Assim nasce mais uma mocinha...
No meio da madrugada (às 4hs da manhã, para ser exata), meu irmão Guilherme acordou e começou a chamar meus pais. Então, o papis foi até o quarto dele e.... o tirou do berço e trouxe para a cama de casal... virou para o lado e dormiu! Minha mamis ficou lá, acordadona, tentando fazer o Guigo dormir, de novo. O duro é que ele queria dormir sobre a barriga dela (sobre mim!!!), sobre o rosto dela, etc. Não se contentava só em abraça-la (como faz, normalmente). Depois de muito “rola daqui, rola de lá”, ele adormeceu... umas 4:30hs... sobre o rosto dela. Ela o ajeitou, abraçou e o deixou dormir... só que ela não conseguia dormir mais.
Ela achava que, em algum momento, ele devia ter chutado ou apertado a barriga dela, pois começou a sentir uma dorzinha (inha, mesmo!), lá embaixo, como uma mini cólica (as meninas vão entender direitinho esta parte). Ela ficou acordada, na cama, até umas 5:30hs, sentindo aquele “incômodo” na parte debaixo da barriga, com uma insônia total (coisa que ela teve, umas 5 ou 6 vezes, na minha gravidez). Então, como sempre, levantou-se, foi para a sala, e ligou a TV... que é TV normal, com a programação normal, ou seja, horrível! Ela assistiu a uns 4 programas de “telecurso 1º grau”, reaprendeu todas as formas geométricas (porque esse programa das formas geométricas passou duas vezes!!! Na sequência!!!), e nem assim conseguiu dormir. E o incômodo continuava....
Ela esperou até às 6:30hs da manhã e decidiu tomar um banho, pois o “incômodo” estava ficando mais constante. Só que decidiu avisar o papis, para que ele não se assustasse, caso acordasse e a escutasse no banho, em plena madrugada (para quem mora no interior e não tem a menor necessidade de acordar ás 5hs ou 6hs para pegar o metrô, para esse pessoal tomar banho às 6:30hs é, no mínimo, preocupante!). Ficou embaixo da água até às 7hs... e nada do incômodo ir embora (até então, ela jura que não sentia nenhuma dor). Por isso... ela começou a achar que suas desconfianças estavam corretas: ela estava em trabalho de parto!
Esperou até às 7:30hs para ligar para a médica, para não acordá-la de madrugada, também... só que a médica tinha acabado de chegar em casa e deitar, pois tinha feito duas cesareanas na madrugada! Portanto, quando minha mamis disse que estava sentindo o incômodo se intensificar a cada 15 minutos, 12 minutos, ela disse que “isso ainda iria demorar muito e que ela não precisava se preocupar ou ir para maternidade”. A mamis, muito esperta (e consciente dos trabalhos de parto relâmpago da minha vóvis e o do Guigo), achou melhor insistir em ir para a maternidade. Então, a médica pediu para ela ir para lá e conversar com a parteira. “Se fosse o caso”, a médica iria para a maternidade, novamente.
A partir daí, tudo aconteceu muito rápido: o papis aprontou o Guigo e o vovô nono passou buscá-lo; mamis e papis pegaram a tia Lila e foram para o hospital; tia Lila cuidou da papelada, papis cuidou do carro e das malas, e a mamis foi para a parte da Santa Casa que é maternidade; a parteira a olhou (umas 8:30hs), disse que a mamãe estava com 4,5cm de dilatação e com contrações e perguntou se ela queria parto normal; mamis disse que tentaria parto normal (esse é o termo correto “tentar”, porque se tiver algum risco para alguém, partimos para a cesárea); a parteira ligou para a médica que disse que iria para a maternidade umas 11hs ou 12hs “porque essas coisas demoram mesmo”; a mamis foi levada para o quarto 304 (com paredes lilás, para agradar a tia Lila).
Daí pra frente, tudo aconteceu muito mais rápido (como a mamis já previa): as contrações (os incômodos eram contrações) ficaram muito mais próximas e, mal acabava uma vinha a outra; a mamis começou a ter dor; a tia Lila deu a sua mão para a mamis apertar (pois ela estava decidida a não dar escândalo e nem era necessário... a mamis disse que partos são muito diferentes daquilo que vemos na televisão...), mas depois “se arrependeu” (“mirys, não se esqueça que essa é a mesma mão que vai pegar a sua filha”), pois a mamis devia estar apertando com força...; a mamis pediu o anestesista, que não foi chamado (acho que as enfermeiras não acreditaram na mamãe...porque todo mundo esperava um parto para depois das 11hs e mal eram 9hs); a tia Lila chamou o anestesista (médico com médico se entende), que veio e disse para ligarem para a médica da mamis urgente, pois ela não chegaria nem até as 10hs!!!
No final, o tempo voou: trouxeram a maca; levaram a mamis para a sala de parto; deram a anestesia (que a mamis disse que funciona como mágica – ela tem a impressão que o médico tira a dor com a mão!!!); chegou o papis todo fantasiado de médico; chegou a médica; chegou o vovô nono; mandaram a mamis fazer força; alguém monitorava meu coração; alguém ajudava a mamãe a fazer força e.... EU NASCI!!! Paf, puf... simples assim...
Mas... (o “mas” eu conto no próximo diário, que este já tem um tamanho monstro!).
Bjos e bençãos
Helena + Guigo + mamis + papis
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