domingo, 24 de janeiro de 2010

Como falar certas coisas para crianças... (Diário do Guigo)

(texto em português, abaixo)

Jau, 24 January 2010.

There are some things in life that are harder than others. At least for you adults. We (the children) worry you for being too simple... So, that said, I´d like to tell you a story (that Mom is trying to write for two months now) ...

Yesterday, (almost) our entire family went home for lunch because the Daddy invited them: grandmothers, Nono (grandfather), uncles, aunts, me, Nina, my little cousin John. Even those who want not to eatappeared just to "be together". It was so good, so good, that we stayed at "lunch time" until 8p.m., talking, playing, enjoying the company. Hence, Daddy kissed the people good bye and went to Bauru (take grandma and our uncle Gú home). We (me, Nina and Mommy) went to grandma Mirte's house to take a bath and play longer and have some dinner. We expected to be (our) home to sleep time. Daddy was supposed to pick us up later (after coming back from Bauru).

We just stayed there. Uncle Ju and aunt Lilla appeared to sleep with us. We watch some kids movies in the (closed) living room and slept all together, at grandma´s house.

The next day someone took us (me and Nina) to aunt Nê's house (she is a sister of Uncle Ju) and we were there playing video games and watching princesses movies. You already know exactly who did what, right (me=v.g., Nina=princesses movies)?

And ... around lunchtime Mommy appeared, with Nono (her father), aunt Lilla, uncle Math and aunt Ju (Mommy think we had more people in that room but she can not remember ...). Then, Mom said she needed to talk to us. Nina stopped the movie, I "stop" the video-game and we get together in the room.

Mama put us on the couch and sat on the floor (quickly Nina jumped to Mommy´s lap). I was straight on the couch. Mom had a sad face but "put" a smile on (as she like to say) and began:

"- Puppies, Mommy needs to talk to you. Yesterday, when Daddy went to Bauru, an accident happened on the road. Our car was not hitten but other cars did. And a boy´s car was on fire. Then Dad took the fire extinguisher from our car and pzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz extinguished the fire "(imagine my mother trying to make gestures and smiles at this point)

"- So, he saved the boy, Mommy?"

"- Yes, my son, he saved the boy. But then, God saw that Dad was very cool and it was better to him to live with God ... and Daddy's gone. "

"- Dad died, Mom?"

"- Yes, son, Dad died." (the smile just ran of Mommy´s face)

"- But ... He died for real, Mommy? "

"- Yes, son, he really died."

"- So, now, we just have a mommy?"

At that time, a little birdie told me that Mommy felt tiny, alone ... she realized that now, we only had it (mom) now! And that SHE only had it, too.

But (be prepared becaus who has God has ALWAYS a "but" and the story does not end just like that...), ½ seconds, without giving Mommy much time to answer my question, we THREE started hearing "and you have a grandpa Nono!" "and you have an aunt Lilla" "and you have an uncle Junior" "and you have an uncle Math", "and you have an aunt Ju", "and you have an aunt Maiya", "and have an aunt Titina", "and you have an uncle Thiagus", "and you have a grandma Mirtes", "and you have a grandma Dina", "and you have a grandpa Almanir", "and you have an aunt Jo", "and you have an uncle Juninho", "and you have an aunt Baby", "and you have an uncle Dario", "and you have an uncle Gú", "and you have an aunt Mayanne", "and you have an uncle Mu", "and you have an aunt Mel", "and ..........."

The three of us realized that we had so many people, yet. People to take care of us! To play! To make movies sessions! For a walk! To teach! To divide our life! To laugh and to cry! AND THAT WAS SO GOOD TO HEAR AND FEEL!

So, our whole family (everyone who was there, physically, and others who were with us in their heart) said a prayer, asking God to take care of Dad, who is now in heaven. I prayed first, then Nina (very quickly because she did not open his mouth, almost all the time) and then mom.

THE END


Jaú, 24 de janeiro de 2010.

Tem algumas coisas na vida que são mais difíceis que outras. Pelo menos para vocês, adultos. E nós, crianças, às vezes, por sermos muito simples, preocupamos vocês... Quero contar uma história (que a mamãe está ensaiando escrever, há dois meses)...

Ontem, (quase) toda a nossa família foi lá em casa almoçar porque o pápa convidou: avós, nono, tios, tias, eu, a Nina, meu priminho. Quem não foi comer, apareceu depois, só para “ficar junto”. Estava tão bom, tão bom, que ficamos “almoçando” até às 20hs, conversando, brincando. Daí, o pápa deu um beijo na gente e foi pra Bauru, levar a vovó Dina e o tio Gú. Nós (eu, a Nina e a mãma) fomos para a casa da vovó Mirtes, para tomar banho, brincar mais um pouco e jantar. Dormiríamos em casa.

Acabou de ficamos por lá! O tio Jú e a tia Lilla apareceram para dormir com a gente. Fizemos sessão cineminha na sala e dormimos, todos juntos, por lá mesmo.

