terça-feira, 31 de agosto de 2010

Doe Palavras!

Pessoal, num dia que estou pra lá de chatinha, descobri uma coisa muito legal... de fazer PELOS OUTROS!!!

O Hospital Mario Penna está com um projeto super bacana para ajudar, estimular e incentivar os seus pacientes de câncer: o projeto "doe palavras".

É bem simples: você entra no site www.doepalavras.com.br ( fácil, né?), escreve um texto curtinho e manda. Eles colocam sua mensagem de ânimo e força num telão, para todos os pacientes.

FAÇA SUA PARTE! NÃO CUSTA NADA! E DURA SÓ UM MINUTINHO!
Eu já mandei a minha de hoje....

Bjos e bençãos!

Sozinha, mas com classe!!!

Cá estou eu, "curtindo" minha vida de "solteira".

Plena segundona, me "revoltei" e decidi não me abalar. Coloquei os dois na cama (e não dormi junto! Eh!!!), tomei um mega banho com direito a todos os cremes possíveis, coloquei um roupão, peguei uma taça de vinho (tinto... sorry, Dra. Telma!), umas castanhas e uns damascos, e fiquei na internet até agora! 1:14hs da matina!!! Tô me sentindo num hotel!...

Pelo menos, uma coisa eu consegui: tinha 1137 e-mails não lidos. Agora, tenho 543!!! Vitória!!!

PS: parte chata - fui arrumar as roupinhas das crianças na beira da cama, separar o que precisava lavar, etc. Quando chacoalhei uma camiseta do Guigo para "desembolar", senti um cheiro conhecido, mas que não sinto há 7 meses. Será o benedito que até nisso ele vai puxar o Fer?????? Deus, pega leve comigo, por amor!!!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

HIstorinhas! (Diário do Guigo e da Nina)

VERSÃO DO GUIGO

Era uma vez três porquinhos. E o lobo veio pra casa deles.
Ele bateu na porta e levou uma pancada.
E fim!!!!
Isso foi legal, não é?

Esqueci de outras coisas, mãmi!

E daí ele levou 101 pancadas.
Então, o lobo tentou entrar pela chaminé e caiu inteirinho onde estava a água quente e vuuuuuuuuuuuuuuuuuuu saiu voando pela chaminé. Daí, ele saiu com 130 pancadas!!!
E fim!
Ah! E daí ele levou mais uma pancada!
E só!

Guigo

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VERSÃO DA NINA

Era uma vez, três porquinhos.
Eles foram numa loja de oooourooo, que era um tesouro.
Daí, eles compraram palha, madeira e tijolo.
O 1o que era preguisoço, montou uma casa de palha.
O 2o que era preguiçoso também, fez uma casa de madeira.
O 3o que era muito esperto, fez uma casa de tijolo e obedeceu a mãe dele.

O lobo bateu na porta e disse (com vozeirão) "-abre essa porta que eu quero entrar, eu quero um porquinho pro meu jantar!". (voz fininha) "-não abro, não abro, não abro". (vozeirão) "-então eu vou assoprar!"
E a casa vuuuuuuuuuuuuuuu saiu voando!
E o porquinho correu pra casa do irmão.

O lobo bateu na porta e disse (com vozeirão) "-entregador de pizza!". E o porquinho viu que era o lobo e pááá bateu a porta na cara dele! (com vozeirão) "-abre essa porta que eu quero entrar, eu quero um porquinho pro meu jantar!". (voz fininha) "-não abro, não abro, não abro". (vozeirão) "-então eu vou assoprar!"
E a casa vuuuuuuuuuuuuuuu saiu voando!
E os porquinhos correram pra casa do irmão.

O lobo foi e bateu na casa do 3o porquinho. (com vozeirão) "-abre essa porta que eu quero entrar, eu quero um porquinho pro meu jantar!". (voz fininha) "-não abro, não abro, não abro". (vozeirão) "-então eu vou assoprar!"
E o lobo assoprou tão forte (fúúúúúú), mas a casa não voou (com cara de inconsolável).

Daí, o lobo resolveu entrar pela chaminé. Mas os porquinhos "poram" a água fervente. O lobo molhou a pontinha do rabinho e "auuuuuuu", foi voando queimado.
E os porquinhos ficaram cantando: "-quem tem medo do lobo mau, do lobo mau, do lobo mau? Quem tem medo do lobo mau? Tra-la-la-la-láááá."

HELENA - nome escrito por ela.

Numa cançãããããããoooo! (Diário do Guigo)


Nesse sábado, fomos no níver da tia Márcia (prima da mãmi, que ela ama), lá em São Carlos. Era pra sairmos de Jaú umas 11 horas, mas a mãmi teve dentista (e não levou nenhum "companheiro de dentista" - eu ou a Nina - desta vez) e atrasou. Era para termos idos sozinhos, mas as tias Lila e a Titina foram convencidas e, para alegria geral da nação, foram conosco. (Tio Jr e Tio Thi - vocês são mesmo caras de sorte!!!).

Mãmi dirigindo, tia Lila de co-pilota, com várias cocas, ruffles e chocolates, Titina conosco atrás, fazendo várias brincadeiras. Só que a Titina é uma mulher prevenida: antes da viagem começar, pegou dois CDs com músicas super legais pra gente ouvir no caminho. Um se chamava "Banda de Boca", que era muito legal. Outro era da Sandy e Júnior (4 estações), que elas ouviam quando eram menores. Então, elas sabiam todas as letras!!!! E são músicas que crianças adoram!!! A porção menina da mãmi tomou conta dela, ela turbinou o som e lá fomos nós cinco, pela estrada, cantando a plenos pulmões "eu acho que pirei, meus pés saíram do chão, eu posso até voar, segundo o meu coração, até me belisquei, será que é ilusão?, o que eu senti não dá pra explicar ou cantar numa cançãããããããããããããããooooooo"

DI-VER-TI-DIS-SI-MO!!!!!

A Helena gritava feliz: "-Vai mãe! Pega o seu microfone!" e girava o bracinho no ar, fechando a mãozinha, que ela segurava com a outra mão, como se fosse um microfone. E dançava no banco dela, fechando os olhos pra cantar, toda performática. E a mãmi repetia o gesto do microfone, com uma mão só, é claro (ufa!)!!!

Acabava a música e a gente: "-volta, volta!!! Volta naquela!!!". Só que a "naquela" foram váárias daquele CD.

Depois, fomos brincar de "quem conhece uma música com a palavra...?", com a Titina, enquanto a mãmi e a tia Lila, convidadas a brincar também, conversavam um assunto de gente grande, no banco da frente. A brincadeira é assim: alguém fala uma palavra e os outros tentam se lembrar de uma música que tenha aquela palavra. Quem lembrar, tem que começar a cantar para ganhar o ponto. A Helena empolga (claaaaro!!!), mas eu sou tímido. Mas acho que estava tão no ritmo do CD que a gente cantou antes, com o som alto ligado, onde ninguém ouvia só a minha voz, que entrei na brincadeira com a Titina e, quando lembrei de uma música, soltei a voz!

Não me lembro que música era. Nem a mãmi. Só sei que o assunto ´sério do banco da frente parou, a tia Lila abriu aquele sorriso enorme e lindo que ela tem (e a mãmi morre de inveja! Boa!) e disse: "-Adoro ouvir a voz do Guilherme cantando!".

Bjos e bençãos

Guigo + Nina + mãmi + trupe da viagem!

PS: Titina e Tia Lila - AMAMOS viajar com vocês! Precisamos fazer isso mais vezes!!!!!


PS2: a festa foi ótima! Cheia de gente querida, bonita, com amigos novos pra gente, todo mundo feliz, feliz. Tia Márcia, parabéns!!!!! Obrigado pelo convite!!! Obrigado pelos pirulitos de chocolates especiais!!! E obrigada por deixar a gente comer todos os alpinos do seu bolo, junto com a Laura!!!

Como é que fala "cálcio", mesmo? (Diário da Mirys)

Bauru, 22 de julho de 2010.

É oficial: trabalharei em Bauru, hoje (quinta) e sexta, e todos os dias da semana que vem. Hora de colocar as visitas daqui em dia!!!!

E comecei MEGA bem: sai para tomar um café, depois do expediente, com a minha prima Nara e o Fá (quase marido! Eles se casam em uma semana!!! Que feliz!!!). Era para durar uma meia hora... durou quase "seis meias horas"!!!!! Foi delicioso! Falamos sobre o mundo, colocamos as novidades em dia, combinamos mil coisinhas para o casamento e o chá-bar, discutimos a vida!

O problema só foi na hora de pedir a bebida. Eu não tomo café (ADORO o cheiro, o ritual para fazer, a confraternização de "beber" um café, enfim: gosto de tudo, mesmo do gosto). E não podia tomar coca ligth por ordens da dentista, ontem... (é... a Amanda, mega amiga lá de Ituverava, tinha mesmo razão: estou viciada em coca light. Mereço o apelido de garota coca light com toda a pompa e formosura. Desde janeiro, venho tomando quase uma latinha por dia! E se não bebo, sinto falta. Passei a comprar a tal da coca light plus que, supostamente, é melhor do que a coca zero, porque é "plus". Deve ter alguma coisa boa a mais....).

Acabei pedindo um suco e contando a história da dentista pra Nara. Num desses dias, passando a língua pelos dentes, "pá"! Senti um quebradinho! Oh não!!! Fiquei com medo de ser um quebradão, afinal era no dente láááá de trás, daqueles que não dá pra ver no espelho! E já fazia quase um ano que eu não ia ao dentista. E se fosse uma gigantesca cárie que tivesse quebrado meu dente??? Sei que, racionalmente falando, não era possível (cáries não ficam gigantescas e tomam o dente todo a ponto de quebra-lo, em um mês), mas quando você é leiga, apavora. Apavorei!

Como já estava em Jaú, mesmo (era feriado do dia 09) marquei a dentista por lá. Amigona da minha mãe. Um doce de pessoa! E uma dentista de mão cheia! Que fez questão de me atender na correria e não deixar pra segunda ou outro dia útil normal. Cheguei lá, ela foi toda meiga comigo, me disse que estava orgulhosa de mim por como eu estava me saindo nessa etapa de transição, de como eu não tinha deixado a peteca cair, de como eu estava cuidando das crianças. Quando viu meu dente, disse: "-Mirys, é só um quebradinho, mesmo. Não se assuste. Nada de cárie nesse dente." Ufa. Adeus sonhos com cáries gigantescas!!! "-Mirys, mas você está super bem, considerando tudo o que passou! Você não emagreceu, não engordou, não teve nenhuma disfunção hormonal, seu cabelo, sua pele estão lindinhos (ela fala assim mesmo!). Está tudo bem! Era esperado que você tivesse várias outras coisas, mas você é uma pessoa com uma cabeça muito boa, muito inteligente, com uma fé muito forte, e está se saindo muito bem de tudo isso. Se você tinha que 'quebrar', quebrou só um pedacinho de um dentinho láááá de trás. Praticamente nada!"

