(Text in English below. Enjoy it!)
Lá em casa sempre houve uma argumentação entre o pápa e a mãma:
* o pápa dizia que, na vida, amigos a gente tem poucos. Que ele podia "contar nas mãos" os amigos que tinha, aqueles com quem podia contar, para o bom e o ruim; aqueles que estariam sempre lá!
* a mãma dizia que ela tinha um milhão de amigos! E amava cada um deles! E tentava se dedicar a cada um deles, da melhor forma que ela pudesse. Começando no Nono e na Vovó, até alguém que ela tivesse conhecido há poucas semanas, mas que já tivesse dado demonstrações de afinidade, que ela achasse que poderia confiar para sempre. Plim! Já entrava na conta dos amigos da mãma.
Aliás, é IMPRESSIONANTE a capacidade da mãma de fazer amigos novos. Bastam "5 minutos" e as pessoas já estão contando a vida para ela, super íntimas! E ela se dedica a cada novo membro do seu não restrito, mas amadíssimo rol de amigos! Então, ela não conseguia entender o pápa quando ele dizia que tinha "poucos, mas bons amigos".
A verdade é que eles nunca chegaram num acordo sobre isso. A mãma teimava com o pápa que, se ele parasse para fazer cálculos, iria perceber que existiam várias pessoas na vida dele com as quais ele poderia contar, que estariam lá "para o que desse e viesse", por ele. E ele insistia nos "poucos e bons", que se contava nos dedos das mãos.
E então, no dia 24 de janeiro desse ano, acho que minha mãe ganhou a "discussão": quando ficaram sabendo do acidente do papai, muitas, muitas, muitas, muitas, muitas pessoas foram para nossa cidade, se despedir dele. Muita gente que já era de lá mesmo... mas outros tantos viajaram horas para ficar conosco e falar tchau! Teve gente que sabia que não ia dar tempo de chegar e vê-lo pela última vez, mas, mesmo assim, pegou o carro e foi pra nossa cidade. Teve gente que ligou de longe (muito longe, Portugal, França, Alemanha...). Muitos, ainda, não ficaram sabendo a tempo, então inundaram a página do Orkut do papai com mensagens de amizade e amor.
É pápa... se você podia contar seus amigos nas mãos... você devia ser, no mínimo, um polvo! (Pessoal, não se esqueçam que eu sou só um menininho de 6 anos - recentemente completados - e, na minha imaginação, polvos podem ter mãos. Muitas! Pelo menos, mais do que as 2 do papai...)
Bjos e bençãos.
Guigo + Nina + Mamãe (os 3 mosqueteiros)
OBS: a todos vocês, NOSSOS AMIGOS, que de longe ou perto estiveram conosco (e ainda estão, em orações, em recadinhos de e-mail, em torpedos no celular da mamãe, em comentários neste blog), o nosso MUITO OBRIGADO! É bom saber que meu pai foi um cara assim: tão amado!
At our home there was always an argument between Mom and Dad:
* Daddy said that we have few friends in live. He could "count on their hands" who were his friends, the ones he could rely for the good and bad, those who were always there!
* Mommy said that she had a million friends! And loved every one of them! And she tried to devote to each one of them as much as she could. Beginning with grandpa "Nono" and Grandma until someone she had met a few weeks ago but had already given demonstrations of affinity, in who she thought she could trust forever. Ding! Already entered into the account of Mommy friends.
Moreover, everyone thinks it is AWESOME the capacity Mom have to make new friends. It takes only "five minutes" and people are already telling her their life story, feeling very close to her! And she is dedicated to all new members of this "not small but much beloved" list of friends! So she can´t understand Daddy when he claimed he had "few but good friends."
The truth is that they never reached an agreement on this. Mommy insisted with Daddy that if he stopped to do some math he would realize that there were several people in his life at whom he could count, who´d be there for him no matter what. And he insisted on "just few and good ones which he could counted on his fingers".
And then, on January 24 this year, I think my mother had won the "discussion". When they have known about Dad's accident, many, many, many, many, many people have gone towards us to say goodbye to him. A lot of people that was already there (in our city) ... but many others have traveled hours to speak with us and say Daddy goodbye! Some people who knew they would not have time to come and see him this one last time, traveled any way. Nevertheless, they took the car and went to our city. We had people calling from far away (meaning: Portugal, France, Germany ...). Many people were not told in time... anyway then flooded Daddy´s page on Orkut with messages of friendship and love.
