade, hoje, à noite. Eu preciso te ver, antes de partir. Você consegue babá para as crianças, hoje, que eu queria ir jantar só com você...?"
Eu - "Claro. Fique tranquilo. Resolvo tudo."

Desliguei o telefone meio em transe. Tuuuuuudo bem que eu tinha começado a namorar um piloto de aviões e a rotina dele não teria nada de, digamos, normal. Tuuuuuuudo bem que eu estava ciente de tudo isso desde o começo. Mas eu ACHAVA que o universo ia se mover devagar, agora, até que eu me acostumasse com isso. Seria um namoro quase normal (fora que ele era de uma pessoa de 37 anos, com outra de 40, uma delas viúva, outra que trabalhava nos horários mais malucos possíveis, com 4 crianças para gerenciar, 4 famílias diferentes, em 3 cidades distintas - fora isso, eu achava que seria um namoro normal).

E ele vinha me encontrar à noite. Não, na sexta. HOJE! Em plena quarta-feira! Eu chegaria em casa às 18hs e, às 19hs, tinha que estar com aquela "listinha" de namorada novata toda pronta. Unha, cabelo, banho, maquiagem, roupa linda... Aff! Ele ia ter que gostar de mim do jeito que eu estava! Porque não ia dar tempo de resolver nada dessas "coisas pequenas"...

Cenas do próximo capítulo aqui.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

{ 1 + 1 = 6 } NA-MO-RA-DOS!!! (Diário da Mirys)



Capítulo 3.

A gente tinha passado aquele primeiro final de semana junto, praticamente "hibernando"... não me pergunte o que mais eu fiz, naqueles dias, porque eu só me lembro de estar com o H, conversar com ele, rir com ele, ouvir música ao lado dele, ser paparicada com as comidas que ele fazia pra mim! Em alguma outra estratosfera, devia ter o resto do mundo, vivendo. Mas o meu planetinha ficou só ali, naqueles dias, fora da rota normal dos planetas, girando num tempo e espaço que só eu mesma entendia...

Eu tinha tido "nada" durante tanto tempo e, agora, eu tinha tudo, de novo, de repente. E eu não estava acostumada... Nessa área, a minha rotina era a solidão, a viuvez, a ausência, o cotidiano era sentar sozinha pra ver um filme, tendo, no máximo, um balde de pipoca pra fazer companhia. E eu achava que nunca mais ia ser diferente daquilo, que eu não fosse mais me sentir à vontade na pele de namorada / mulher / alvo de carinho de alguém. Eu achava que seria estranho, que a conversa não iria fluir, que ficaria um "climão" no ar... mas foi tudo diferente. Com ele, as lembranças da adolescência/juventude eram divertidas porque elas iam pra antes da faculdade, do Fernando, do acidente; com ele, a conversa era fácil e eu não precisava parar e abrir um parênteses pra explicar minha vida anterior a todo momento; com ele, a sintonia foi imediata! Irritante, até! Não era possível que desse tão certo, logo de cara... não era pra ser "simples" e confortável assim... pelo menos, eu achava que não.

E, quando chegou o domingo à noite e a gente sabia que iria se separar (ele iria pro Quartel General dos pilotos, passar a semana voando, e eu iria para a minha cidade 1, trabalhar) ficou aquele "branco" de ninguém saber o que falar. Porque não dava pra falar "até amanhã", como eu tinha feito na sexta e no sábado. E eu não queria dizer "a gente se vê por aí", daquele jeito de sabe-se-lá-quando eu iria ficar com ele, de novo... Mas eu NÃO CONSEGUIA falar nada além do "então tá... ficamos assim... a gente se vê por aí"...

"- E então, como ficamos?..."
H "- Ficamos assim: você é minha namorada, vamos nos separar para ir trabalhar e nos veremos na próxima sexta, sem falta."

"- Namorada? H, eu não preciso de 'títulos' e..."
Ele nem me deixou continuar: "- Mi, eu NÃO VOU só sair com você." E, então, ele usou a minha frase contra mim: "- Eu conheço seus pais, você conhece os meus, eu convivo com a sua família e você com a minha, eu tenho filhos e você também tem. Não estamos no momento para 'brincadeirinhas' e não faria o menor sentido eu 'só sair' com você. E eu NÃO QUERO isso. Você não é menina 'pra sair'. E eu quero NAMORAR você!"

"- Mas, H... eu não sei se consigo... assim... ter um namorado... tão de repente..."
H "- Mi, pode me chamar do que você quiser. Mas, pra mim, você é a minha namorada! É isso ou paramos por aqui. Que eu não vou ter nada 'pela metade' com você..."

Ele jogou todas as cartas na mesa, fez as apostas dele e cruzou os dedos pra eu aceitar. Eu respirei fundo... revi um filme dos últimos anos na minha cabeça... olhei pra ele e disse "tudo bem. Mas, por enquanto, a gente mantém isso assim, discretamente, ok?"

Eu só me esqueci que discrição NÃO ERA o forte dele...

