quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Durante... (Diário da Helena - dia D)


Continuando...

Depois de ser transportada numa maca, depois de chegar na sala de parto, depois de ter o papis do lado dela, depois de fazer (cara de) força (porque não dá para fazer força de verdade quando se está anestesiada...), a mamis ouviu o anestesista dizer: “olhe para baixo” e lá estava eu, chegando. A mamis fez um carinho na mão do papis, por meio segundo, até a médica dizer: “ela está meio molinha” e a tia Lila sair correndo comigo, para outra sala!!! Então a mamis apertou a mão do papis, fechou os olhos e esperou um choro...

A mamis disse que aquele foi o minuto e meio (talvez dois) mais longo daquele dia! Muuuuito mais longo que os de insônia... muito mais longo que os de contrações... Ela teve a sensação que o corpo dela parou, a cabeça parou, que nada funcionava... só os ouvidos, esperavam e esperavam por um chorinho...

Quando eu finalmente chorei e o som ecoou pelas salas, a mamis finalmente afrouxou a mão do papai, abriu os olhos, sorriu para ele e fechou os olhos, de novo. O papis fez tudo igual!.... Quando abriram os olhos pela 2ª vez, o papis perguntou se a mamis estava orando. E ela respondeu que sim. Ele perguntou o quê ela pedia... e ela disse que não conseguia falar nada que não fosse “por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor...”. O papis, ao contrário, tinha feito uma oração toda elaborada, super eloquente. Na 2ª vez que a mamis fechou os olhos, ela orou de novo, e só conseguiu dizer: “obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada...”.

Logo, logo, a tia Lila me levou para ver meus pais e eu ganhei muitos beijinhos (todos clicados pelo vovô nono, que, novamente, estava cheio das câmeras fotográficas, dentro da sala de parto). Recebi minhas frases de boas vindas e meus “eu te amo”. A mamis fica impressionada como alguém pode ser completamente apaixonado por outro alguém que nunca tinha visto antes.... Coisas de família....

Como o parto foi NORMAL, a mamis teve a sensação de que, 15 minutos depois de tudo terminado, ela foi levada para o quarto (beeeeem diferente do parto do meu irmão, em que ela ficou um tempão esperando para ver se não tinha nenhuma reação da cirurgia), não teve nenhuma sensação de torpor (beeeeem diferente do parto do meu irmão, onde a mamis ficou “groque” por umas 5 horas), e EU FUI JUNTO COM ELA (beeeeem diferente do parto do meu irmão, em que ele teve que tomar banho de luz, banho disso, banho daquilo, chegando no quarto quase 8hs depois do parto).

Recebemos várias visitas, no meu primeiro dia, e criamos vários problemas na Santa Casa, onde só são permitidas 2 visitas por vez. Como controlar isso numa família com 10 tios????????????? Fora os avós, os tios de coração, os tios-primos, etc., etc., etc. Todo mundo era unânime em dizer que eu era “a cara do Guilherme”... menos a mamãe, que achava que estavam todos delirando. Até que eu tomei meu banho, coloquei uma roupa branca (a primeira roupa do Guigo também foi branca), deitei no meu bercinho transparente (igual ao do Guigo), e abri meus olhinhos. Aí, a mamis se deu conta: eu era muito, muito, muito parecida com o Guilherme, no primeiro dia, só que mais cabeluda. A cor do cabelo (escura), dos olhos (cinza escuro), o formato do nariz, o jeitinho, tudo lembrava muito o meu irmão!


Mal sabia minha mãe que eu ainda a faria voltar num túnel do tempo e lembrar do meu irmão bebê por várias outras vezes.....

Bjos e bençãos

Helena + Guigo + mamis + papis

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