Pronto, dente (e alma) refeito(s), saí da dentista com uma proposta irrecusável: me cuidar. E comecei por lá mesmo! Resolvi fazer uma limpeza profunda e um clareamento suave, pra só ter que pensar em dentes no ano que vem!

Só que o tal clareamento te impede de tomar café (tudo bem, não tomo mesmo...), coca light (eu amo!!!), chá mate (eu amo!!!), vinho tinto (eu amo!!!!), consumir shoyo (eu amo!!! esssencial na comida japonesa que eu adoro!!!) e outras coisas deliciosas da vida. Fazer o quê? Tudo tem seu preço. Não ia ser o fim do mundo ficar um tempinho sem isso. Amigos: a partir de agora, prefiro vinho branco! E não se preocupem com a coca (já aprendi que, se tomar de canudinho, lá no fundo da boca, tudo bem).

Então, voltando à Nara... Lá estava eu, contando pra ela essa história aí de cima, de trás pra frente: falei do clareamento, falei da dentista, falei do dente quebrado.

"-E a dentista me disse que eu tava super bem, prima. Que era esperado que eu tivesse várias outras reações e eu só tive essa."

"-Sei, Mi..."

"-Ah, Nara, eu podia estar com falta de ferro, falta de várias outras coisas, mas só tive esse problema. A dentista falou que falta... falta... falta (cálcio!!!!!! Por que não me lembrei dessa palavra na hora??? C-Á-L-C-I-O! Porque a Nara me daria uma sábia resposta, mesmo sabendo que eu procurava pela palavra "cálcio")... falta... falta..."

"-Falta tudo, né Mi?"

"- É Nara... falta tudo!"

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Só pra matar as saudades...

Os meus meninos... no nosso 2o Dia dos Pais (1a viagem só nossa).

OBS: aviso aos navegantes, nessa madrugada, postamos várias mensagens antigas com fotos! Caso vocês queiram relembrar o passado e nos deixar comentários (please, please, please), para nos ajudar a escrever essa história, é só olhar no sumário que tem do lado esquerdo do blog (máe canhota é fogo!). As histórias que aparecerem em azul, vocês ainda não leram! Aquelas que já estiverem em roxo... podem reler depois, pois vocês já passaram por ali!

Bjos e bençãos!

Mirys

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Palavras: como usá-las? (Diário da Nina)


Oi galera!!!

Na semana passada, a gente estava no carro, indo pra escola, e o Guigo falou algo pra mãmi. Não me lembro bem o que era, mas a mãmi respondeu: "-filho, fica sussa!".

Rapidamente, eu corrigi: "-não mãmi, você falou errado."

Ela olhou pra trás (estávamos parados no semáforo), com aquela cara de interrogação...

Eu confirmei: "-é mãmi, você falou errado. Você falou fica sussa. Mas o Guilherme é me-ni-nO, então você tinha que ter falado 'fica sussO'!!!"

Mãmi caiu na gargalhada e, aí, quem ficou com cara de ponto de interrogação fomos nós dois. Ela não diz sempre que o certo é "obrigadO", "carinhosO", "satisfeitO" se a gente é meninO e tudo com "A", se a gente é meninA??? Então....

Ela tentou explicar que "sussa" não é uma palavra que tem gênero, mas é o diminutivo de "sossegado" ou "sossegada".

"-Então, devia ser 'fica susse', né mãe?"

Bjos e bençãos.

Nina

OBS: segunda, eu surpreendi, de novo. O Guigo fazia tarefas, eu fazia as tarefas inventadas pela mãmi (que achou uma revistinha grande Coquetel Infantil - ótima!) e a mãmi gerenciava os dois. "-Que lindo, filhota!" "-Muito bem, filhote, que palavra grande" "-Uau, que capricho." "-Agora, as letras têm que voltar pra linha...". Quando eu me cansei, desci da cadeira e, toda teatral, como sempre, disse: "-mãmi, eu (apontando pra mim) já acabei. (mão na cintura) E o Guigo, não acabou ainda não?" "-Mas filhota, o Guigo é maior e ele tem mais tarefas. Ele ainda está fazendo a última." (eu, com as palmas das mãos viradas pra cima e suspirando) "-Afe! (mão na cintura, pra lá e pra cá) I-NA-CRE-DI-TÁ-VEL!". E a mãmi, depois de se matar de rir, ficou pensando... onde será que eles aprendem essas coisas????

Fechar as portas. (Diário da Mirys)


Na terceira semana de janeiro, uma antes do acidente, eu estava saindo de viagem para trabalhar em Ituverava, durante a semana. Ia de carro, afinal a Jú (minha cunhada preferida!) tinha dito: "-é aniversário do João, na sexta. É justo você conseguir chegar!" Achei que ela estava certa (voltar de Ituverava pra Jaú de ônibus significava trocar TRÊS vezes de ônibus, aguardar em duas rodoviárias o horário do próximo, transformar uma viagem de 3 horas em uma de 8 horas! Eu não ia chegar pro aniversário...

Então, pedi o carro emprestado pro meu pai (porque o nosso ficaria com o Fer e as crianças), minhas irmãs gentilmente cederam, e eu fui. De carro!

Antes de sair de casa (ainda tenho a cena na minha cabeça!), foi todo mundo pro portão (Fer + Guigo filho + Nina filha + Jô e Juninho irmã e cunhado), dizer "tchau", "te amo", "boa semana". O básico. E o Fer, músico, perguntou: "-pegou uns CDs pra ouvir no caminho?" "-peguei alguns. Não os que eu queria, porque não consegui achar nenhum dos meus preferidos. Mas, peguei 1 ou 2." "-Pérai!" (um músico, de corpo e alma, não pode deixar nem ele nem ninguém ouvir "algumas" músicas porque não encontrou suas preferidas ou as melhores). Lembro-me direitinho dele, na rua, atrás do bagageiro aberto do clio prata onde eu guardava as malas, com a mão cheia de CDs, estendida pra mim. "-Espero que goste mais destes".

Saí, acenando e buzinando "a buzina da família" (todo mundo em casa faz a mesma buzina, para se identificar para os outros, na hora de chegar ou sair), aos gritinhos do Guigo e da Nina "tchau, mãma! A gente te ama!". Fui e voltei ouvindo muuuuuuitas músicas até então esquecidas no meu arquivo auditivo. No meio dos CDs tinha um do Renato Russo, gravado em inglês. Só descobri no final da viagem, então não deu para ouvir inteiro. Sempre foi louca pelo Renato Russo: cada letra, cada forma de cantar coisas banais e transformá-las em incríveis e poéticas. Algumas pessoas realmente têm o dom!...

Na volta, na sexta, coloquei o CD do Renato pra começar a viagem. Tinha que garantir que, daquela vez, o ouviria inteirinho e relembraria dos anos de faculdade. De repente, bem no final, terminou uma música e eu comecei a cantarolar a próxima, sem ela ter começado. Sabe quando você ouve, ouve, ouve e ouve um CD e já sabe decór e salteado a ordem das músicas? Pois é. Foi isso. Só que fazia ANOS que eu não ouvia aquele CD. E eu me lembrei da música, da letra da música, de tudo. Até dos "ahhhh" e "ohhhh" que, às vezes, tem em qualquer música. E olha que esse foi o primeiro CD da minha vida que eu gostei de TODAS as músicas!!!! (Dani, Badá e Nayla, by the way, muito obrigada pelo presente, em 1997!).

A música chama-se "If tomorrow never comes" e conta a história de alguém que observa seu amor, dormindo, e fica se perguntando se já deixou essa pessoa certa dos seus sentimentos por ela. "Se o amanhã nunca chegar", ele saberá que eu o amo desse jeito? "Se o amanhã nunca chegar", aquela outra pessoa saberá que foi importante na minha vida? EU já fiz a minha parte e disse isso?????? Jà demonstrei???

Claro que eu não tinha idéia do que aconteceria no dia seguinte, na minha própria vida. Claro que eu estava num momento de "namorido" com o Fer, daqueles que você passa uns dias longe e volta morrendo de saudades. Claro que, agora, muita coisa fica mais óbvia.

Mas, naquele dia, eu não pensei em nada disso. Eu só pensei se eu já tinha deixado claro, para o Fer e para as outras pessoas que eu amava, QUE EU AS AMAVA! Sim, porque isso não vale só para maridos, esposas, namorados, vale pra todo mundo!!!! Aquela pessoa do seu trabalho que é sempre gentil, merece saber que isso é legal! Aquele filho, irmão, primo que sempre te chama pra tomar um café, ir no cinema, ou aparece para bater um papo, merece saber que faz parte da sua vida e que você gosta disso! Aquele porteiro do seu prédio que todo dia te recebe com um sorriso e uma palavra bacana (mesmo que o dia DELE tenha sido péssimo, porque você não sabe porque você nunca perguntou como foi o dia DELE!), merece saber que seu comportamento é apreciado!

Ou seja: a verdade é uma só - uma hora ou outra, mais cedo ou mais tarde, todos nós vamos embora. E, quando nós formos, as pessoas que estão no nosso cotidiano (por escolha, por força do trabalho, seja por que motivo for), saberão que foram apreciadas por nós? Ou vamos deixar "portas abertas", perdões para serem dados "depois", demonstrações de apreço para serem feitas "depois"? Quando "tivermos tempo"...

No sábado, dia 23 de janeiro, um dia depois de ter ouvido aquela música e não ter comentado nada com o Fer, ele acordou "de bem com o mundo". ELE sugeriu que aproveitássemos a passagem da mãe e do irmão dele por Jaú para fazermos um almoção de família. ELE pediu para chamarmos meus pais, meus irmãos e cunhados. E tava todo mundo lá! Que sábado delicioso! A Nina o cobrou que ele não tinha ajudado a pobre a montar um quebra-cabeças... e ele disse: "-filha, vamos resolver isso agora!". Foi pro chão e montou o abençoado jogo. Também ajudou o Guigo a passar numa fase do video-game que ele queria. Também foi pro parque em frente da nossa casa para virar criança com todos os outros "meninos" da família + Nina e colocar o helicóptero do Guigo pra voar.