"Daddy ... if you could tell your friends in the hands ... you should be at least an octopus!" (Guys, do not forget that I'm just a little boy of 6 years - recently completed - and in my imagination, octopuses can have hands. Many! At least more than 2 that my father have ...)
Kisses and blessings.
Guigo (Bill) + Nina (Helen) + Mom (the 3 musketeers)
Note: all of you, our friends, who were near or distant to us (and still are, in prayers, in email messages, in text messages in Mommy´s cellphone, in comments on this blog), our THANKS! Good to know that my father was a guy like that: so loved!
11 comentários:
Ai, Miry's....lindo, lindo! Como descobrimos coisas ricas e profundas através do olhar simples das crianças....amo vcs, demais!!
É, Guigo e Nina, imagina o tamanho do polvo que o pápa teria de ser... :-) São esse momentos que nos mostram os verdadeiros amigos. Bom fim-de-semana pra vcs!
É, Guigo e Nina, imagina o tamanho do polvo que o pápa teria de ser... :-) São esse momentos que nos mostram os verdadeiros amigos. Bom fim-de-semana pra vcs!
3 mosqueteiros
Nos do Barretao curtomos vcs todos
Atiques de BTS
Ola minha querida!!!!
Adorei seu blog....
Só posso concordar com seus folhos, o Fê realmente era um polvo, porque somente dessa forma pra conseguir ter idéia de quantos amigos vocês possuem.
Beijokas
Patricia K. H. de Alencar
Oi querida!
Adorei seu e-mail, pode escrever qdo quiser p/lá, sem problemas!
Fiquie muito comovida com sua história e por mais que eu tnete imaginar, acho que nunca conseguiria dimensionar o tamanho da sua dor que é gigantesca.
Mas ver a maneira como vc lida com ela em prol dos seus filhos é lindo! Uma lição! O blog realmente deve ser uma terapia e um super presente para os filhotes!Imagona eles crescidos lendo todas as peripécias e o qto vc lutaram e venceram depois dessa perda inestimável.
Obrigada por em escrever e me apresentar tua história! Te sigo, vou te linkar lá no blog!
BjãoOOoo!=)
Oi Miry's...
Nossa, tenho tanto a falar, mas mais ainda a lembrar e sentir....
Nosso tempo de faculdade...
O Fernando!!!!!!!!!!! Anjo especial.... sem palavras....
Soube dessa tristeza ha poucos dias pela Ju Eid.
Saiba que ate agora nao me conformo, embora não nos caiba questionar os designios de Deus.
Mas, quero falar de coisa alegre. Assim como vc sp foi.
Amei seu blog. Vou seguir sp.
Esse texto é muito lindo e perfeito.
Deus os abençoe sp.
Gde beijo,cheio de carinho e saudd
Mirys,
Fiz faculdade com vocês, fui agraciada com a sua amizade e presenciei o seu casamento, especial como tudo o que vem de você. É impossível descrever a emoção que estou sentindo depois de ler essas mensagens, essa lição de vida que você pessoa especial, gente pra caramba, é capaz de dar.
Que Deus te abençoe e abençoe seus filhos lindos! Estou morando em Brasília, mas nas próximas férias quero passar por Araraquara e te dar um abraço. Fique com Deus!
Achei seu blog atraves do blog da minha amiga carequinha (bald beauty). Nunca podia imaginar que iria me deparar com um post assim. Que coisa mais linda que é ouvir as crianças...
Obrigada por compartilhar.
Felicidades!
Eu caí de para-quedas aqui... Vim te conhecer um pouco mais por causa do amigo secreto que participaremos juntas e me deparei com um blog intenso e cheio de doçura. Este texto já me fala muito de vc. Chorei (porque sou assim), me comovi com sua história e estou aqui tentando imaginar a fortaleza que você deve ser. Que Deus continue abençoando vocês, 3 mosqueteiros vitoriosos na luta da vida. Parabéns. Obrigada pelo exemplo e por esse blog maravilhoso. um bjo carinhoso.
Eu adoro ler esse blog, porque sempre vejo a força que você e seus filhos tem juntos. Lindo de ver!
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