O jarro de ouro (Diário da Mirys)

Era uma vez um homem sábio, que era conselheiro de um rei. O sábio acreditava em Deus. O rei, não. Um dia, quando o sábio contou ao rei que Deus tinha criado a mulher de uma costela que tinha retirado do homem, o rei exclamou: "mas, então, esse seu Deus é um ladrão!"

Sem saber o que dizer, o sábio foi para casa, cabisbaixo. Contou o que tinha se passado a sua filha, que se entristeceu por seu pai. Então, a menina perguntou: "e o que o senhor respondeu ao rei?". O conselheiro respondeu: "eu não sabia o que deveria dizer...". "Mas eu sei", disse a menina.

No dia seguinte, ela foi até o palácio e pediu para falar com o rei. "Tenho uma reclamação a fazer: na noite passada, nós fomos assaltados!". O rei, já cheio de poder, disse: "assaltados? Absurdo! Vamos procurar esse assaltante e lhe dar o devido castigo!". E questionou: "o que foi levado de sua casa?". Então, a garota respondeu: "caro rei, o assaltante levou um jarro de prata que nós tínhamos! Um jarro de prata! Ele entrou em casa, pegou o jarro de prata e, em seu lugar, deixou um jarro de ouro...". Foi quando o rei disse: "ah!... Mas, então, isso não é bem um roubo... queria EU que um assaltante entrasse em meu palácio e roubasse alguns jarros de prata e deixasse, em seus lugares, jarros de ouro!". Quando a menina prontamente respondeu: "foi isso que o nosso Deus fez... retirou parte do que já tinha criado e deixou algo maior no lugar."

Crenças à parte, eu achei simplesmente lindo quando ouvi uma mãe contar essa história, no chá de cozinha de uma amiga queridíssima, nesse final de semana. E a mãe concluiu: "querida, que você seja um jarro de ouro para o seu marido!'. Eu chorei!... Deviam espalhar mais dessas mães por aí...