Lembro-me certinho (e minha mãe também) que estava na mesa ainda, umas 5hs da tarde, conversando com minha mãe e minha sogra sobre a mudança, quando eles chegaram do parque. Ele comentou qualquer coisa com o meu pai, algum site da internet que ele ainda não tinha mostrado pro meu pai. Então, disse: "-Uma hora, não. Vamos resolver isso já. Já tá na hora de eu pagar essa "dívida"". Foi lá, pegou o notebook, sentou com meu pai na nossa frente e ficaram um tempão viajando num site da China que vende um monte de quinquilharias que deslumbram "meninos".

Na hora de sair para levar a mãe dele, na última vez em que a gente se veria (mas nenhum de nós sabia disso...), ele me deu um selinho. Eu, tranquila depois de anos de convivência e intimidade, perguntei afirmando: "-mor, você não escovou os dentes agora à tarde..." "-Ai, MIriane! Só você pra falar isso!" "-Mas é verdade... não escovou... escovou?". Ele foi colocar as malas da mãe no carro e, uns 5 minutinhos depois, voltou. Me deu mais um selinho e "-tá bom, agora?". "-não. Agora, você me dá um beijo decente". E foi...

Vocês podem ver: nada dramático, nada grandioso, nada absurdo de ser feito. Só pequenas atitudes, pequenos gestos de gentileza, de apreço, de consideração. A sensação que eu tenho, agora, é que ele foi, ao jeitinho dele, concluindo seus assuntos com todo mundo, se despedindo da melhor forma de cada um, fechando suas portas sabendo que pra trás estava deixando boas memórias, palavras e gestos de carinho. Óbvio que ele não sabia nem pensou nisso tudo. Eu que acho...

Mas isso é o que é mais importante: nós não temos que deixar para fazer ou falar algo agradável para outras pessoas quando sabemos que não estaremos mais por ali ou que nunca teremos outra chance. A idéia é viver como se cada dia fosse uma nova chance de você encerrar seus assuntos e fechar suas portas de maneira agradável, deixando lembranças felizes e boas. Nós não controlamos o tempo, nem sabemos quando vai ser nossa última oportunidade com aquela pessoa. Se você tiver outra chance com aquela pessoa: ótimo! Se não tiver, não deixou nada pra trás. Pense nisso!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Dia das Profissões na escola! (Diário do Guigo)


Pessoal, minha mãe foi convidada, na semana passada, para participar da "Semana das Profissões" (que ela descobriu ser "dia" somente), na minha escola, nessa semana. Era assim: ela teria que ir lá e explicar, em 15 minutos, para as crianças da minha classe (14 pessoinhas de 06 anos), o que ela fazia e entregar alguma "lembrança" no final (a sugestão era levar um cartão de visitas para cada pequeno).

Mas...
Como explicar o que é um "agente da fiscalização financeira do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo" para um grupo de 06 anos de idade????
Como explicar só o que era o Tribunal, pra gente????
Como tornar essa palestra interessante para que eu me orgulhasse dela????
Como deixar alguma coisa com a gente, que fosse remotamente (já estaria bom) mais legal e interessante do que um cartão de visitas??????

Pois é, o grande dia chegou. A mãmi se preparou, fez uma palestrinha na cabeça dela (ôh mulher que gosta de falar de improviso!...), separou o material que iria usar, providenciou uma "lembrancinha" relacionada ao tema para cada um e... lá foi ela!

Às segundas, a Nina vai pra aula antes, porque faz ballet das 12hs às 13hs. Então, fomos só eu e a mãmi no carro. Ela nervosinha, mas disfarçando bem! Percebeu pelos meus olhinhos que eu estava todo empolgado com a experiência!

Já cheguei na escola "anunciando": "-tia, minha mãe vai comigo porque ela vai falar do Tribunal pros meus amigos. Está bem?". E, fomos nós, de mãos dadas, eu puxando ela pela escola, até a minha classe.

Então, a mãmi ficou lá na frente, sozinha, todo mundo sentadinho (minha classe é super comportada!!!!), olhos atentos nela, e sacou a pergunta: "-alguém sabe o que eu faço, onde eu trabalho? Alguém consegue adivinhar?" Boa, mãe!!!! Já começou interagindo com a platéia! Várias mãozinhas levantaram e ela escolheu duas. "-Você é artista!" (uau!!!!!!) "-Dentista" (mãmi estava com uma blusa branca, mas tinha um casaco verde por cima!). Aí, ela disse "eu sou agente do Tribunal de Contas... (silêncio. Interrogações pairavam pelo ar....) isso quer dizer que eu sou, tipo assim, uma (sussurando) detetive! (pronto! platéia sorrindo e atentíssima, de novo) Eu tenho que descobrir se as pessoas estão gastando direito o nosso dinheirinho."

Daí, ela sacou uma história em quadrinhos para pintar que ela mesma tinha feito, explicou na nossa linguagem o que era "imposto", "prefeito", "contribuinte", "agente da fiscalização (a gente preferiu detetive!!!)" e pediu para alguém ler o último quadrinho ("fim"). "-Muito bem, Giulia! Você lê muito bem!". E lá se foi mais uma amiga conquistada pela mãmi!...


Pra coroar a apresentação, ela chamou três ajudantes (TODO MUNDO QUIS IR!!!!), e fez um simulado com a gente: um era o contribuinte, outro era o prefeito e o último era o tribunal. Pro contribuinte, ela deu 10 moedas de R$ 1,00 (as maiores). Pro prefeito, ela entregou um saquinho transparente, que era onde o contribuinte colocaria os 10 impostos. Então, o prefeito tinha que tirar umas moedinhas para construir 3 escolas (o Francisco pegou 3 moedas), enquanto a Mariana, que era o Tribunal, ficava de olhos fechados. Daí, o tribunal chegava, cumprimentava, perguntava quantos impostos o prefeito tinha recebido, quantas escolas tinha construído, quanto dinheirinho tinha gasto, pegava o saquinho com o restante do imposto das mãos dele, despejava sobre a mesa da professora, e contava o dinheiro que tinha sobrado. Antes, a mãmi já tinha colocado a conta matemática na lousa (10-3=?) e pedido pra quem fosse bom de matemática responder quanto daria (foi a maior gritaria! 6!!! 7!!!! "-Muito bem, 7! Vocês são bons mesmo!"). Por isso, todo mundo contou o restante do imposto alto: 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7!!!

Palmas pra todos!!!!

No final, a mãmi pediu para todos virarmos as folhinhas pra baixo (aquelas com a historinha) e foi perguntando: "-quem lembra o que é imposto?" "-quem lembra o que é prefeito?" "-muito bem, senhor. Uma lembrança pra você!" e entregava uma moeda de R$ 1,00 para cada um (uma fortuna para nós!). Ela inventou perguntas até que todos pudessem receber sua moedinha!

Todos pintamos os desenhos que ela entregou (tinha com contribuintes meninOs e meninAs), e contamos pra ela nossos planos com nossas moedas. Alguns amigos contaram como ganham mesadas, onde guardam os cofrinhos ou como pedem moedinhas pros avós. A gente puxava tanto assunto com ela, que ela acabou ficando sem horário de almoço, porque não conseguia ir embora. Fizemos um desenho especial pra mãmi, autografado por todo mundo!!!!

A mãmi pode ver pelo meu olhinho brilhante que eu estava ADORANDO tê-la na classe, sendo o centro das atenções. É bom quando os seus amigos gostam da sua família, não é? E ela foi embora R$ 14,00 mais pobre, mas com 13 novos amigos!

Bjos e bençãos.

Guigo todo orgulhoso!!!!

PS: no dia seguinte, quando chegamos na escola, eu perguntei para a monitora: "-tia, vai ter outra mãe que vai falar da profissão, hoje?". "-não, Gui. Foi só ontem, mesmo". "-ah, tá! Viu mãe, foi SÓ você! Você podia ir hoje, de novo..." "-Não posso, filho. É só um dia que eu posso entrar. Mas que legal que foi só a sua mãe, né?" "-É mãmi. Você é importante!..." "-você ficou orgulhoso, filho?" "-MUITO!". Vesti meu sorrisão e desci do carro.

Vou lembrar você! (Diário da Mirys)


Não vou viver como alguém que só espera um novo amor...
Há outras coisas no caminho por onde eu vou...

Às vezes, ando só trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão...

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim, agora!

Vou deixar a rua me levar ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar e eu vou lembrar você...

É! Mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir...

A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você...


Ana Carolina. Outra vez, ela.
Ouvi no carro, vindo pro almoço. E ela me descreveu, de novo...
Um dia, alguém precisa avisar para essa mulher talentosíssima que ela precisa parar de entrar da minha cabeça...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Terapia da Bolsa de Valores de SP (Diário da Mirys)

Preparem-se, que eu vou de corpo e alma nessa!

De manhãzinha, antes de ir pro trabalho, eu olho meus e-mails e posto coisas no blog. Hoje, recebi uma resposta de uma amiga queridíssima, sobre a mensagem "eu morri também...". Como ela mandou pro e-mail e não pra cá, suponho que queria ficar incognita. Então, não vou dizer o nome. Mas, vou contar o "milagre".

Ela dizia que se uma parte minha tinha morrido com o Fer, existia outra parte: a que tinha ficado. E que essa parte era IMENSA! Que essa outra parte ia continuar a vida e escrever uma nova história. Que essa outra parte era linda e que alguém, algum dia, ia perceber isso...

Preciso fazer uma confissão: taí uma coisa que viúva NÃO SE SENTE - linda! Você se acha gorda, magra, alta, baixa, feia, com olheiras, cabelo do jeito que dá (Bosca e Ci, vocês não vão mais poder me chamar de "garota revlon" nessa fase...). Mas, linda??? Linda, nunca...

No meu caso específico, como tudo aconteceu antes dos 55 (acho que até lá, todas devem ouvir as mesmas coisas), a frase que mais ouvi nos últimos tempos, sendo dita a mim ou a algum familiar meu, foi: "-mas ela é tão novinha, tão inteligente, tão bonitinha... tadinha". Tadinha??? Bonitinha??? Como é mesmo aquela história de que "bonitinha" é a "feia arrumadinha"????

