Aquela música... (Diário da Mirys)

Hoje, tudo o que eu queria era, voltando da casa da minha sogra (cidade 1), passar nos meus pais pra almoçar (cidade 2) e ir pra casa (cidade 3). Mas, acontece que as crianças queriam ficar com os avós, tios e toda aquela bagunça deliciosa de família, aos domingos!


Então, nos demoramos na casa da vó Dina (cidade 1) e acabamos ficando na casa da vó Mirtes (cidade 2) para almoçar, jantar, dormir...

Tenho que ser sensível aos outros, também. Às crianças, principalmente. Acho que um dos grandes problemas atuais é que todo mundo pensa no que ELE quer, no que seria melhor para SI MESMO e acaba deixando o agradar ao outro (ou, pelo menos, ouvi-lo, para um segundo momento). Se todo mundo pensasse um pouquinho nas pessoas que estão do seu lado (ou na sua família) ou se, no mínimo, levasse aquelas opiniões em consideração, teríamos um mundo mais simples. E, mesmo assim, já não seria suuuuper simples!...

Voltando à história: fui no culto em Jaú. Fiquei esperando pelo meu pai e saímos atrasados. Eu + ele + Guigo. Mas, talvez esse fosse o plano... Porque eu pisei na igreja e estava aquele silêncio, todo mundo esperando a música começar. Eu olhei para os lados, encontrei uma fileira com cadeiras suficientes para todo mundo, fui até lá, passei por duas pessoas ("licença... com licença... boa noite..."), ajeitei a bolsa na cadeira, olhei para o lado e vi o João (meu sobrinho de 1 ano e 1/2 correndo para a minha mãe, lá na frente), acenei para algumas crianças que acenavam pra mim e... a música começou.

Nos primeiros acordes, eu sabia!!!
O Guigo passou a mãozinha pela minha perna... "-mãmi, você está com frio?"
Minha mãe, lá na frente, olhou pra mim e, cantando, sorriu. Ela lembrou e sabia que eu também tinha lembrado...

No dia do velório, na verdade, na própria noite do acidente do Fer, tinha uma música que não me saia da cabeça. Nunca foi minha preferida, nem nada disso. Nem a preferida dele. Não era uma música que ouvíamos sempre. Não tenho a menor idéia de porquê eu comecei a pensar naquela música, especificamente, mas ela voltava e voltava e voltava. Só que ele era do grupo de louvor. Eu não! Então, só me lembrava do refrão! E era tão reconfortante cantar aquele refrão...

No velório, eu olhava pra ele, sorria e cantava essa música. Quero dizer, o refrão. Só cantava o refrão. E fiquei assim, o dia todo. Até que, lá pelas 3hs da tarde, eu estava cantando e fechei os olhos, e quando terminei o refrão eu ouvi uma voz bem linda cantando a primeira estrofe. Era a Paloma! A Pa é uma amiga-irmã-queridíssima que canta no louvor. É lindo vê-la cantar! Um show a parte!!! É uma menina super tranquila, na dela, novinha...mas quando abre a boca e canta, ela fica enorme, mega poderosa. Como eu queria saber cantar como ela ou a Tininha (minha irmã que também dispensa comentários!)... Então, além de eu ter a Pa como irmã mais nova, ela ainda fazia parte do grupo de música do Fer, e tinha cantado no casamento da minha irmã, e ia em casa nas pizzadas, e... acompanhava minha história. Então, achei super providencial da parte de Deus de colocar a Paloma ali, naquela hora, com aquela voz lindíssima, pra me ensinar a letra da canção que eu não me lembrava...

Foi a 1a e única vez na vida que ouvi a Pa desafinar...

Hoje, na igreja, quando a música começou, procurei a Pa, com os olhos. Ela também iria entender, assim como a minha mãe. Mas, ela se casou e, literalmente, se mudou, há uma semana... Por isso, fomos só eu e minha mãe, num olhar cumplice, que dizia "eu sei o que você está pensando agora", cantando...

"Deus cuida de mim na sombra das suas asas
Deus cuida de mim... eu amo a sua casa
E não fico sozinho, não estou sozinho porque...
Deus cuida de mim!...
Se uma porta de fecha aqui...
Outras portas se abrem ali
Eu preciso aprender mais de Deus
Porque Ele é quem cuida de mim...
Deus cuida de mim..."