Cenas do próximo capítulo aqui.



sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

{ 1 + 1 = 6 } Chef particular! (Diário da Mirys)



Capítulo 2.

Eu passava as semanas na minha cidade 1, trabalhando, normalmente. Mas, nos finais de semana, eu quase sempre ia pra Jaú (cidade dos meus pais e irmãos). Cidade da família do H, também. E, naquela sexta, eu tinha ido pra Jaú...

E nós ficamos juntos na sexta...
Ele me buscou, no sábado...
No domingo, passamos o dia separados, com as famílias, até que chegou a noite. E, na saída da igreja, ele me dá aquela bola fora total! Vou contar, viu?... Discrição não era o forte do moço...

Em compensação, outras coisas eram totalmente a cara do H! Músicas boas, conversas interessantes, inglês aqui e ali (porque tem algumas expressões que ficam melhor em inglês, mesmo), um beijo muito muito bom. E, de repente, do nada, ele me dizia: "eu sei que eu te trouxe pra cá, sem você ter tempo de jantar. Então... o que quer comer?". E cozinhava. ELE COZINHAVA!!! Muito, muitíssimo bem!!!

(Pausa para a minha reflexão com os meus botões e Deus: "tudo bem... tudo bem... eu SEI que eu pedi por alguém com uma série de requisitos... eu sei que o senhor me atendeu... eu sei que ele demorou pra aparecer... eu sei que eu tava merecendo ser bem tratada por essa vida... mas precisava caprichar TANTO?????? Depois, eu fico mal acostumada...". #acabouapausa)

O problema maior era que até nisso a gente combinava! Vinhos + queijos + água com gás + frios + pão com azeite + omelete + massas... Não sei como eu não engordei!

Então, eu chegava na casa dele, ele preparava algo rápido pra gente comer e íamos pra beira da piscina conversar. Nas noites quentinhas de fevereiro. Cá pra nós, ele PRECISAVA mesmo me pedir pra me apaixonar por ele??? Não seria o óbvio??? Tudo propício: o cara certo, comida reconfortante, ambiente gostoso, música boa tocando, cenário lindo. O pacote completo!

E a gente foi nesse embalo o final de semana todo, nessa coisa gostosa de namoro novo, de olhar pro lado e ver que quem está ali é completamente inesperado mas totalmente bem vindo... e sorrir! Gargalhar, às vezes!!! E tudo ficava "maior" porque a gente estava ali "escondido". Não que eu tivesse nada pra esconder de ninguém... nem ele... mas o fato é que a gente tinha acabado de se beijar pela primeira vez e estávamos vendo no que isso ia dar. Até então, esse era um "relacionamento" só meu e dele. Ninguém sabia. Só que o domingo à noite chegou e eu ia embora, na segunda de manhã, pra trabalhar na minha cidade 1. Então, ele me deu um ultimato...

Cenas do próximo capítulo aqui.



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

{ 1 + 1 = 6 } Discretos... (Diário da Mirys)

Capítulo 1.

Toda estória começa com um "num reino muito, muito distante...", o famoso "era uma vez" ou um alternativo "era um dia de inverno / outono" (porque, na primavera e no verão todo mundo se dá bem, então as estações do ano que sobram pra começar as estórias são o inverno ou o outuno, tadinhos...). Essa vai ser diferente.

Porque era verão. O reino não era nada distante; pelo contrário, era a cidade onde ambos tinha crescido. Nada "ERA uma vez"; porque ainda É! Mas, por falta de algo mais criativo, vamos usar as velhas fórmulas de estórias que fazem todo mundo se envolver...

Era uma vez, num reino muito, muito distante próximo, uma princesa rainha menina garota jovem ... Vai ficar difícil. Melhor começar de outro jeito.

Ela (eu!) tinha 37 anos. Dois filhos pequenos. Tinha ficado viúva há mais de dois anos. Eram quase 800 dias sozinha... 763 pra ser exata. Pros outros, isso tinha passado muito rápido, a vida tinha voltado ao normal, tudo seguia em frente, casa + família + estudos + trabalho nos eixos. Pra ela, eram setecentos e sessenta e três dias + setecentas e sessenta e três noites de recomeço. E isso doía e cansava.

Ele (H) tinha 40 anos. Dois filhos pequenos. Estava divorciado há muito tempo e já tinha tido seus dias e noites tentando estruturar a vida na cabeça, pensando sobre um futuro que parecia improvável de mudar, tocando a vida em frente do jeito que desse.

E o tempo, ah!... o tempo, esse brincalhão, que insistia em passar arrastado e fazer tudo ser visto sob lentes de aumento... Porque o tempo passa rápido ou depressa dependendo de quem o vê! Uma tarde de trabalho, com algo muito chato pra fazer, demora séculos pra terminar. Mas a mesma tarde, na beira de uma piscina, repleta de amigos, passa tão correndo que você nem percebe. Pois é... só que ambos estavam na fase do "algo muito chato pra fazer" e o tempo, a vida, o mundo se arrastava!