Amigos, meus queridos amigos, por gentileza, façam-me um favor se querem me "alegrar": não usem a palavra bonitinha. Nem bonita (se bem que, um "bonita" dito na hora certa, por alguém bem sério, do sexo oposto, pode ser perfeitamente crível). Sejam criativos! Digam: "-uau, que produção!", "-nossa, ficou ótima com esse visual", "-adorei o corte de cabelo", "-está linda!". E não se esqueçam das caras e bocas (bem teatrais) para que nós, viúvas, possamos acreditar no que estão dizendo. E, não mintam! Se o cabelo estiver uma droga, a pele cheia de espinhas, a roupa for aquele moleton folgado, elogiem o sapato! Ou não falem nada. Tudo é melhor do que o "-tá bonitinha", onde a gente sempre ouve o "tadinha" pairando no ar, na sequência.

Pode ser neura nossa? Claro que pode! Deve ser, até!
Mas quem nunca terminou com um(a) namorado(a), ficou se sentindo um lixo, a última das mortais, e precisou de uma terapia da bolsa de valores?????

Tem gente que chama de "terapia da construção". Sabe quando você está se sentindo horrorosa, a mosquinha-do-cocô-do-cavalo-do-bandido (nem o bandido você consegue ser...)??? É só passar em frente a QUALQUER construção, com QUALQUER roupa, que alguém vai gritar "-ôh go...osa", lá de cima! Pronto! Você já recuperou sua auto-estima e pode seguir a vida!

Uma amiga, uma vez, me disse que como era uma pessoa estudada, formada, viajada, ela achava "fora de questão" passar em frente à uma construção para melhorar a auto-estima. Então, quando ela se sentia feinha, como quem não quer nada, passava em frente da Bolsa de Valores de São Paulo, na hora do almoço. Pronto! Recebia (um? não!) mil elogios e galanteios de inúmeros engravatados que ficavam por ali, fumando e fazendo fotossíntese (tomando sol, para quem não entendeu). Me perdoem se vocês trabalham (ou conhecem alguém que trabalha) na BV de Sampa, mas, um dia, eu estava num projeto por ali, com essa amiga, e fui testar a teoria. Tiro e queda!!!!!

Então, acho que era disso que eu precisava, passados 07 meses (como o tempo voa... como eu sobrevivi a tudo isso?). Precisava passar na frente da BV e me sentir "normal", de novo. E não ter todos os homens (e mulheres) me olhando com cara de dó... Mas eu moro no interior!!!!!!!!! O que fazer??? O que fazer????

Sem solução, fechei o computador com aquela mensagem linda, passei um batonzinho básico (lembrei da tia Cármen... é isso aí, tia, pegue no meu pé!!!), e fui trabalhar, de vestido preto básico (não justo e até o joelho), porque está bem quentinho por aqui. Mas, fui decidida a não ficar me achando mais a tal mosquinha... Fui de óculos escuros, para esconder que tinha chorado.

E na porta, bem na porta do trabalho, passa um moço de bicicleta (podia ser um pedreiro, maaaaaaaaaaaaaas podia ser um executivo atleta! Nao sei porque não olhei) e diz: "-que maravilha, heim?". Eu continuei olhando pra baixo (as calçadas daqui são péssimas e eu estava de salto alto), mas um sorriso veio sem permissão para os meus lábios. E eu entrei para trabalhar me sentindo "viva". Viva. Essa é a palavra!

Eu existo, amiga! Pelo menos, uma parte de mim ainda está aqui!
Os outros conseguem me ver...

I just heard... (Diário da Mirys)

Atendendo a pedidos, desta vez vai com a tradução.
Acabei de ouvir na rádio e... você pode imaginar!
Às vezes, em inglês, eu me explico melhor...

Wherever You Will Go

So lately, been wondering
Who will be there to take my place
When I'm gone you'll need love to light the shadows on your face
If a great wave shall fall and fall upon us all
Then between the sand and stone, could you make it on your own
Ultimamente, tenho pensado
Quem estará lá para tomar meu lugar?
Quando eu for, você precisará de amor para iluminar as sombras do seu rosto
Se uma onda enorme caísse, caísse sobre todos nós
Então, entre areia e pedras, você poderia fazer isso do seu modo



If I could, then I would, I'll go wherever you will go
Way up high or down low,I'll go wherever you will go
Se eu pudesse, então eu iria, Eu iria para onde você fosse
Lá em cima ou bem lá embaixo, Eu iria para onde você fosse



And maybe, I'll find out a way to make it back someday
To watch you, to guide you, through the darkest of your days
If a great wave shall fall and fall upon us all
Then I hope there's someone out there
Who can bring me back to you
E talvez, eu irei descobrir uma maneira de voltar algum dia
Para observá-la, para guiá-la, através do mais escuro dos seus dias
Se uma onda enorme caísse, caísse sobre nós todos
Então eu desejaria que houvesse alguém
Que trouxesse você de volta para mim



If I could, then I would, I'll go wherever you will go
Way up high or down low, I'll go wherever you will go


Run away with my heart
Run away with my hope
Run away with my love
Fuja com o meu coração
Fuja com a minha esperança
Fuja com o meu amor



I know now, just quite how
My life and love might still go on
In your heart and your mind,
I'll stay with you for all of time
Eu sei agora, somente o suficiente,
Minha vida e amor têm que continuar
No seu coração e na sua mente
Eu estarei com você o tempo todo



If I could, then I would, I'll go wherever you will go
Way up high or down low, I'll go wherever you will go


If I could turn back time, I'll go wherever you will go
If I could make you mine, I'll go wherever you will go
Se eu pudesse fazer o tempo voltar, eu iria para onde você fosse
Se eu pudesse fazer você minha, Eu iria para onde você fosse

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

E a festa do Dia dos Pais foi assim... (Diário do Guigo)


Gente, chegou o grande dia: sexta-feira, apresentação do Dia dos Pais (da mãe e dos avôs, no nosso caso), na escolinha.

17:30hs, tinha que estar todo mundo lá, para tentar arrumar um lugarzinho bom no ginásio da escola, para ver nossas carinhas direitinho. A mãmi, que não é boba nem nada, chegou às 17:15hs. Foi à pé, do Tribunal (porque já sabia que iria ser o caos para estacionar). Imaginem a quantidade de carros dos pais de todas as crianças do berçário ao 5o ano que viriam para nos assistir????

Mãmi chegou cedo, entrou rapidinho e escolheu um lugar, lá pela 5a ou 6a fila. Normalmente, ela ficaria na 1a, no meio da turma do gargarejo! Mas, hoje, ela achou melhor ficar um pouquinho pra trás (daria pra disfarçar, se ela começasse a chorar).

O vovô Nono não poderia ir, pois a nossa tia tinha sido operada na mesma tarde. (OBS: não se preocupem! Está tuuuuuudoooo bem com ela). O vovô Almanir viria, de São Carlos, então a mãmi guardou um lugar pra ele.

Ela escolheu um lugarzinho ao lado de outra mãe, sentindo-se aliviada por não ser a única mãe no local. "Claro que deveriam ter outras mães/pais por ali. Separadas, divorciadas, esposas de workaholics.", pensava a mãmi, torcendo para não ser a única. Quando viu uma moça, na 5a ou 6a fila, tratou de se sentar ao lado dela, para garantir.

5 segundos DEPOIS, chega o marido daquela senhorita, senta-se ao lado dela, faz mil carinhos e ficam os dois lá, de mãos dadas, olhando para o palco (vazio, ainda). Então, ela puxa papo com a mãmi dizendo que era a 1a apresentação do 1o filho deles, que o menininho se chamava X, que estava na classe Y, que era o orgulho do pai Z, que isso, que aquilo. Falava e falava. Vendo o lugar vago ao lado da mãmi, é claro que ela achava que o pápa iria chegar a qualquer momento. A mãmi teve que responder, educadamente, que estava esperando por seu sogro. Sem detalhes. Pobre mãmi...

A diretora pegou o microfone, fez os anúncios de praxe e, mais rápida do que um relâmpago, a mãmi ficou em pé e saiu do lado daquela mãe (linda, feliz, orgulhosa, apaixonada pelo filho... e pelo marido! Era demais pra mãmi). Ela ficou encostadinha na parede, câmera a postos, pronta pra nossa grande apresentação.

Entramos. Eu a achei, dei uma piscadinha, sorri e acenei. Todo serelepe (o que é muito incomum). A Nina achou a mãmi logo depois. Deu uma piscadinha, sorriu e acenou. E perguntou, bem teatral, mexendo os lábios: "-ca-dê-o-vo-vô-?". Mãmi respondeu: "-e-le-já-che-ga" e mostrou a palma da mão, pra Nina entender que tinha que esperar um pouquinho.

A Nina olha, olha, olha, procura naquele ginásio cheio, olha pra mãmi e pergunta: "-ca-dê-o-vo-vô-?" e já perde o sorriso. A mãmi, que não parava de pensar "CADÊ O VOVÔ???", sorriu e fez todos os gestos de novo. Ela sabia que o Nono não poderia ir, mas aguardava o vovô ALmanir. Já tinha ligado, mandado mensagem com endereço, tudo. Mas, o vovô não estava acostumado a ir para nossa cidade...

Na 4a vez que a Nina perguntou, a mãmi fez uma coisa horrorosa: mentiu! Disse: "-e-le-es-tá-lá-no-fun-do-!", onde ela esperava que ele chegasse a qualquer momento. A Nina procurou, procurou, não encontrou (claro!...), mas achou que o problema era com ela, mesma, já que o ginásio estava lotado e ELA poderia não estar vendo. Deu certo. Ela sossegou.

Nós cantamos uma música bem linda, que a mãmi filmou INTEIRINHA!!! Até para mostrar para os avôs, que não ouviram o original... Eu gesticulava e apontava para a mãmi, toda vez que a música falava "você", "com você", "só você" e coisas do tipo. Não disse que ELA seria o meu pai? A Nina cantava, sorria e apontava pra mãmi também (já que ela ainda não tinha encontrado o vovô "por problemas dela mesma"). Foi lindo, lindo, lindo!!!

Acabou a música. Pânico na mamãe!!!!! "E se as crianças forem descer do palco agora para abraçar os pais???? Cadê o vovô????? Será que vou aguentar????". Mas, a diretora fez o anúncio do século (para a mãmi): "-agora, os menores vão para as suas salas, enquanto os maiores se apresentam, e DEPOIS os pais poderão ir nas classes, pois temos uma atividade preparada para fazer com vocês!". Salva pelo gongo (ou pelo microfone da diretora)!!!!!


