quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
{ 1 + 1 = 6 } Por escrito! (Diário da Mirys)
Capítulo 6.
Não fazia nem uma semana que eu tinha ficado com ele, pela primeira vez. 5 dias, pra ser exata. C-I-N-C-O! E a gente já ia se separar fisicamente, com aquele trabalho que ele precisava fazer, em Manaus, com dia previsto pra ir, mas sem data certa pra voltar. Ele podia ficar fora um mês, um e meio, dois... Na realidade, ninguém sabia quanto tempo ia ser...
Mesmo assim, ele não queria "mudar os planos" e voltar a ser meu amigo, até que ele voltasse. Ele já era meu NAMORADO desde o comecinho e não aceitava qualquer ideia diferente dessa. A gente só não tinha oficializado isso para as outras pessoas (pais, sogros, irmãos, filhos, etc) porque, simplesmente, não tinha dado nem tempo! Esse tipo de novidade, quando é muito boa, você não quer contar... você quer comemorar!!!! Só que nós dois sabíamos que a minha situação era, digamos, peculiar. Eu tinha sido viúva e tinha muita gente envolvida na minha vida, há muitos meses e anos... Por isso, contar "oi. Estou namorando" não seria simples e normal, como se eu fosse uma garota solteira de 20 e poucos anos. No caso dele, também tinham crianças envolvidas: dois filhos, uma menina de 10 anos e um menino de 3, que também veriam o pai namorar, pela primeira vez.
Mas o H parecia tão decidido, tão certo de tudo, que eu ficava tranquila. E seguia a vida normal, esperando pelo momento certo de fazer cada coisa. Vivendo um dia de cada vez, literalmente!
Apesar de termos nos despedido na quarta-feira, o vôo dele, que sairia na quinta, não saiu e foi postergado para o final de semana. Ele estava em Jaú, à disposição da empresa e eu estava na minha cidade 1, trabalhando, levando crianças pra escola, organizando casa, com o cotidiano normal. A rotina só era alterada pelos milhares de torpedos que trocávamos! Como eu a-do-ro palavras (escrever, ler, conversar), esse era o meu ponto fraco e a gente mandava mensagens sobre... tudo! Contava o nosso dia, discutia um filme, trocava dicas de cozinha, além de vários "estou com saudades", no meio do caminho.
Eu adorava aquilo tudo, aquela atenção toda, ver minha vida ganhar um lado romântico, de novo, ter "conversas de adultos" diariamente, dividir a vida. Eu estava no começo de um namoro e isso é sempre / sempre / sempre empolgante! Se não for, sinto te dizer, você está namorado a pessoa errada... Porque tem que ter aquela empolgação, a vontade de estar junto, o interesse em conhecer o outro e a vida que ele teve antes de você de um jeito mais detalhado do que aquilo que os amigos normais conhecem.
Voltando à estória, na tarde de sexta, eu notei que ele ficou um tempo sem escrever. Eu escrevia e não tinha resposta. Talvez por umas 2 horas, a gente não se falou. Tudo bem, nada demais, certo? Não era motivo nenhum pra eu fazer drama, então não fiz. Só estranhei. Quando ele me escreveu, de novo, eu percebi que tinha algo errado.... e tinha! Ele tinha tido um problema familiar, com as crianças, e estava super chateado e um pouco perdido, sem saber o que fazer. Dividiu o problema comigo e me pediu minha opinião.
Minha opinião??? Sobre crianças???? FÁCIL! Vamos lá! Afinal, se ele estava assumindo o meu "pacote completo" (o que eu morria de medo de ninguém nunca querer fazer, de vestir a camisa e ver minha família de 3 como a sua futura família, também), o mínimo que eu fazia era assumir o "pacote completo" dele, também. Eu sabia que ele tinha filhos antes de começar o namoro e eu não tinha problema algum com relação a isso. Eu sabia que eu teria que dar o espaço deles, que algumas vezes os programas a 2 se transformariam em programa coletivo, que teríamos que trocar um almoço romântico por uma ida ao McDonalds. E, honestamente, pra mim, isso era tranquilo! Mais do que tranquilo, era delicioso, era bacana demais, era divertido, era algo que eu faria sem qualquer problema e com um sorriso enorme no rosto!!! Afinal, eu ADORO crianças e venho de uma família enoooooorme!