No dia seguinte, nos levaram (eu e a Nina) para a casa da tia Nê (irmã do tio Jú) e nós ficamos lá brincando de video-game e assistindo filmes de princesas. Vocês já sabem, e-xa-ta-men-te, quem fez o quê, né?

E... na hora do almoço, mais ou menos, a mãma apareceu, com o Nôno, a tia Lilla, o tio Jú e o tio Math (a mãma acha que tinha mais gente, mas ela não consegue se lembrar...). Então, a mamãe disse que precisava conversar com a gente. A Nina parou o filme, eu “stopei” o vídeo-game e fomos conversar na sala.

A mãma nos colocou no sofá e sentou no chão; a Nina pulou pro colo dela e eu fiquei direitinho no sofá. A mãma estava com uma carinha triste, mas “vestiu” um sorriso (como ela fala) e começou:

“- Filhotes, a mãma precisa conversar com vocês. Ontem, quando o papai foi pra Bauru, aconteceu um acidente na estrada. O nosso carro não bateu, mas outros carros bateram. E tinha um carro de um moço, que começou a pegar fogo. Então o papai pegou o extintor, foi lá e pzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz apagou o fogo” (imaginem a minha mãe tentando fazer os gestos e sorrir, nessa hora)

“- Então, ele salvou o moço, mamãe?”

“- Sim, filho, ele salvou o moço. Mas, daí, Deus achou que o papai era muito legal e era melhor o papai ir morar com Ele. E o papai foi embora.”

“-O papai morreu, mãe?”

“-Sim, filho, o papai morreu.” (acabou o sorriso da mãma)

“-Mas... morreu de verdade, mãma?”

“-Sim, filho, ele morreu de verdade.”

“-Então, agora, a gente só têm mamãe?”


Nessa hora, um passarinho me contou que a mãma se sentiu pequenininha, sozinha... que ela percebeu que, agora, a gente só tinha ela mesmo! E que ELA só tinha ela, também.

MAS (preparem-se!!! Quem tem Deus, SEMPRE tem um “mas” e a história não termina assim...), em ½ segundo, sem dar muito tempo da mãma responder à minha pergunta, nós TRÊS começamos a ouvir: “-e têm vovô Nôno!” “e têm tia Lilla” “e têm tio Júnior” “e têm tio Math” “e têm tia Jú” “e têm tia Maiyara” “e têm Titina” "e têm tio Thiagus" “e têm vovó Linda” “e têm vovó Dina” “e têm vovô Almanir” “e têm tia Jô” “e têm tio Juninho” “e têm tia Baby” “e têm tio Dario” “e têm tio Gú” “e têm tia Mayanne” “e têm tio Mú” “e têm tia Mel” “e tem...........”

Percebemos (nós três) que nós tínhamos muuuuuuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiitttttttttttttttttaaaaaaaaaaaaaaaaa gente, ainda. Gente para cuidar de nós! Para brincar! Para fazer sessão cineminha! Para passear! Para ensinar! Para dividir a vida! Para rir e para chorar! E AQUILO FOI TÃO BOM DE OUVIR E DE SENTIR!

Então, toda a nossa família (todo mundo que estava por lá, fisicamente, e outros que estavam com a gente no coração) fez uma oração, pedindo para Deus cuidar bem do papai, que agora está no céu, morando com Ele. Eu orei primeiro, depois a Nina (bem rapidinho porque ela não abriu a boca, quase o tempo todo) e a mamãe.

FIM

domingo, 10 de janeiro de 2010

Já era!!! (Diário do Guigo)


Bauru, meio de janeiro de 2010.

Oi pessoal!

Que eu sou viciado em vídeo-game todo mundo já sabe, né? E pior, isso vem na genética: o pápa também é viciado! Então, sempre que dá (e que a mãma não reclama), levamos o video-game para cima e para baixo.


Nesses dias, fomos curtir a tarde na casa da vovó Dina e levamos o vídeo-game. Estávamos apostando uma “corridaça”, eu e o pápa. Depois de uma curva, eu bati e fiquei bem pra trás, com o meu carrinho. E o pápa falou:


“- ih, Gui, já era!”


MUITAS vezes, o pápa “apela” e reinicia o jogo, quando está perdendo. A mãma fica louca! Ela diz que ele está nos ensinando a desistir. Mas, ele diz que está ensinando a começar de novo, quando percebe que não vai ganhar mesmo. Mas, naquela tarde, a mãma estava por perto (e eu sou meio teimosinho mesmo...) e eu não reiniciei. Continuei. E o pápa repitiu:


“-ôh Gui, já era!”


Mas eu continuei correndo, correndo, fazendo altas curvas com a minha “máquina” (chamo os carros assim). E comecei a me recuperar, ganhar posições. Quando estava em segundo lugar, eu respondi pro pápa:


“-pápa, eu não tô “jáerado”, não!”


Eles rolaram de rir. E eu terminei a corrida... em segundo.


Tudo bem, na próxima eu consigo. Como diz a mãma, o importante é praticar!


Bjos e bençãos


Guigo + Nina + mãma + pápa