Na terceira e última turminha a se apresentar, o vovô chegou. Tinha ficado perdido na entrada da cidade + não tinha encontrado lugar pra estacionar. Mãmi, que vacilo!!!! Deveria ter dado sua dica para o vovô!!!!! Desculpe, vovô! Na próxima, minha mãe acerta...

Mas, graças a TUDO, na hora de nos dividirmos nas classes, o vovô estava lá. A mãmi o levou até a classe da Nina e ele ficou lá com ela, enquanto a mãmi descia correndo as escadas para entrar (no meio) da gincana da minha classe. 14 alunos. 13 pais + minha mãmi. Era uma corrida para encher uma garrafa pet com água colorida, usando uma canequinha. O time (vermelho ou verde) que enchesse a garrrafa primeiro, ganhava.

Quando a mãmi chegou, o líquido já estava no meio da garrafa e nós fomos lááááá pro final da fila (afinal, eu estava sem par, então, estava lá atrás). Em um minutinho... priiiiiiii! A equipe verde ganhou!!!! E a gente era do vermelho... Então, a professora disse que teria uma segunda rodada, pois algumas crianças ainda não tinham ido. Nós dentre elas! Preparar, apontar, vai! Enche garrafinha, enche garrafinha, mãmi puxou um grito de guerra com meus amigos, a outra turma respondeu, e chegava a nossa vez! "-Vai Guilherme!!!" Saio correndo, encho a canequinha, e ao som de "vermeeeeeeeelhooooo, vermeeeeeeelhooooo" quase completo da danada. Volto andando (tranquilamente!), entrego a canequinha pra mãmi, que cata, sai correndo, enche até a boca e, super concentrada, joga água colorida na garrafa.... o outro time estava quase ganhando de novo.... mas o pai do lado de lá era menos prendado do que a minha mãe (homens, báh!) e "-Yes! O time vermelho venceu!!!!!".



A mãmi reinava, feliz, braços pro ar, canequinha na mão, sorrindo pra mim, dizendo "-Ganhamos, filho!", sem se importar com o líquido vermelho (de anelina!!!!!) que ia em direção da sua camisa branquinha, branquinha.

A professora resolve fazer uma segunda rodada. Terceira, na verdade. Mas, ela chamou de segunda e... ops! A equipe verde venceu, de novo. Então, os pais que estavam na parte de trás, que não tinham ido duas vezes com seus filhotes encher a preciosa e disputada garrafa pet, pedem para ter uma chance de jogar, de novo, como os pais que ficaram na frente. A professora acha justo (ERA justo!). E... lá vamos nós! Um amigo e seu pai furam a fila e entram na nossa frente. Poxa... será que não ia chegar na nossa vez, agora?...

Mas, eis que, chega a minha vez e a garrafa está quase cheia, de novo! Saio correndo. Eu e a menina do outro time. Concentro, concentro. A mãmi disse "devagar, para não jogar muita água pro chão". Eu obedeci. A mãmi na maior torcida pra que eu completasse a garrafa, mas não deu. Quando ela percebeu que não ia dar e que o pai do outro time já tinha ido, ela saiu correndo e chegou no balde um segundo depois que eu tinha saído. Nem voltei pro meu lugar, fiquei ali, do lado do balde, torcendo "vai, mãe, vai, mãe". E ela... CONSEGUIU, DE NOVO!!!!!!!

Subimos na classe da Nina, bem felizes, para buscá-la com o vovô, afinal, tinhamos ganho a competição. Duas vezes!!!! Na verdade, todo mundo tinha ganho a competição duas vezes (apesar dos pais do outro time não darem moleza, não! Esse povo leva tudo a sério!). E todo mundo estava feliz!



Pegamos a Nina com o vovô, recebemos vááários elogios da nossa pitucha feitos pela professora dela (tia Fabíola, queridíssima), a mãmi ganhou um abraço especial ("-você é uma mulher de muita coragem! Parabéns!"), ouviu algumas histórias que a Nina contou na classe dela, pegamos a vovó Mirtes e a tia Melina (que estavam esperando por nós há uma hora! Tadinhas!) e fomos pra Jaú, contar nosso primeiro dia dos pais pro vovô Nono. Afinal, tinha faltado ele na nossa comemoração, certo?

Bjos e bençãos

Guigo + Nina + mãmi

domingo, 22 de agosto de 2010

Despedida...

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.

Martha Medeiros

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tarefas (Diário da Nina)


Pessoal, desde o começo do ano, temos uma nova palavra em nossa rotina: tarefa! Ou dever de casa, ou homework, ou o nome que você quiser dar. É quando você fica trabalhando e estudando, mesmo DEPOIS de acabado o horário da escola. Geralmente, todo mundo detesta, né? Pois é... a gente ADORA!!!!!

A mãmi diz que tudo na vida é uma questão de atitude e que tudo que as crianças ainda não conheçam vão gostar ou não gostar dependendo da atitude dos pais. Então, ela procura ser super positiva para coisas que acha importantes! Faz "teatro", inventa músicas, elogia... e a gente vai na dela!

Pra comer, por exemplo, quando a gente via uma coisa nova e não queria nem experimentar, dizíamos "não gosto". E a mãmi vinha com a resposta: "-como você sabe que não gosta se nem experimentou?". Se mesmo assim a gente não cedesse, ela mesma comia, tecendo altos elogios: "-Huuuummmmm, essa berinjela está di-vi-na!" "-Uau, que delícia de beterraba!". Resultado: hoje, parecemos aquelas crianças do comercial do "mãe, compra brócolis?" (PS: A-DO-RO brócolis!!!).

Para tomar vitaminas, mãmi tinha histórias: era uma vez um bichinho da força, que morava dentro do pote de vitaminas; daí, um dia, ele resolveu ajudar uma linda garotinha, pulou para a colher com os seus amigos ("vamos contar, filhota? Uma, duas, três... vinte gotinhas!"); e pluft! Foi para a boca da garotinha. (Nessa hora, ela colocava a colher e o remédio de lado, e ficava passando os dedos na gente, como se fosse os bichinhos da força). Da boca, ele foi descendo, descendo, chegou na barriga e... se espalhou pelo corpo!!! Agora, a menininha já está mais forte!

Arrumar a bagunça em casa virou uma hora muito divertida, graças à Tia Sandra, do Rafa! A gente brincava, brincava, brincava e os brinquedos ficavam lá, todos espalhados. A mãmi chamava para guardar, dizia que os brinquedos eram nossos então a responsabilidade era nossa. Mas, um belo dia (noite, na verdade), o Rafa estava em casa e fez parte de toda a bagunça. Na hora do tio André e a tia Sandra irem embora, nossos pais disseram "pode deixar, a gente arruma". Mas, a tia Sandra pegou na mãozinha do Rafa e disse: "-quem vai fazer o 'quem ajuda' do Cocóricó?". Até hoje, quando a gente precisa arrumar algo, a mãmi sai cantando "quem ajuda, quem ajuda, quem ajuda", e a gente atrás, embalados pela música.

Com a tarefa não foi diferente. Quando o Guigo chegou com a 1a tarefa, a mãmi logo exclamou: "-Tarefa??? Filho, que legal!!! Tarefas são suuuuuuuuuuupeeeeer legais!!! E ajudam a gente a ficar mais inteligente." Pronto! Estava feita a mágica! Qual o resultado? O Guigo QUIS fazer aquela e todas as outras tarefas? Sim... mas EU quis tarefas também!!!! Poxa, se é tãããããão legal, eu também quero!!!!

Então, passamos o semestre passado inteiro com a mãmi "criando tarefas" para mim. Porque o Guigo tinha tarefa da escola todo dia e eu tinha um dia só. Então, nos outros 4, a mãmi arrumava algum desenho para eu pintar (imprimia da internet, comprava revistinhas - as da "Escolinha" são ótimas, etc).


E a gente foi assim... por um mês ou dois. Um dia, eu "estressei". Chegou na hora da tarefa, o Guigo tinha a dele e eu pedi a minha. Minha mãe apareceu com uns desenhos da Ariel (minha preferida) para pintar e... eu me comportei como uma legítima filha de Miriane (teatral). Empurrei as folhinhas de volta, com a minha mão, bem delicadamente, olhei bem séria para a minha mãe e disse: "-mãmi, isso é tarefa de bebê. Eu não quero pinturas. Eu quero tarefa DE VERDADE!"

Bjos e bençãos!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

As coisas boas da vida! (Diário da Mirys)


Se você parar pra pensar, um pouquinho, vai ver que tem muitas coisas legais que acontecem com você, todo santo dia, e você nem percebeu. Às vezes, a gente está tão preocupado com certas coisas, tão focado em "reclamar" e em se sentir injustiçado, que o dia passa e puf... vai embora. E as coisas boas (que certamente estiveram por lá) vão com ele!

Então, se aproprie das coisas e momentos bons que Deus reservou para você. Todos os dias!

Se possível, "vá além" e agradeça!!! Mas se você "só" reconhecer que eles estão por ali e der atenção, já estará valendo!

Não quero falar aqui daqueles pequenos milagres do cotidiano do tipo "você está respirando", "seus filhos não estão doentes, no hospital", "seu emprego continua seu", etc, etc. Quero falar de coisas um pouquinho mais concretas e "diferentes", para tornar seu processo de reconhecimento e agradecimento mais simples.


Comer, por exemplo, é uma das boas coisas da vida! Não é ótimo quando você não precisa engolir um PF (arroz, feijão,bife e salada, um em cima do outro, tudo misturado), em 5 segundos, e voltar correndo pro serviço? Na Price (meu antigo emprego), por exemplo, de sexta, a gente tinha um ritual: ia todo mundo junto comer comida japonesa. Aprendi (e muito!!!!) com aquele pessoal sobre a riqueza dessa culinária, as novas experiências de sabores, o chá quente na saída. Foi lá que criei o meu ritual particular de comida japonesa: para eu sentir que estou comendo meeeeesmo jap food, preciso chorar! Fazer o quê? Preciso chorar, senão não sinto que comi sushis e sashimis. Então, faço meu molhinho especial com shoyo, gengibre (delííííícia) e raiz forte. Bastante. Como e choro. E fico tão feliz!!!!!