Eles se conheciam desde pequenos, pois frequentavam a mesma igreja, mas nunca tinham olhado pro outro e pensado em qualquer possibilidade. Até que um dia, um belo dia, ele olhou pra ela e pensou "por que não?". E o tempo começou a correr rapidinho! Ela, vivendo no mundinho dela, não percebia as gentilezas extras do "amigo" que ficava hooooooras conversando com ela, que a levava pra jantar, que sempre lhe mandava um torpedo pra alegrar seu dia, que estava por perto. O relógio interno deles funcionava em ritmos completamente diferentes... com ela tentando se ajustar, a cada dia... e ele se apaixonando, cada vez mais.

Meses e meses depois, ele teve a sua chance de falar com ela e pedir para que ela deixasse que a vida dos dois se entrelaçasse, que rodasse no mesmo tempo, que dançasse no mesmo compasso, que o tempo fosse medido pelos minutos entre um encontro e outro, um beijo e outro, uma conversa e outra. E, numa madrugada de fevereiro, a vida dela voltou a fluir e ela deixou que ele ajustasse os seus relógios internos.

Ela estava feliz! Feliz! Feliz!!!

E daí que eles tinham, juntos, 4 filhos e precisariam pensar nisso?
E daí que eles moravam em cidades diferentes?
E daí que ele era piloto de aviões e tinha uma rotina nada normal?
E daí que eles se conheciam desde crianças e nunca nunca nunca tinham pensado em ficar juntos?
E daí que o resto do mundo achasse que eles não combinavam?

O "resto do mundo" não tinha ganho o beijo que ela tinha ganho e sentido o que ela tinha sentido! O "resto do mundo" não precisava entender nada! Não ainda. Não agora. Agora, depois de tudo o que ela já tinha superado, ela só queria viver...

Mas, pra não chocar ninguém e também porque ela não sabia se aquela loucura toda ia passar daquilo ou se tudo seria apenas um sonho bom, ela pediu pra ele "discrição". Eles passaram a noite de sexta e a de sábado grudados, conversando, rindo, vivendo; mas no domingo à noite, eles iriam para a igreja. A mesma igreja! Os filhos estariam lá. Os pais estariam lá. Amigos em comum estariam lá. Então, ela aceitou encontrá-lo mais tarde, mas ali, em público, eles teriam que ser discretos (pois, se alguma coisa não desse certo, quanto menos gente soubesse, melhor).

Ele chegou e sentou em um canto. Ela chegou e sentou lá na frente. Tudo como sempre fora. Eles cantaram, oraram, ouviram. Tudo normal. O sermão chegou ao fim e ele estava conversando com um amigo, bem na saída. Ela passou por eles, para ir embora. Pensou: "cumprimento ambos, sorrio e saio rápido". Simples. Fácil. Indolor.

"Oi fulano." (o amigo em comum)
"Oi Mirys."
"Oi H"
"Oi minha linda."

Minha linda????? MINHA LINDA?????? EM QUE UNIVERSO QUE CHAMAR ALGUÉM DE "MINHA LINDA" É DISCRETO E SERVE PARA NÃO DEIXAR PARECER QUE VOCÊ ESTÁ COMPLETAMENTE APAIXONADO POR ALGUÉM?????????

Cenas do próximo capítulo aqui.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

{1 + 1 = 6} A nova saga!!! (Diário da Mirys)

Hoje, eu começo mais uma saga da vida real, aqui no Diário!

Quem acompanhou a “Era uma vez” sabe que eu fui casada com meu namorado da faculdade, que acabou falecendo cedo demais, num acidente de trânsito... Pra quem acompanhou a saga “Interlúdio” (e vários outros posts entre janeiro/2010 e agosto/2012) já são conhecidas todas as minhas crises de viúva com 30 e poucos anos, mãe de dois filhos pequenos, os dilemas, as cobranças, o processo de auto aceitação, o drama que foi para eu me permitir continuar a viver e me arriscar com alguém... Quem acompanhou a “Hora H”, riu, chorou, ficou exasperado com a minha indecisão, ficou apaixonado pela determinação dele, até que, finalmente, o “mocinho” conseguiu beijar a “mocinha”!

Mas... e as 4 crianças, nesse processo?
E a profissão de piloto dele e a vida maluca que ele leva no ar?
E as famílias e os amigos que viam os dois, mocinho e mocinha, no mesmo ambiente, desde há muuuuuito tempo, mas nunca tinham imaginado a possibilidade deles acabarem juntos?
E a família do primeiro marido?
E as cidades diferentes em que todo mundo morava?

COMO CONCILIAR????

Bom... do primeiro beijo pra cá, muita coisa aconteceu, decisões importantes foram tomadas, acordos foram feitos, viagens foram realizadas, esquemas foram reestruturados. Tudo na velocidade da luz! De quem não tem mais tempo pra perder!!!

Afinal, a vida passa muito rápido e, se você tiver uma oportunidade muito boa, única, ímpar, especial... agarre-a com as duas mãos!!! Elas não acontecem com frequência...