E, tentando acalmar o H, eu acabei escrevendo que se ele não concordava com algumas coisas que aconteciam com os filhos, ELE poderia fazer diferente, do jeito que julgasse certo, quando estivesse com eles. Falei que as crianças o amavam (era óbvio isso!) e que eventuais tempestades iriam passar. Escrevi que elas precisam de estabilidade e constância, para se sentirem seguras e amadas. Ele me respondeu que não sabia se conseguiria fazer isso sozinho, que estava chateado demais, triste demais. Ele me pediu pra ajudá-lo, porque eu parecia ter experiência no assunto (crianças). E me pediu desculpas por estar trazendo problemas que eram "dele" pra relação. Eu respondi que estava tudo bem, que não existiam problemas "dele" ou "meus" mais, e que nós éramos uma família de 6, agora. O bom e o ruim era "nosso".
De repente, eu vejo aparecer na minha tela a resposta dele: "eu te amo."
Assim, sem letras garrafais de desespero. Assim, sem ponto de exclamação, mas só um ponto final. Assim, sem outros complementos. Assim, só um sereno, tranquilo, decidido, decisivo, claro, objetivo "eu te amo".
Eu fiquei olhando praquela tela, parada, dentro de uma farmácia, de mãos dadas com a Nina, lembrando que, uma vez, quando nós éramos apenas amigos ainda e falávamos sobre essa minha paixão por outras línguas, ele me mandou um e-mail com uma lista enorme de "como dizer eu te amo em 160 línguas diferentes". Na época, não tinha nada a ver com a gente (eu pensava... pois só descobri que ele gostava de mim meses depois), eu ri e respondi que essa era a única frase que eu preferia em português, mesmo. Então, a Nina me tirou do meu transe: "mamãe, você não vai pagar o remédio, pra gente voltar pra escola?"
Peguei o celular e só respondi: "não vale..."
H: "Eu sei que você preferiria que eu te FALASSE isso, ao invés de ESCREVER, quando fosse a primeira vez de te dizer isso. Mas, eu te amo, Miriane Segalla. Há muito tempo já. E não queria esperar mais pra você ficar sabendo disso. E não pense que é um impulso do momento ou que o problema com as crianças tenha algo a ver com isso. Porque não é e não tem. Quando eu te vir, à noite, eu te FALO essa frase e faço você entender que é exatamente isso que eu sinto por você."
Lá, na porta da escola da Nina, eu não sabia se ria, se chorava, se me preocupava porque eu não me sentia ainda assim. Mas, eu sabia que ele tinha começado a considerar e sonhar com o "nós" muito tempo antes de mim. Que ele tinha se apaixonado primeiro, há meses, e eu só tinha me sentido assim quando ele me pediu pra me apaixonar por ele, também. Eu sabia que eu estava num estágio do nosso relacionamento e ele estava anos-luz na minha frente. E, afinal, pra quem tinha sido pedida em namoro por torpedo, era até natural que o meu primeiro "eu te amo" fosse por escrito, também! E resolvi só curtir aquilo tudo, sem neuras, lendo e relendo a mensagem, durante toda a tarde. Ah, as palavras...
Cenas do próximo capítulo aqui.
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8 comentários:
Mirys, estou muito feliz por você! É só seguir o coração que tudo dá certo...
Beijos!
oba! mais um delicioso capítulo dessa deliciosa estória...estou adorando..
obrigada! alegra meu dia!
um grande abraço aos 6 mosqueteiros!
odila
P.S. as tirinhas têm sido escolhidas com muito graça e propriedade...
odila
Ora, ora... minha Danielle Steel brasileira... e melhor ainda por ser real!!
Carol
Eu te amo!
Minha querida... Leio, me emociono e fico muito feliz por você. Mas tanto, tanto... nem te conheço, mas parece que somos amigas de longa data... afinal, é isto que o blog faz com a gente! Faz o leitor se sentir tão próximo... Agora eu sei o que é ser amiga virtual: é querer saber os próximos capítulos. é torcer pra mocinha ser feliz com o mocinho. é chorar, rir, desejar um mundo de sonhos e coisas boas.
Obrigada por ser assim. por compartilhar conosco um pouco de vc! E saiba que se chegou pra vc, é porque você merece!
Eu te desejo um 2013 perfeito! Fico aguardando as cenas dos próximos capítulos. bjão.
Fico tão feliz com o rumo que sua vida tem tomado. Você Merece. E publica logo seu livro, que eu quero muito ler, e não pare a nova saga 1+1=6, pq estou aqui todo dia ansiosa para ler.
Beijos
Mas por escrito tem a sua graça, a gente pode ficar lendo, e relendo e relendo...
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