Aqueles almoços tinham o mesmo tempo de duração dos outros feitos nos demais dias da semana. Mas, eram "especiais". Por que? Porque a gente se importava com eles, esperava por eles, os via como uma coisa boa da vida. Então, era muito mais uma questão de atitude nossa em relação àquele momento do que o almoço, em si. Já comi em diversos outros restaurantes japoneses (por vezes, com pressa, sem apreciar o momento bom), já ingeri diversas outras porções de carboidratos-proteínas-vitaminas: então, não era só uma questão de comer ou se alimentar. Nem de comer aquela comida. Era uma questão de apreciar aqueles almoços. (PS: pessoal da Pw, que saudade de vocês!!!).


Ontem, mesmo, fui jantar com as crianças no shopping. O plano inicial era ir só tomar um café, mas.... Duas amigas queridas foram junto conosco. Comi uma DELICIOSA salada de carpaccio e aproveitei o momento. Saboreei cada garfada (ando muito influenciada pelo filme Rattatouille. Quem não viu, não perca!!!!!!!). Uma das meninas ficou numa dúvida terrível: massa ou jap? Jap ou massa? Pegou o que estava com mais vontade na hora. E ficou feliz! Outra não jantou, mas pediu um dos chocolates quentes mais bonitos que eu já vi! Com espuma, fumacinha saindo (tá um frio aqui...), bolachinha e tudo o mais.

E ficamos horas conversando sobre a vida, lembrando de umas viagens, planejando outras tantas. Simplesmente delicioso!!!

Me lembrei que viajar é outra das coisas boas da vida. Tudo bem... eu sei que não dá para viajar sempre. Ás vezes, não dá para viajar para longe. Mas, não importa. Viaje para pertinho, viaje para a casa de algum amigo ou parente, viaje com um livro! Mas, aproveite essa que é uma das melhores coisas da vida!!!

No mínimo, no mínimo, você vai ter ótimas lembranças para depois. Mesmo que a viagem seja um desastre, leve na esportiva e ria de você mesmo. E fique com a lembrança de algo divertido.

E as lembranças são mais bons exemplos de momentos bons dessa nossa existência! Pense numa coisa boa que te aconteceu, num lugar que você adorou ter ido... Viu? Você sorriu!!!

Bjos e bençãos.

PS2: hoje, antes de sair de casa correndo (porque perdi hora), voltei para pegar um brinco, no quarto, e a Helena dormia, sorrindo. Cheguei um minuto MAIS atrasada, mas não perdi aquele momento bom da minha vida! Faça suas escolhas!!! Passe batido (e reclamando) ou curta (e agradeça)!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Eu morri também... (Diário da Mirys)


Há algum tempo atrás, quando ainda morava em Ituverava e ia (3hs) e voltava (mais 3hs) todo final de semana para Jaú, dirigindo, eu tive a deliciosa companhia da Melina, por diversas vezes. A Mel (como - acho que só eu - eu insisto em chamá-la) também tem um grande amor: o Fer. O Fer dela! Claro...

Então, a gente tava no meio da estrada e o celular dela tocava. "-Oi Fer". Com tanto carinho. Nem que fosse pra discutir, depois. Mas o primeiro "oi Fer" era carregado daquilo que ela sentia de verdade. E eu, secretamente, morria de inveja (boa!) dela, mesmo quando eles discutiam (o que era raríssimo, diga-se de passagem).

Não sei bem o porquê, mas, um belo dia, durante a viagem, ela começou a me contar da história dela com o Fer dela. Foi uma delícia para mim! Juro!!!!! TEm gente que poderia achar isso meio "mórbido", triste, "transferência de situações" ou qualquer loucura dessas. Eu só achava lindo! Acho LINDÍSSIMAS HISTÓRIAS DE AMOR (Bell, me lembrei taaanto de você ao escrever essa frase!...). E a história deles era assim: de amor. Com encontros e desencontros, detalhes que faziam toda a diferença, momentos de paixonite total e de braveza, saudades marcantes (afinal, eles moram em estados diferentes!!!) e reencontros emocionantes! Claro que não vou contar nenhum episódio aqui porque essa história pertence a eles dois e não a mim. Então, se vocês quiserem saber, vão ter que perguntar a ela (ou esperar ela postar um comentário!).

Mas fato é que cada coisinha que a Mel me contava da história dela, me lembrava a minha com o meu Fer. Ás vezes, porque a gente tinha passado por coisas bem parecidas (beeeeem antes, pois a Mel tem 3 anos de relacionamento... eu tinha 15!), às vezes, porque eu já fazia o final do capítulo da história dela na minha cabeça e era surpreendida por um desfecho que não tinha pensado, às vezes, porque... sim. Simplesmente porque sim. É paizinho... essa frase é válida, em alguns momentos da vida ("-porque sim não é resposta, mocinha!"). O resultado era que eu me lembrava da minha história. O nome dos participantes... talvez... sei lá...

E, numa tarde dessas, no meio do caminho, eu falei algo para a Mel que, só naquela hora, eu percebi que era verdade: não foi só o Fer que morreu. Eu morri também. Pelo menos, uma parte de mim...

Tinham coisas minhas que SÓ ELE sabia. Assim como tinham as dele...
Tinham vontades minhas que SÓ ELE entendia. Assim como tinham as dele...
Tinham histórias minhas que SÓ ELE tinha passado junto...
Tinham bobagens que eu fiz que SÓ ELE tinha presenciado...
Tinham acertos, também, que SÓ ELE tinha visto...
Tinham neuras que SÓ ELE tinha escutado...
Tinham defeitos que SÓ ELE conhecia...

Então, é isso. Quando alguém te fala, num altar, que os dois vão ser um, creia! Pode até ser que vocês façam coisas separadas, tenham interesses divergentes, frequentes lugares diferentes, de vez em quando. Essa frase não quer dizer que você será grudada na outra pessoa. Só quer dizer que, agora, a HISTÓRIA de vocês vai ser escrita assim: em conjunto. Que alguém vai te conhecer (ou, pelo menos, deveria) tanto que você vai ser capaz de se comunicar com o olhar. Que vocês vão virar uma equipe: e ela não é feita de atletas todos iguais, mas complementares, que vão se conhecer ao máximo para que essa equipe seja a melhor possível (desculpe-me, benzinho... sei que você não gostava muito quando eu falava que éramos um time... mas, agora, eu penso mais ainda assim! E viva o nosso time!). Que aquela conversa supostamente banal do tipo "como foi o seu dia" vai, aos pouquinhos, escrever a história de vocês.


Assim, quando alguém que faz parte de você desse jeito morre, ele não morre sozinho. Você morre junto. Pelo menos, uma parte de você....

Miss you so much...

Diário do Guigo - escrito por ele!

no começo, tudo era escuro.
então, Deus fez a luz.
depois, Deus fez o céu, a terra e o mar.
ele colocou luzes no ceu - o sol para iluminar o dia e a lua e as estrelas para iluminarem a noite.


Cansei! E quero ir no banheiro!
Mãmi, você pode vir comigo?

PS: gente, é difícil e demorado esse negócio de digitar! Preciso praticar mais! (essa parte foi digitada pela minha mãmi)

PS1: minha tia Elis! A professora que me iniciou nas leituras e me ensinou letra cursiva! Saudades! Um beijo, tia Elis!!!

Texto da Helena - DE VERDADE


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Foi Tupã, foi Tupã, foi Tupã
Foi Tabajaaaaará
Foi Tabajara na terra de Tupã
Tem papagaio, arara, maracanã,
Todas as aves do céu quem nos deu foi Tupã
Foi Tupã......

OBS: não basta ser blogueira, tem que escrever!!!! A mãmi teve que sair da frente e me deixar escrever o MEU texto! depois, pedi para ela escrever a música que me veio na cabeça! kkkkk

Bjos e bençãos

A dor que dói mais (crònica de Martha Medeiros)

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, dóem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que já morreu.
Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.
Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber.
Não saber mais se ele continua se gripando no inverno.
Não saber mais se ela continua clareando o cabelo.
Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu.
Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber.
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber.
Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama... e ainda assim, DOER.

Martha Medeiros

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Enquanto a pior fase passa.... (Diário da Mirys)

Comentei com algumas pessoas muito queridas e próximas (esse tipo de conversa tem que ser ao vivo!) que uma das partes mais difíceis para mim era não ter parâmetros pra seguir. Nunca fiquei viúva antes. Não conheço ninguém que tenha ficado nessa mesma situação (35 anos, dois filhos pequenos, mudança de cidade...). Só minhas avós e a dele... mas os tempos eram outros, as idades delas eram outras, os problemas com os filhos (já criados) eram outros... tudo muito diferente. Então, não conta, né?

Eu estava no meu problema... sozinha! Sem nem uma dicazinha...
PS: espero, um dia, ajudar alguém com esse blog! Na verdade, espero SINCERAMENTE nunca ajudar ninguém porque ninguém mais vai passar por isso! Sério... NINGUÉM merece... Mas, se alguém passar e precisar de mim, estarei aqui...

Voltando à história, uma grande (e nova) amiga me fez um enorme favor e me apresentou a um outro blog, de uma outra viúva (não tão nova quanto eu, mas que passava mais ou menos pela mesma fase), caso recentíssimo (ela ainda está na fase dos 3 meses... eu já estou beirando o sétimo...). Mas ler aqueles depoimentos me ajudou muito! (chama-se "aviuvaverde.wordpress.com" ) Saber que não sou a única, escolhida a dedo, perdida por esse mundo!

Fora a Dani, só a Thaty (amo você! Mega saudade!) que tinha me ajudado com isso (talvez, sem querer), me apresentando ao diário virtual de um pai viúvo com uma bebezinha (para quem sabe inglês, vale a dica! "www.mattlogelin.com" ).

Então, hoje, escrevendo um comentário para essa outra viúva nova (ou verde, como ela criativamente se chama), percebi que não tinha compartilhado algo muito importante com vocês, meus queridos amigos!

Um dia tive uma conversa muito franca com a minha sogra (que é mãe, tinha um outro relacionamento com o Fer, estava lá na hora do acidente, é mais velha, tem um outro tipo de vida... ou seja, tudo muito diferente!) e disse algo pra ela que, às vezes, tenho que repetir para mim mesma:

-você não precisa sofrer mais do que o que já está sofrendo! O que estamos passando já é ruim o suficiente, a gente não precisa ficar cutucando isso o tempo todo, com medo de esquecer. Não vamos esquecer!


Para minha sogra, era muito importante lembrar "fisicamente" do Fer. Então, ela encheu a casa de fotos dele, ouvia músicas que ele gostava, fazendo coisas que ele gostava... só para lembrar. Eu, por outro lado, tentei manter a sanidade (até pelas crianças) e a "distância" das coisas que me faziam mal (não dele!). Fotos não me incomodavam. Nem roupas. Mas perfumes, sim! Não podia sentir os cheiros dos deles ou dos meus, que me lembrava dele ou do que ele falava ("-amor, adoro esse!" "-amor, esse não é muito bom pra hoje..."). Então, escondi os perfumes! Esperava, com isso, me poupar!

Acho que você não precisa jogar tudo fora, vender a casa, nunca mais voltar, rasgar fotos, distribuir CDs que você também gosta, esvaziar os vidros de perfumes na pia (caríssimos... tinham uns que ele tinha começado a usar na semana anterior, quando os ganhou da minha mãe, e ATÉ ESSES tinham uma história para mim!!!)... só precisa se poupar, enquanto a pior fase passa... por você ou pelas crianças! Pode escolher!


DEPOIS, você pensa no que vai fazer com tudo isso + as coisas dele + um milhão de detalhes da sua vida que você nem percebia mas ele estava lá! AGORA, você precisa ficar bem e deixar seus filhos bem. E uma maneira de fazer isso é guardando as coisas difíceis para pensar nelas mais tarde. Nas coisas, não no Fer. Ele sempre vai estar lá. Mas as coisas não precisam estar, como uma faca bem afiada, rodando pra lá e pra cá, dentro de você, o dia todo...
Focus, baby!

Então, decidi guardar o que me incomodava, para pensar sobre isso mais tarde. Quando der. Quando doer menos para mim...

PS: a-d-o-r-a-v-a essa carinha de bravo...
Miss you, baby...

domingo, 15 de agosto de 2010

Um mundo todo novo... das PALAVRAS!!! (Diário do Guigo)

Amigos, eu estou gostanto MEEEEESMO dessa coisa de ler! Após pouquíssimos meses que eu descobri que podia fazer isso, eu já me sinto "super experiente" em leituras e até desafio a mãmi: "-vamos ver se você sabe ler o que está escrito ali! Eu já li! Fale o que está escrito para eu ver se você acerta!". Mas, ela sempre acerta....

Nesse sábado, que nós ficamos na casa nova, só nós três, nós "metralhamos" a mãmi com livros. Contamos histórias para dormir, na sexta, histórias quando acordamos, no sábado, histórias (muitas!!!) com a Maria Clara (do tio Emanuel e da tia Adriana!) no sábado à noite, enquanto a mãmi esperava a pizza, histórias para dormir, no sábado. É incrível!!! A gente não se cansa!!! E agora, como EU leio, eu dizia: "-mãmi, eu leio os títulos!" ou a gente dividia (1 página pra mim e 1 pra ela, se o livro fosse pequeno).

Tem gente que diz pra mãmi que ela "perde" tempo com tanta historinha. Que ela devia aproveitar melhor o tempo dela: organizar a casa, ler um livro pra ELA, assistir a filmes, responder e-mails, dormir, etc. Mas ela acha SUPER PRECIOSO esse momento da história! Desde que a gente era minúsculo (palavra nova que usamos muito)!

Ela acha que amor por livros se passa desde cedo! Ela ainda se lembra das histórias que o vovô contava (lendo ou inventando) para ela, quando era pequena. E assim nós vamos aprendendo palavras novas, a falar português direitinho, a ter imaginação, aprendendo fatos e histórias verdadeiras. Histórias nos levam a mundos diferentes dos nossos, super interessantes, sejam reais ou não!

Até inglês a gente já aprendeu (um pouco) pelas historinhas da hora de dormir. A mãmi cansou de contar a mesma história, "trinta vezes", todas as noites (porque criança é assim: quando gosta, só quer aquela!!!). Então resolveu evoluir. Conta a história a 1a vez, normal: "era uma vez, um leão e um tatu que viviam na grande floresta". Na 2a, ela já evoluia: "era uma vez, um lion e um armadillo que viviam na grande floresta". E o resto da história ia toda com o leão sendo chamado de "lion" e o tatu de "armadillo". Uns dias depois, ela já contava a versão com os nomes em inglês, na 1a vez. Na 2a, já dizia: "once upon a time, there was a lion and an armadillo que viviam na grande floresta!". Daí, ela ficava nessa versão, por uns dias, e evoluia de novo!

E pra que a gente percebesse que livros são legais mesmo, lá na casa de Jaú, a mãmi colocava um colchão no meio das nossas camas, lia alto uma história para cada um (3 = uma minha, uma da Nina e uma escolhida por ela), nos dava um beijinho de boa noite, fazia orações e... ficava lá, deitadinha, lendo um dos livros dela, até a gente dormir e ela sair, de mansinho, do quarto (para levar um lanchinho pro pápa que estava no quarto da frente, lendo pro mestrado).

Então, devido a todo esse histórico, eu achei o máximo poder ler e saio lendo TUDO por aí! Placa de carro, outdoor, embalagem de pasta de dentes, capas de livros, tudo mesmo! O problema é que na nossa igreja, todo o roteiro do culto é transmitido no datashow e eu ficava lendo alto: "lo-u-vo-rrrrrr e a-do-ra-ção" (daí falava rápido "louvoreadoração!"), "me-n-sa-ge-m" ("mensagem!"), e a mãmi ficava "shuuu, shuuuu", explicando pacientemente que, na igreja, nós temos que falar baixinho. Mas, eu estava deslumbrado e lia tudo alto, mesmo! Ora, EU SEI LER!!!!! E isso é um grande acontecimento!!!

Mas, agora, que eu já leio super tranquilo, não fico mais falando as coisas alto. Eu me comporto. Só que hoje, no culto, teve uma hora de "oração silenciosa" e, depois de um tempinho, apareceu no telão "oração audível". Eu li, baixinho, virei pra mãmi que estava no banco de trás e perguntei (em alto e bom tom!!!!): "ôh, mãmi, o que que é oração au-dí-vel? Tá escrito lá, olha!"

sábado, 14 de agosto de 2010

Fortes e corajosos!!! (Diário da Nina)


Oi galera!

O final de semana chegou e nós... ficamos por aqui! A mãmi queria curtir a casa nova, nós dois, brincar com a gente, cozinhar, levar pra passear, receber nossas primeiras visitas (êh!!!! Tio Emanuel, tia Adriana, Afonso e Maria Clara - minha nova "melhor amiga"!!!).

E ela tinha também que... levar a gente pra tomar vacina!!! Como era dia de campanha da gotinha, ela começou a nos preparar, dizendo que quem se comportasse direitinho, não chorasse, e abrisse bem a boca pra enfermeira, iria poder escolher uma coisa. Nós dois escolhemos, juntos, "-almoço no Mc!!!".

A mãmi topou (até porque ela JÁ sabia que a gente não ia tomar só a gotinha... a gente precisava da segunda dose da H1N1 - aquela contra a gripe perigosa - que era de injeção!!!).

No sábado de manhã, acordamos, lemos muuuuuitaaaas histórias, deitados na cama da mãmi, debaixo do cobertor, tomando os leites (o meu, sempre quente; o do Guigo, sempre gelado). Depois, fomos para o jardim do prédio e jogamos "tênis" com raquetes de frescoball (pois o Guigo precisa praticar!). Felizes e contentes nos arrumamos e fomos "tomar a gotinha" e, depois, para o Mc!!!! Yupi!!!!!

Chegamos no postinho e eu disse: "-mãmi, vou gastar meu estoque de choro - buá, buá, buá. Pronto, mãmi. Agora, não choro mais!". A mãmi apresentou as carteirinhas, a moça mandou a gente sentar e pingou DUAS gotinhas na minha boca (me senti tão adulta!!! A mãmi tinha dito que seria só uma!) e... quase vacinou o Guigo também, mas a outra enfermeira disse correndo: "o menino, não! Ele já fez 6 anos!".

Daí, ela devolveu as carteirinhas pra mãmi e mandou a gente ir pro final do corredor. Mãmi foi, pegou uma senha para cada um ("-eu já sou grande! Quero minha senha! Eu tomei DUAS gotinhas!") e ficamos brincando esperando o tempo passar. A mãmi ia fazendo uma festa com tudo. Dizendo que todo mundo queria ver a nossa carteirinha, se estava tudo em ordem, que agora a gente estava numa cidade nova, com enfermeiras novas, postinho novo, a gente precisa se apresentar!

O plano da mãmi deu certo... até os 47min do segundo tempo. Quando a criança anterior a nós entrou (uma menina de uns 8/9/10 anos), ela gritava TAAAAAANTO, que dava pra ouvir, mesmo com as portas fechadas. Todas as crianças do corredor começaram a ficar assustadas... E ela gritava e gritava. Saiu da sala batendo (????) no pai, mesmo estando no colo dele, e berrando no ouvido do pobre ser. O Guigo, com a maior cara de assustado, lançou: "-mãmi, a gotinha dói tanto assim? Eu vou ter que tomar dessa que dói?" "-filhote, eu não sei o que a gente vai precisar tomar... vamos esperar pra ver, conversar com as novas enfermeiras que vão cuidar da gente, está bem?" "-está bem, mãmi (ela A-D-O-R-A quando ele fala está bem!). Acho que aquela menina só estava com saudades da mãe dela, mesmo, viu Helena..." Meu irmão não é o máximo?

Só que a gente entrou na sala, super comportados, distribuindo bons dias para todas, contando que éramos novos na cidade, tãããão gentis, que a enfermeira chefe chamou minha mãe de lado, abaixou a voz e, quase pedindo desculpas por ferir crianças tão meigas, disse: "-ai (juro, ela suspirou!!!), olha, o Guilherme precisa da H1N1, da de febre amarela e de XXX (a mãmi não se lembra) que ficou faltando, lá no postinho onde vocês iam. Já a sua menina, vai precisar da H1N1 e de mais uma. Tudo bem?" Tudo bem????? Tudo bem????? Alguém já viu uma enfermeira perguntar isso para uma mãe???? FINÍSSIMO ESSE NOSSO NOVO POSTINHO!

Para o nosso azar, a mãmi respondeu: "-se tem que fazer, vamos lá." Então, chamou o Guigo e começou a conversar com ele. Explicar. Claaaaaaaaaaaro que ele não queria saber de injeção nenhuma!!!!! Mas, foi. Um lord, esse menino. Sentou no colo da mãmi, a abraçou, ela segurou um bracinho dele com a mão esquerda, cobriu o rosto dele com a mão direita, começou a cantar uma música bem baixinho e, ele chorando, tomou a abençoada agulhada. Depois disse, chorando: "-tudo bem, mãmi. Nesse braço tudo bem." E a mãmi teve que dar a má notícia de que tinha outra... Ele chorou mais! Ela explicava que era só o susto, que não doía depois (lembra da 1a?), que era só a picadinha. Mas ele não queria, claro. Porém, alguma criança ganha uma discussão nessa hora??????

Ele tomou a segunda picada, tudo igual (mãmi segurando e cantando, enfermeira chateadíssima de picar uma criança tão fofutcha, eu chorando e querendo protegê-lo, outras enfermeiras admirando). Tudo igual, só que do outro lado. E ele sacou um: "tudo bem, mãmi. tudo bem. Nesse braço E nesse braço, tudo bem." E ela disse que teria mais uma, desta vez, no bumbum. Ele se encostou nela e não queria virar! Então, ela disse: "-Guigo, olhe pra mim. A mãmi não mente, não é? Se eu falo que a enfermeira não vai aplicar a vacina, agora, ela não vai! Pode olhar pra mim!" (o que ele não sabia era que a enfermeira tinha falado para a mãmi "pode conversar com ele, que eu espero", por mímica labial. Daí, ele concordou e virou pra enfermeira: "-tia, mas vai doer?" E ela respondeu: "-meu lindo, sua mãe disse que adulto não mente, então a tia não vai mentir pra você. Você vai sentir uma picadinha, mas é só isso, tá? A mamãe vai te segurar para você não se virar e se machucar"... Pobre Guigo...

Daí, foi a minha vez. Tudo igual. Dos dois lados. Conversa, explica, segura, vira o nosso rostinho e canta... Como a mãmi se impressiona se ELA olhar, ela não deixa a gente ver. Vai saber... Só que, na segunda vez que ela fez isso comigo, acho que o estoque de músicas acabou e ela só ficou cantarolando: "-eu te amo, eu te amo, eu te amo...". Quando percebeu, as outras enfermeiras estavam todas olhando pra ela. Acho que pensaram que ela era louquinha, louquinha, coitada! Ela lá, maltratando a pobre filha, indefesa, de 3 anos, com 16 kilos e cantando "eu te amo"! Mas, a mãmi sabe que eu entendi...

Acabado todo o processo, as enfermeiras (TODAS!) nos elogiaram e ficaram conversando conosco. Realmente, a gente só chorou do susto. Aplicou, a gente parou de chorar. Acho que era mais medo, mesmo...

Daí, do nada, eu virei pra mãmi e perguntei: "-mãmi. A gente se comportou, não foi? A gente pode ganhar brinquedo E sorvete, no Mc, hoje?" (é que a mãmi diz pra gente escolher OU promoção com brinquedo OU sorvete de casquinha, pra gente aprender a controlar o dinheirinho). Ela disse: "-claro, filhota!!!". E todas as enfermeiras disseram, em coro: "eu também quero!". Será que era o Mc ou uma mãmi maluquinha como a nossa?????

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sonhei com você!!!!! (Diário da Mirys)


Que bom: sonhei com o Fer, de novo... Não que se possa dizer que 4 sonhos em 6 meses seja algo, assim, digno de comemoração! Mas, pelo menos, eu o vi, mais uma vez. E esse foi muito melhor do que os outros: foi o primeiro onde eu ganhei um beijo!

Taí uma das coisas que a gente não consegue controlar: os sonhos! Tem dias que eu fico pensando, pensando, pensando numa coisa boa, para ver se sonho com ela e... necas! Nadica de nada! Outras vezes você tem um dia de cão, pega alguém bem grosseiro (odeio pessoas grosseiras!) pela sua frente, tudo o que queria era chegar na sua casa, ver sua televisão e ir dormir para "acabar" com o dia e... quando vê, o "ser" irritante está lá, no seu sonho!!! Ri-dí-cu-lo! Mas, fazer o quê? Somos assim...

Já fiquei vááááárias vezes pensando no Fer, antes de dormir, revendo fotos, ouvindo músicas gravadas, vendo filmes "de menina" pra me inspirar e... nada! Durmo. Acordo. E nada dele! No começo isso me incomodava mais. Agora, já estou me habituando...

Mas, confesso que, para quem "ficou pra trás", sonhar com a pessoa que se foi faz um bem danado! Tudo bem, no 3o sono, não me fez nada bem. Mas, nas outras vezes....

No 1o sonho, eu estava numa loja grande, imensa mesmo, dessas de departamentos, na seção de roupas. A loja está vaziíssima, nenhuma pessoinha por lá (nem vendedoras). E eu olhando uns cabides. Quando olhei para o lado esquerdo (duro ser canhota... vc SEMPRE valoriza o seu lado esquerdo! Até nos sonhos!), ele estava na loja, láááá longe, pagando uma conta / compra para a cobradora. Eu pensei: "-vou até lá falar com ele. Não faz sentido vivermos assim, separados! Eu sou louca por esse cara e vou deixá-lo saber disso. Essa separação (na minha cabeça, no sonho, eu tava divorciada, sei lá...) não tem razão de ser!". E me virei para ir em direção ao caixa. Quando olhei para baixo e pensei: "-mas, peraí! não estamos separados. Ele morreu..." E acordei! Assim, sem ouvir voz nenhuma, sem tocar, sem nem mesmo ele olhar pra mim. Acordei e pronto. Tinha acabado.

No 2o sonho, nós estávamos num campo beeeeeem aberto, tipo um gramadão, mesmo. Sabe daqueles que tem um gramado lindo, enorme e verde, daí tem uma rampinha para baixo (de grama, ainda) e outro gramadão reto depois da descidinha? Então, era assim. As crianças estavam correndo e rindo, na parte do gramado de baixo. E ele estava sentado naquela rampa, com as pernas dobradas e os braços abraçando as pernas, como fez tantas e tantas vezes. Ele sorria e contemplava (essa é a palavra exata) as crianças. E eu de fora, só assistindo a cena. Daí, me aproximei dele, ajoelhei atrás dele, o abracei e disse: "-eu estou com muitas saudades de você. Só queria que você soubesse. Eu estou morrendo de saudades de você!..." E comecei a chorar. E acordei. O Guigo e a Nina dormiam do meu lado. Devia ser umas 4 ou 5hs da manhã. E eu chorei um dos choros mais doídos e silenciosos da minha vida!... Estava frio pra burro em Ituverava e as crianças estavam enroladas no cobertor... se eu tentasse sair, elas acordariam... se acordassem, eu não saberia o que dizer para elas... então, não me mexi. Fiquei ali. Chorando e chorando e chorando de soluçar, sem fazer nenhum ruído, por horas!

O 3o sonho eu preferia não ter tido. Vou resumir porque detestei! Odiei, mesmo. Não gostei do sonho, nem de como me senti, depois. Mas, como a gente não controla a cabeça da gente... Naquela noite, tinha tido uma idéia linda para o quarto das crianças e fiquei procurando uma carta, um bilhete, qualquer notinha do Fer onde tivesse escrito "eu te amo", com a letra (de forma!) dele. E sabem quantos eu achei??? Nenhum! Isso mesmo! Nem um mísero papel de bala com nozinho (isso era um código para "um beijo"), nem um guardanapo rascunhado, nada! Procurei por tudo. E tudo que eu lia era "direitos fundamentais na constituição", "exceção de competência" e mais um monte de termos do mestrado. Nem uma notinha de rodapé ou de lateral de página para mim! Droga! Me senti péssima! Depois de 15 anos juntos a gente perdeu aquela coisa do começo de sempre mandar uma mensagenzinha para dizer "gosto de você". Por que????? Voltando à história, fui dormir infeliz. E sonhei que estávamos discutindo porque ele não me amava mais e... tinha me traído! Ridículo, eu sei! Mas eu avisei antes que não controlava meus sonhos... Dormi péssima, acordei pior e fui trabalhar de óculos escuros. A Amanda olhou pra mim e disse: "-noite difícil, né amiga?" Você nem imagina (imaginava!), Amanda! Você nem imagina...

Nesse 4o sonho, não teve parte ruim, nem traição, nem nenhum outra neura da minha cabeça. Era um dia normal, eu fazia coisas normais, eu cheguei num lugar (nossa casa, acho, mas não me lembro), ele estava lá. Eu estava com muitas saudades depois de passar UM DIA longe (áureas épocas...) e ele também. Cheguei. Ele me deu um selinho. Eu olhei para ele e ele me deu um beijo que se podia chamar de beijo. Daqueles ótimos, de quem está com saudades. E ficamos assim, namorando, até que eu acordei (alguém tinha que acabar com o meu barato...). Acho que posso chamar de uma pequena comemoração pelo nosso 10o dia como família nessa casa nova, nessa cidade nova, onde vamos morar por uns loooongos anos.

Obrigada, Fer, por vir me dar as boas-vindas!
Apareça quando quiser!!!

O que eu faço com os planos que eu sonhei?... (Diário da Mirys)

Uma vez, o Fer escreveu uma música que dizia assim: "você fez muitos planos pra nós dois" - e era verdade. Eu tinha feito, mesmo! "Tinha", só naquela época, não! Fiz MUITOS planos para nós (2, 3 ou 4) mesmo e, às vezes, quando estou um pouquinho distraída, ainda faço... Nem que seja só por um segundinho, até voltar pra realidade...


Ainda hoje, eu estava a mil por hora, terminando um relatório. Terminei! Ufa! Mas ainda tinha outros 2 para começar. Então, resolvi me dar uns minutinhos e dar uma olhadinha na UOL. Assim... como quem não quer nada... só fui lendo os tópicos das chamadas... pra distrair. E, de repente, vi uma foto de um mergulho com legenda da "Ilha Maurício". Pensei, assim sem raciocinar, "poxa, será que o Fer não gostaria de ir?". Daí, raciocinei...

E, como um filminho rápido, por mais que eu não quisesse, me vieram à memória as imagens de nós dois, na lua de mel, em Fernando de Noronha (meu 1o e único lugar de mergulho, até hoje). Lembrei que adoramos! Lembrei que as cores eram impressionantes! Lembrei que tinha um tubarão dormindo lá embaixo (que eu não vi, ufa!), que todo mundo só falava dele. Lembrei do barco... lembrei do Fer...


Lembrei, por fim, de váááários outros planos que fizemos do tipo "vamos mergulhar de novo, um dia?" e que nunca mais poderei realizar. Não com ele... O que devo fazer então? Ir sozinha?

Foi difícil começar o outro relatório...